31.3.08

Dia 5 de abril Fato Realista no Jardim Guacuri

Salve, Salve, olha ai o progresso, pra quem desacredita eu só lamento.

Dia 5 de abril Fato Realista na Casa de cultura do Jardim Guacuri.
É apartir das 3 horas da tarde.

Gostaria de agradecer ao Michael do Elo-da Corrente pela força, e por acreditar que o nosso som é de responsa, acreditar sem julgar ou medir, apenas acreditar e botar uma fé. Valeu mano

Fato Realista, Narrando a real.
Com ódio lapidado, sentimento normal.
Vem me censurar não quero ibope por que apartir de hoje
Minha sigla é um * Revólver.


* o revólver é uma arma, e nossa arma são os livros, as palavras, o manifesto, o protesto, a livre iniciativa, vários fatores engajados num só, fato realista que tá na pista, sem boy pra madame que fica de conversinha.

1º Encontro com o autor - Repórter enviado Robson Canto

Nosso colunista, que também é repórter, Robson Canto cobriu mais um evento da periferia, mais um da periferia, da periferia! Nosso repórter trouxe um pouco do que aconteceu no encontro com o autor no Itaim Paulista, na loja Suburbano Convicto. Acompanhe abaixo a matéria do Repórter Robson Canto:

1o ENCONTRO COM AUTOR.
Por. Robson Canto

Sábado de muita troca de idéia entre escritores, poetas, rappers, amigos e admiradores da cena literária marginal/periférica. Sabadão eu acordei e pensei: “vou no jogo do Palmeiras” Levantei e fui arrumar uns livros na biblioteca.
Na parede da biblioteca vi a foto do Buzo, Evandro e do rapper K2. Lembrei do evento que seria à tarde: Quer saber, eu vou colar no Itaim. Num vou pra jogo nenhum, esse povo tá cobrando 30 conto num ingresso, preço inviável. Com 30 conto eu compro um livro do Ariano Suassuna. Liguei pro Fanti pra saber se ele queria ir.
Ele topou na hora. A nossa viagem até o Itaim foi demorada (novidade, né?) Conversamos muito sobre livros, e chegamos a uma conclusão que o livro Guerreira tem que virar filme. Nossa conversa foi só sobre livros... Mentira, também falamos sobre um belo par de olhos que vimos no trem. “belos olhos” “obrigada” Chegamos ao Itaim e caminhamos até a loja. Acho que fazia um ano que eu não ia ao Itaim. Ao chegarmos na loja o Buzo e a Marilda ficaram pasmos, acho que eles nunca pensaram que eu ia. Gosto ser imprevisível (risos).
Nos abraçamos afetuosamente, e me arrependi de ter ficado tanto tempo sem contato com eles. Logo em seguida chegou o Ciriaco e a Tânia.
Esses dois me trazem boas lembranças: Cooperifa, Parati, churrasco, macarrão e cerveja. Depois chegou o Sacolinha no seu Maverick. Quando eu vejo o Sacola eu lembro de como a literatura é importante na minha vida. E por fim depois de uma hora e meia chegou o poeta mais carismático do país.
O Peregrino, Sérjão ou Vazgabundo. Aquele que diz é tudo nosso É tudo nosso ou Quem tem vergonha de ser da periferia pode ir embora. Onde o Sérgio tá é uma festa. E assim foi o evento O Encontro com o autor. Muita idéia, literatura, autógrafos e sorriso.

29.3.08

Ontem teve show

Ontem teve show
Mas eu não fui
Tava trampando
Ai é só Jesus
Foi só dois manos
Manos de idéia quente
Welton e Cabeça
Tamo junto na corrente
Sou forte persistente
Guerreiro Combatente
Sempre presente
Mais um elo da corrente
Lutando no Hip-Hop
Mais dois manos na ativa
Fala o que acontece
Aqui é Fato Realista

28.3.08

Sérjão (Para Sérgio Vaz). (Por. Robson Canto)


Sérjão (Para Sérgio Vaz). (Por. Robson Canto)



Atrás do balcão do bar do pai

Sérjão lia os rótulos das bebidas

Não queria ser balconista

Mas sabia que não seria pianista

Quem sabe um colecionador de pedras

Servia uma dose pinga aos clientes

E abria para si um Neruda ou um Drummond

Sérjão entre uma dose e outra de Neruda

Ouvia no rádio, uma música de um homem na estrada

E ele sabia que estava em uma estrada

Uma estrada estranha longa e desconhecida

Sérjão tinha algumas dúvidas

Sua única certeza é que ele não queria ser jão

27.3.08

Os linhas de frente da Literatura Periférica reunidos!


Os três autores já lançados pela Global Editora, os três autores que desbancaram harry portes, livros de auto ajudas pra mulheres depressivas e biografias de burgueses das vitrines das livrarias pelo país. Os três autores que são exemplos de seres humanos, são dedicados no que fazem. Alessandro Buzo, é dono da sua loja no Itaim Paulista, uma loja de literatura marginal, artigos de hip hop etc, é realizador de eventos, é meu amigo e também é colunista em vários sites. Sérgio Vaz, esse num preciso nem dizer nada, mas mesmo assim eu digo, um dos responsáveis pela minha auto-estima, representa a Cooperifa como ninguém e é guerreiro quando o assunto é a periferia. Ademiro Alves, ou simplesmente Sacolinha, faz uma verdadeira agitação cultural em Suzano, vários eventos literários pelas bibliotecas, centro culturais de suzano, está quase se formando em Letras e já é um exemplo e uma das poucas referências desse país. Vale a pena comparecer a esse encontro, no qual não poderei estar presente, pois vou estar trabalhando no mesmo horário. Mas mesmo assim quem puder chegar, comparecer vai ter uma tarde com três dos melhores autores desse país, uma verdadeira honra, quem puder ir, será bem chegado. è nóis.

Eventos a mil por hora, movimentos a mil por hora

A periferia vive um momento incrível culturalmente. São vários eventos acontecendo ao mesmo tempo, muitas coisas se desenvolvendo, artistas plásticos, professores, poetas, músicos, escritores, Rappers ( que também são músicos), atores, Universitários, trabalhadores, todos eles vão e cada vez mais, se integram no cenário cultural Brasileiro, é uma afirmação, que esse momento não é apenas momentâneo. Grandes movimentos de resistência que marcaram época, foram muitas vezes emperrados pela burguesia ou pela desunião dos seus participantes, mas dessa vez não, dessa vez já tá alastrado, já virou VERDADEIRAMENTE MOVIMENTOS CULTURAIS, e não apenas eventos avulsos. Não que os eventos não sejam importantes pra cena cultural, mas sabemos que todo evento, precisa de um fundamento, e esse fundamento é cada vez mais firmado nos movimentos culturais na nossa querida periferia. Só pra citar alguns temos Poesia Maloqueirista, Cooperifa, 1dasul, Companhia Brava teatral, Sarau do Binho, Sarau do elo-da-corrente e Sarau Rap. E qual seria esse fundamento na verdade?
Ao meu ver, é a resposta cultural e de protesto, que a periferia devolve pra burguesia, ao fazer cultura do lado de cá, para mostrar que aqui existe cabeças pensantes, cérebros pensantes, e não só dança do crew ( que também felizmente toca em boates burguesas) nem a dança da bundinha, muito menos a dançinha da garrafa. Mostramos atravéz da poesia, a nossa própria realidade, criamos mais do que escolas, épocas ou movimentos literários, criamos uma nova tendência, e essa tendência não está na moda ( apesar de alguns do lado de lá achar que sim). A nossa tendência é aquela que faz a senhora que lava roupa no tanque, pegar um caderninho e escrever suas poesias, faz um moleque pegar uma caneta e escrever aquele RAP de protesto, faz aquele músico compositor, pegar seu modesto violão e desenhar acordes de liberdade, faz o poeta de pensamento vadio gritar bem alto: é tudo nosso, é tudo nosso, é tudo nosso! Faz também o mano atravessar a cidade pra ver seu irmão, declamando poesia, cantando um RAP, fazendo arte, e não ir até o credicard hool pagar 40reais, pra assistir Wanessa Camargo vomitar merda no microfone, com sua voz rídicula e fresca, muito menos ir ver os playboys de jeito afeminado rebolarem no palco. Esse momento que a periferia vive é um grito de paz e de guerra, veja o desenho na parede, o livro na instante da livraria da Avenida Paulista ( quem diria conquistamos até seu espaço nas vitrines livros de auto ajuda), num quero saber "onde está tereza?" e sim qual é o disparo das 85 letras, não quero saber por quê " os pássaros voam, e os bezerros mamam" quero saber quem é a GUERREIRA, não quero saber qual é a " pedra filosofal", quero saber qual sãos as pedras do colecionador.
Em todas as quintas, quartas, sextas, terças, sábados, domingos e até segundas, sempre se ouvem vozes, gritos, são sarais, shows, peças teatrais acontecendo, são pessoas se articulando pra que a " sala de justiça " não bole mais planos contra nossos ideiais, sem essa de querer bancar o revolucionário, por quê " Evolução é uma coisa", e queremos a evolução de pensamento, de atitude, de garra, de esperança. Aos poucos vamos reconquistando os espaços, e queremos muito mais pode acreditar. Periferia a mil por hora, cultura a mil por hora.

Renato Vital poeta e escritor, colunista do site rap nacional www.rapnacional.com.br.

26.3.08

Geleiras derretendo, o mundo se aquecendo

Geleira que se descolocou na Antárdida.

Mundo se aquecendo, o ser humano se esquecendo, e assim vai indo. Naquele filme " Um dia depois de amanhã", mostra um dos futuros prováveis pra terra. Mas o que dizer, se o que está em evidência de hoje em dia, é o lucro pros empresarios e banqueiros. Mais uma prova que o mundo, não está mais comportando a poluição. Realmente Lamentável.

24.3.08

Recitando na Cooperifa: Noite Duvidosa

Renato Vital, com o papel na mão, sua poesia em ação!
Foto: Poeta Sérgio Vaz
Essa foto foi tirada semana passada, enquanto eu recitava " Noite Duvidosa", umas de minhas poesias. Cooperifa a luta continua. è nóis.

Alcoól que consome

Poe dentro do copo uma cerveja
Quero acalmar minha sede
No copo o líquido gelado
Me faz me sentir mais claro

Poe dentro da cerveja
meio litro de incerteza
Quero beber tudo agora
E depois me embriagar de histórias

Tô tipo o louco, que se mata dentro do vício
Pede socorro, mas não tem no bolso um niquel
Pra pagar a conta do bar, já num dá
Por quê sua mente agora não vai acalmar
Acende um cigarro, fumaça, e o calo na mão
Uma vida inteira dedicada a porra do patrão
Que agora viaja de iate e bebe vinho importado
Com uma pa de vaca, prostituta do lado
Enquanto isso, sua senhora tá no tanque
Lavando roupa cara pra madame de mustang
Os mesmo calos, os mesmos dedos calejados
De tanto se matar, por apenas um salário
O tiozinho do morro, agora quer se matar
Não pulando da ponte, e sim com a garrafa
Cerveja, aponta, mais uma vítima pronta
Pro suícidio, pra favela de ponta a ponta
Acende mais um cigarro deixa acalmar
O pulmão é um orgão, deixa estragar
Pra que vou querer o pulmão inteiro
Se me falta oxigênio pro meu sofrimento

Refrão


Poe dentro do copo uma cerveja
Quero acalmar minha sede
No copo o líquido gelado
Me faz me sentir mais claro

Poe dentro da cerveja
meio litro de incerteza
Quero beber tudo agora
E depois me embriagar de histórias



- Pra mim o que importa mesmo é tá com saúde né meu fi.

- Que eu ganhei com o trabalho, calo na mão e artrite.



Veja como o tiozinho se sente ali
Com o copo de pinga, se equilibrando sorri
Sonhando com uma casa decente
Um teto bem acolhido pra caminhar contente
Os filhos as vezes reclama quer roupa de marca
Ele mal tem o dinheiro do rango de casa
Os filhos não se conformam, que mete os ferro
A mãe dá conselhos, quer ver os filhos certo
Estudado formado, sendo bem preparado
Quem sabe uma profissão com diploma de fato
O playboyzinho que enche o cú de pinga
É bem instruido, se der acidente, não tem vítima
A família faz questão de encobrir
A imprensa não abre o bico, nem vai intervir
Se tiver filho de pobre atropelado
A perícia faz vista grossa pro caso arquivado
O playboy que fabrica cerveja e cachaça
Tá na mansão usufruindo da sua desgraça
Depois querem que o RAP seja mais suave
Tipo Cabal, Marcelo d2, na tranquilidade
Mais suave eu ficaria
Com um mínimo de bom senso, dessa indústria maldita

Refrão

Poe dentro do copo uma cerveja
Quero acalmar minha sede
No copo o líquido gelado
Me faz me sentir mais claro

Poe dentro da cerveja
meio litro de incerteza
Quero beber tudo agora
E depois me embriagar de histórias


23.3.08

Páscoa

Domingo de Páscoa
Tudo normal
Dizem que se comemora
A ressureição do meu Senhor Jesus
Mas tudo isso
È só calendário do comércio
Que em conjunto com a igreja
Manipula os povos
E faz num sei quantos
Comer bacalhau, e vários tipos de peixe
Na sexta-feira santa
Mas pensa bem
Se fosse realmente o feriado da morte de Jesus Cristo
Quem teria estômago pra comer se quer um grão de arroz
Pois se quando estamos preocupados não comemos direito
Imagina então a morte do rei dos reis
Quem teria apetite pra comer nesse dia
Pura patifaria
Chega o sábado, hora de malhar o Judas
Não vejo nenhum político sendo pisoteado
Só um boneco cheio de capim dentro sendo massacrado
Domingo chega,e ai hora de se empanturrar de chocolate
Opa, to comendo alguns aqui
Coisa de alienado, se bem que os meus to comendo desde sábado
Sabe como é, dando uma comemorada antecipada
Pois eu sei que Jesus já ia ressucitar no dia seguinte
Lacta, Garoto, Nestlé, Top Cau
Você come de monte, e depois passa mau
Enriquecemos o dono da empresa
Mas não se assuste, tem três embalagens de chocolate aqui na minha mesa
Não resiste ao chocolate
Coisa de alienado, mas quando a vontade bate
Vou ali na geladeira, pegar mais dois bombons
Sabendo que muitas crianças só vão ouvir o som
Da embalagem de ovo de páscoa sendo aberto
E em casa
Não vão ter nem o moranguete
Só o Feliz Páscoa do pai ou da mãe
Chocolate?
Vichê esquece
Jesus nunca morreu de verdade
Mas o calendário da hipocrisia precisa ser comprido.

21.3.08

Textos no site RAP NACIONAL

Acesse o site RAP NACIONAL e leia alguns dos meus textos:

Fato é Fato
Quem são seus inimigos? parte 1
Quem são seus inimigos? parte 2
Cigarro o acompanhamento da morte, ou uma certeza incerta.

www.rapnacional.com.br

É nóis Mandrake, Nane Mafra e toda a equipe do site Rap Nacional.

20.3.08

Tiozim e a senhora.

Tiozim parado
do lado um sacolão da prefeitura fechado
Constrói um prédio pra servir de moradia pra ele
E da utilidade pra essa merda de espaço vazio
Tem uma família em frente esse sacolão
Constrói moradia e do lado um centro cultural
Pra essa família se aquecer de noite
E poder ler, ver teatro e ficar legal
A senhora que uma cozinha pra fazer comida
Não um conglomerado de baldinhos pra guardar alimentos doados
A senhora quer um quarto pra dormir
E não um chão frio do lado do sacolão fechado
Faz assim ó:
Derruba o Sacolão
Constrói um prédio então
Do lado um centro cultural
A sim o Tiozim e a senhora
Vão ter casa pra morar
Lugar pra estudar, e pro filho estudar e se informar
E o dinheiro da prefeitura estaria bem empregado
E não pra engordar a conta do político safado
Um que eu vi uma vez
Tinha um barrigão imundo
Devia ter só lixo dentro desse inútil
Tiozim, a noite vai fazer frio
O sonho da moradia não vem
Desabrigados, brigados com a justiça
Que já foi embora desse país faz tempo.

Estudar

- Pai, por quê só as minhas tias estudou?
- Por quê enquanto elas estudavam, eu levava marmita pro meu pai na roça, carregava água no lombo, vendia coisa na feira.
- É mesmo, essa verdade ninguém conta.

19.3.08

Quando eu canto Uma Rosa no seu ouvido

Quando eu canto "Uma Rosa" no seu ouvido.
Espero um sorriso nesse rosto lindo.
Um calor na alma e no coração.
Canto essa canção no seu ouvido.
Pra te ver alegre, com um semblante de emoção.

18.3.08

Pegou um axé por Férrez

Texto muito loko, do Férrez, que está disponível no seu livro Niguém é inocente em São Paulo.

Pegou um axé. (Do livro Ninguém é inocente em São Paulo, Editora Objetiva)

Cheguei cedo naquele encontro.
Minhas mãos estavam suadas.
O nervosismo sempre me acompanhou, desde a época do colégio.
Quem diria que fosse terminar a faculdade tão cedo?
E ninguém acreditava que aquele garoto acanhado fosse entrar no maior jornal do país.
Também as coisas não foram tão trabalhosas.
Uns telefonemas do meu pai e pronto.
Mas saiba que eu estudei pra caralho, viu?
Trabalhou a vida inteira no meio, então nada mais justo que indicar o filhão.
Profissão filho, o caralho, eu ralei, mané.
Eu ralei pra caramba mesmo, uma vez até tive que lavar banheiro num acampamento.
Foi um dia que a empregada se injuriou com a bebedeira da gente.
Bom, só sei que estou quase indo.
Vai ser a maior aventura da minha vida.
Por isso fumei um baseado antes.
Mereço um pouquinho de emoção.
Todo dia ficar naquela redação dá nos nervos.
Tudo isso para pagar a casa na praia.
Pra ser sincero, se tivesse um maconha e uma farinha de vez em quando tava bom.
Mas fui arrumar mulher, e aí já viu, elas sempre querem alguma coisa.
O gasto com cabelo é fichinha perto da nova decoração que ela quer na casa.
As amigas fazem o mesmo com os maridos.
Meu tio me dizia que putas são mais honestas, já cobram logo adiantado.
Isso forma uma rede, onde elas querem, nós damos e ninguém é feliz.
Todas as amantes estão esperando o casamento dos seus pretendentes chegarem ao fim.
Conheci uma mina na facu que ficava molhadinha quando via homem casado.
Devia ter um museu para os vários tipos de mulher nesse mundo.
Bom, acho que é ele.Preto com roupa larga, só pode ser.
E aí, tudo bem?
Tudo bem, rapaz, demorou um pouco.
É que o relógio da rua é de outro ritmo, tá ligado?
Sei.
Odiava aquele tipo de conversa, mas por uma matéria a gente até conversa com eles.
Começamos a andar, eram tantas gírias que eu estava prestando atenção somente nos finais das frases.
Acho que eles são todos iguais.
No final, se essa reportagem vai ficar muito boa, posso até continuar e desenvolver uma pesquisa.
De repente fazer um livro, afinal esse assunto está na moda.
E melhor ainda, aprovar na lei de incentivo e já sair com o livro pago, isso é que é malandragem.
Figura estranha, não pára de falar, também são 500 anos de pobreza.
Falta de dinheiro deve gerar uma deprê neles do caralho.
Por isso eles usam também tanta droga.
Vai ver o pai deles não trabalhou que nem o meu.
Fiquei sabendo que eles ficam só bebendo e jogando bola.
A visão vai ficando pior, quanto mais a gente anda, mais barraco vai aparecendo.
Começo a me arrepender de ter insistido na idéia.
E se isso virar um pesadelo, o que vou fazer?
As ruas são inacreditáveis, buraco por todos os lados.
Bom, qualquer coisa eu digo que ajudo uma ONG.I
sso, posso até pensar em fazer uma ONG, isso dá dinheiro demais.
Posso até dizer que tenho um policial na família.
Não, melhor não, sei que eles têm ódio de polícia.
Esse rapaz não deve ser mau, afinal foi minha tinha que indicou.
Ela tem uma empregada que é vizinha dele.
E no final esse pessoal do hip hop acha que pode mudar as coisas.
Não podem nem pagar a pensão pros filhos e querem mudar alguma coisa.
E esse negócio de sistema, de jogo.
Um dia eles acordam e notam que a coisa é assim mesmo.
Pra uns terem muito, a maioria tem que se fuder sem nada.
Bom, parece que finalmente chegamos.
Bar do Zezinho é o que ele disse.
Começou a me apresentar para a rapaziada.
Firme e forte.
Tô legal e vocês?
Então, o doutor é jornalista.
Sou, sim, mas sou do bem.
Do bem era aquele tal de Tim Lopes, há, há, há.
A risada ficou generalizada, não conseguia achar graça mas comecei a rir.
Sei lá o que passava na cabeça daquela gente, estava quase todo mundo chapado.
Se eu escapasse dessa talvez nunca mais iria para um buraco daquele.
O neguinho que era meu contato pediu para que eu entrasse.
Fomos caminhando para o balcão do bar.
Lá, ele me serviu um refrigerante.
Disse que os outros caras do grupo logo estariam lá.
Fiquei mais aliviado, pelo menos não demoraria mais.
Se eles não tivessem chegado logo eu teria saído fora.
Bandas de rock são tão legais de entrevistar.
E eu pagando mó veneno ali, naquele boteco fedido.
De repente chegaram mais três neguinhos.
Eles falaram os nomes, e seguraram firme na minha mão.
Comecei a entrevista.
As primeiras perguntas foram sobre a profissionalização do rap.
Mas eu queria logo é partir para a violência.
Eles deveriam ter dezenas de histórias desgraçadas.
Eu já tinha as perguntas na ponta da língua.

O que os policiais tanto procuram aqui?

Por que eles agridem vocês?

Eles discriminam vocês pela cor?

Quem comanda o tráfico?

Mas para isso eu tinha que ir devagar.
A Edilene disse que eles são bem sistemáticos.
E eu sabia que ia conseguir que eles abrissem a boca.
Eram meio ingênuos.
E por traz daquela marra toda, só tinha quatro meninos com um sonho.
Ser um grupo de rap famoso.
Foi quando vi aquele menino com um facão nas mãos subindo a escada para o andar de cima do bar.
Pensei em perguntar, mas quando ele já estava no ultimo degrau, disse.
- Desse não sobra nada.
Comecei a tremer, mas tentei disfarçar, fiz logo várias perguntas sobre o tal do hip hop e eles foram respondendo.
Confesso que não entendia nada, só via as bocas se mexendo.
Não conseguia parar de pensar.
Era assim que eles eram.
Com certeza havia um cara seqüestrado lá em cima e aquele menino talvez fosse machucá-lo.
O que eu poderia fazer?
Tentei lembrar das propagandas do Disque-Denúncia, o número era muito comprido, não vinha inteiro na minha mente.
E se eu pegasse o meu celular, talvez até me roubassem.
Mas não me deixariam vivo, roubo seguido de morte.
Foi quando um homem se aproximou com uma serrinha de cortar cano e também subiu.
Meu Deus, coitado daquele homem, talvez fosse até um ex-amigo de faculdade.
Talvez o pai da Caru, minha esposa.
Afinal o pai dela era banqueiro.
Os negrinhos continuavam a responder às perguntas, divagando sobre a cultura da periferia.
Eu estava suando frio e quase desmaiei quando vi o homem que havia subido com a serrinha descer já todo sujo de sangue.
Tentei lembrar de algum trecho da música do Racionais que me servisse para argumentar a favor da minha vida, mas tudo sumiu da minha mente.
Eu só escutava essas músicas quando tava na balada.
Por um momento minhas vistas escureceram.
Eu fiz um grande esforço para não desmaiar.

Lembrei do meu cachorro Frank.

Dos meus peixinhos Josef e Ernesto.

Lembrei dos filmes do Woody Allen.

Eu só queria comer uma Pizza-Hut novamente.

Talvez mais uma ida ao Caribe.

O homem que havia subido com a serrinha desceu todo sujo de sangue.
Agora no fundo da minha alma eu sabia que não sairia dali com vida.
Eu ficava ouvindo Korn o dia inteiro e agora não sabia uma frase de rap para salvar minha vida.
Uma vez vi um neguinho na TV, ele era do rap também, mas não lembro o nome dele.
Os meninos do hip hop agora estavam parados à minha frente.
Certamente não entendiam o que estava acontecendo comigo.
Eu sei que estava quase entrando em choque.
Tinha que me acalmar.
Lá de cima vinha muito barulho, vozes misturadas.
Meu Deus, o que estariam fazendo com aquele homem?
Pedi para que cada um falasse um pouquinho da sua vida.
Eles começaram a contar dos primeiros empregos.
Imaginei o homem amarrado, implorando pela vida.
Não lembrava do neguinho que vi na TV, eu não tinha nome nenhum para falar, para me valorizar.
Os neguinhos agora falavam das dificuldades com a família.
Principalmente com o pai que sempre bebia.
Eu não conseguia me concentrar.
Talvez tivessem abrindo ele como se abre um porco.
Uma senhora se aproximou da escada e gritou.
- O rim é meu, o Bahia me deve.
Foi nessa hora que minhas pernas fraquejaram.
Sempre pensei que todos merecem uma chance.
Eles mereciam, eu também, aquele homem também.
Porra, justiça social do caralho, tão esquartejando o homem.
Os meninos me seguraram antes de eu cair por completo no chão.
Me arrastaram pra uma cadeira.
Eu pensando nos rins do pobre do Bahia.
O que será que esse tal de Bahia havia feito?
Talvez estupro.
Os meninos do hip hop tentavam me dar água.
Talvez tivesse roubado algum morador, ouvi dizer que eles não perdoam isso.
Eu só conseguia imaginar os rins do homem nas mãos da velha.
Fizeram eu beber um pouco.
Percebi que a água estava com açúcar.
O homem que havia subido com a serrinha e que estava sujo de sangue se aproximou.
Eu fingi não vê-lo, ele perguntou se precisava de ajuda.
Tentei pronunciar alguma palavra, mas nada saía.
Meu pequeno cachorro Frank, como ele gostava de dormir comigo.
Minha querida esposa reclamava, mas eu insistia em dormir com ele.
O último livro que estava lendo.
A prestação do carro novo dela.
Tantas coisas, talvez um filho.
Mas fariam isso comigo antes.
Os malditos iam me picar também.
Me sentia como no filme "O Massacre da Serra Elétrica".
Povo desumano.
Talvez seja por isso que eles viviam sofrendo.
Esses tipos de coisas eles traziam da África.
Lá era legalizada essa porra toda.
Meu pai dizia que eles eram amaldiçoados.
Meus amigos nunca mais me veriam.
Comecei a notar os rostos do meninos do rap de novo.
Estava voltando a mim.
Metade do pessoal do bar começou a subir as escadas, todos passavam por mim apressados.
Seria agora, era a hora que eu imaginava.
Aquela porra de lugar era como nos países onde a pena de morte é legalizada.
Todos queriam ver o homem morrer como se fosse um show.
Eu lembro de ter parado no terceiro Pai-Nosso.
Eu tinha tantos planos, talvez o meu próprio jornal.
Tanto estudo, tantos cursos, para acabar nesse buraco.
Começaram a descer, eu desmaiei de novo quando vi todo aquele sangue nas mãos deles.
Duas horas depois acordei.
Havia uma balança no balcão do bar.
Uma faca cortava a todo momento uma grande peça de carne.
Pessoas saíam da fila com sacos cheios.
Os meninos do hip hop haviam desistido da entrevista, estavam todos ao meu lado.
Era um coisa que a comunidade sempre fazia, me explicaram.
Comprar um boi e dividir as partes.

(Esse conto e mais 17 estão no Livro: Ninguém é inocente em São Paulo, editora Objetiva).

17.3.08

Identidade

" Aê PM, Preste atenção com quem se mete, sofredor nato, calejado não se esconde no RAP".
Realidade Cruel

" Não canto pra maluco rebolar, Meu som é pra pensar, pra ladrão raciocinar, não to na tv, nem no rádio, não faço RAP pra playboy balançar o rabo!"
Facção Central

- Aê você já viu algum grupo de RAP nacional que tá rico?
- Não.
- Tá vendo mano, tem que fazer o que dá dinheiro, cantar sertanejo, forró, funk, se não ve lá a Dança do Crew, o cara canta mo besteira, e ganha dois mil por show.
- Eu sei mano, mas ai você acaba perdendo sua identidade.
- Identidade você compra com o dinheiro!

Fico quieto por alguns instantes, penso nos grupo de RAP que estão na missão de coração, penso no Realidade Cruel, Facção Central, Racionais Mcs, Consciência Humana, penso em muitos grupos que estão com compromisso no RAP, e até hoje não venderam sua identidade e nem seu respeito.

16.3.08

Universidade Uni Palmares Discurso do presidente durante a formatura dia 13/03/2008

Lula À frente junto com Marisa, atrás o Governador direitista Serra e o Kem sabe, quer dizer O prefeito Kassab.

A UNIVERSIDADE ZUMBI DOS PALMARES FORMOU NA ÚLTIMA QUINTA-FEIRA, 126 FORMANDOS EM ADMINISTRAÇÃO, COM A PRESENÇA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA. APESAR DAS PRESENÇAS DE ALGUNS CARRASCOS ( GERALDO ALCKIMIN, SERRA E KASSAB), FOI UMA CERIMÔNIA EMOCIONANTE, QUE EU ASSISTE A REPRISE HOJE, NA REDE NBR. NEGROS NA SUA MAIORIA, AGORA TEM UM DIPLOMA PRA COMPETIR NO MERCADO DE TRABALHO, COM A CLASSE MÉDIA, ALTA. A CERIMÔNIA FEZ LEMBRAR O SONHO, DE GRANDES LÍDERES NEGROS, COMO O PRÓPRIO ZUMBI, MALCOM X, MARTHIN LUTHER KING, SACOLINHA, SÉRGIO VAZ, ENTRE OUTROS GRANDES GUERREIROS. É NÓIS.



País de todos


“Precisamos criar um país em que todos possam sentar nos bancos das universidades”
Assim disse o presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, para 126 formandos e suas famílias, na cerimônia de colação de grau da primeira turma de administração da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares (Unipalmares) que busca ampliar o acesso do negro ao ensino superior. Confira na íntegra o discurso do presidente para os formandos da Unipalmares.

Discurso do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia de colação de grau da 1ª turma de formandos da Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares
São Paulo – SP, 13 de março de 2008

Só quero lembrar ao nosso companheiro, governador José Serra, que ele homenageou três meninas – uma menina de quase 60 anos que se formou – que são funcionárias do estado de São Paulo. Só quero te lembrar que agora elas vão te pedir aumento porque melhoraram e vão querer... Essa é a vantagem das pessoas estudarem. O Serra citou o nome de vocês, e vocês não esqueçam nunca.

Mas eu quero cumprimentar o governador José Serra,
Quero cumprimentar os ministros aqui presentes,
Quero cumprimentar a minha companheira Marisa,
Quero cumprimentar o governador de Roraima, que está aqui presente,
Cumprimentar os deputados federais,
Cumprimentar o nosso querido companheiro José Vicente, reitor da Unipalmares,
Cumprimentar os paraninfos Geraldo Alckmin e Benedita da Silva,
Cumprimentar o Jorge Elias Aoni, representante do Conselho Regional de Administração,
Cumprimentar todos os homenageados,
Cumprimentar as nossas queridas e queridos formandos, e de coração, agradecer por ter sido escolhido patrono desta gloriosa primeira turma de formandos da Unipalmares,
Quero cumprimentar a presidente da UNE,

Mas, sobretudo, eu quero cumprimentar os pais de vocês.
Quero dizer, meu caro José Vicente, que eu trabalhei a semana inteira em um discurso para hoje à noite. Imaginava que iria falar por volta de 8h30, 9h da noite. Nem quando eu era oposição eu fazia discurso à meia-noite e meia. Eu estou percebendo que nós chegamos numa hora em que fazer um discurso lido, de 40 minutos, é acordar com o ronco de alguns companheiros e companheiras. Eu queria pedir licença aos pais e aos formandos para contar dois casos. Dois casos que, certamente, marcam a vida de milhões de meninas e meninos deste País que, ao terminar o ensino fundamental, ao terminar o 2º grau e prestar vestibular para estudar em uma universidade, se deparam com dois graves problemas.

Primeiro, a competitividade para entrar em uma escola pública federal é sempre muito difícil. São muitos alunos e poucas vagas. Segundo, para entrar em uma universidade particular, são muitas vagas e pouco dinheiro para pagar os cursos neste País. Eu penso que nós vamos reverter isso porque, se Deus quiser, ao terminar o nosso mandato em 2010 – espero que o presidente que vier depois faça o dobro do que nós fizemos – nós vamos inaugurar, nada mais, nada menos do que 10 universidades federais novas e vamos inaugurar, no mínimo, 48 extensões universitárias por todo o território nacional, além de 214 escolas técnicas profissionais, que pretendemos entregar ao povo brasileiro até 2010. E Deus queira que quem vier depois de mim, não faça 214, faça 428 e o que vier depois, faça um pouco mais.

Eu queria homenagear vocês na figura de duas alunas desta turma, duas jovens negras, orgulhosas de sua origem, que não aceitaram o preconceito como justificativa para o confisco dos seus direitos. Sua vitória é uma resposta a todos que tentam convencer a juventude pobre de que a esperança foi privatizada, mercantilizada, e ficou cara demais para existir em suas vidas.
A primeira história é da Elaine Duarte Damião de Moura. Ela é a primeira prova de que quando a gente quer, quando a família vive em harmonia, quando o pai e a mãe desejam, as coisas acontecem. Elaine tem 23 anos, e quando conta sua história de vida ela mesma se entusiasma, ri e comemora ao mesmo tempo, com razão. Parece que foi ontem, ainda. Sua mãe, dona Marilene, dizia à filha prostrada no quarto, resolvida a desistir da faculdade: “Elaine, a gente come sopa de pedra, mas você vai para a faculdade.” Sopa de pedra, a família não chegou a experimentar, mas Elaine engoliu a angústia seca das muitas manhãs em que viu o irmão menor chorando de fome logo cedo. “Pão”, ele pedia pão, diz ela, com a voz embargada. Nem pensar. Não havia pão no café da manhã na casa do vigia desempregado, Valdemar, e de dona Marilene.

Valdemar catava papelão na rua, mas nas ruas da periferia de Cotia, na grande São Paulo, onde moram, não havia papelão suficiente para o pão e a mensalidade da faculdade da filha. A mãe voltava a dizer: “A gente come sopa de pedra”. Os amigos e alguns primos de Elaine, que enveredaram por outros caminhos, garantiam que tudo aquilo era uma grande bobagem. Elaine ouvia os pessimistas, calada. Diziam eles: “Isso não vai dar em nada. Você acaba o estudo, e daí? Vai ficar na mesma, como nós”. Então, a roda começou a girar na vida de Elaine, num ritmo que ela tenta reproduzir, embaralhando palavras e sensações.

No segundo ano da faculdade, o banco Itaú abriu um concurso para estagiários, uma dúzia de vagas, 176 inscritos. Elaine se inscreveu. No dia 5 de abril de 2005 veio o resultado, e ela gritava: “Passei, passei”, conta, comemorando e vivenciando o tempo tão curto e de tantas mudanças. No dia 11 de janeiro deste ano, a antiga estagiária foi contratada, com carteira assinada pelo Banco. Nesse meio tempo, casou-se. Na faculdade aprendeu algo que já sabia, mas da qual não tinha consciência. As duas coisas não se confundem, como ela mesma explica. Diz ela: “Eu sabia que era negra, claro, mas não sabia o significado de ser negro. Na faculdade convivi com pessoas que tinham uma percepção maior da história e, ainda por cima, tive aula sobre a identidade afro. Isso muda tudo, porque se transforma em consciência e auto-estima. “O orgulho se ser negra eu conquistei na faculdade”, diz ela sorridente. Elaine não tem dúvida de que este é o caminho para evitar que tantos jovens sejam capturados pelo mundo das drogas e do crime, como ainda acontece na periferia onde mora. “Exemplos práticos como o meu são recentes, diz ela, mas aos poucos vou virar uma referência e o caminho vai ficar claro. Escola, oportunidade e consciência”. Elaine fala emprestando à voz a mesma firmeza da mãe, que dizia: “a gente come sopa de pedra, mas a gente vai”. Meus parabéns, querida Elaine. Parabéns.

A outra história é da nossa Andressa Amaral Santos. O pai de Andressa, senhor Nelson, é funileiro quando tem trabalho. Dona Solange, a mãe, é diarista e faz faxina no bloco da Cohab em Carapicuíba, onde a família tem cinco filhos, e onde os cinco filhos sempre moraram. Aos sete anos, Andressa já vendia frutas na vizinhança para ajudar na casa. A primeira boneca, ganhou quando já tinha mais de 15 anos de idade. Mas a história mais bonita é a dela mesmo. Andressa foi atendente em casa de pão de queijo e morou na favela do Jaguaré, morou com a tia para ficar mais perto da escola e economizar o dinheiro da passagem. Ela ri da infância atribulada em uma casa onde havia um par de tênis, único, que ia duas vezes por dia à escola. De manhã, nos pés da caçula, que voltava correndo para entregar o sapato para Andressa ir à tarde. Matriculada, por necessidade, no período da tarde. Difícil é recordar as noites frias de Carapicuíba, quando dona Solange a recebia na volta da faculdade, apenas com um copo de água na mão e lágrimas nos olhos. Era tudo o que tinha na casa. Mas no dia seguinte, senhor Nelson e a esposa reuniam os filhos à mesa vazia para reafirmar a decisão da noite anterior. Diziam os pais: “você continua Andressa. A gente passa fome, mas no dinheiro da condução e o da mensalidade ninguém mexe”. Andressa tem orgulho de lembrar dos pais, senhor Nelson e dona Solange, lutando sozinhos para criar a família em um pequeno apartamento na periferia de São Paulo. Só Deus sabe a dor que passaram na travessia de tantas noites de incerteza. Mas, de manhã, eles nunca fraquejavam porque, no fundo, tinham uma esperança de que a solução para a família e para o Brasil é a escola.

A formatura de hoje é o fecho de ouro que dá razão à persistência do senhor Nelson e da dona Solange, porque Andressa é uma vitoriosa. A filha, agora, é funcionária contratada do Bradesco. Tornou-se uma mulher altiva e independente, que nunca aceitou ser chamada de moreninha nos ambientes de trabalho. “Moreninha, não”, diz ela. “Sou negra, com orgulho”, avisa aos distraídos. Foi assim que ganhou o apelido carinhoso de “pérola negra”. No Natal de 2007, Andressa resolveu dar um presente a si mesma e a toda a família. Não o primeiro, mas um para redimir a ausência de tantos outros no passado. Ela comprou um carro zero, mas logo foi avisando, com a chave na mão: “o próximo passo é fazer pós-graduação no exterior”.

Eu estou falando isso, Andressa, e é bom que o ministro da Educação me escute, que os companheiros da Capes escutem, porque a chance de fazer um curso no exterior não é tão difícil quando a pessoa tem a vontade que você tem.
Senhor Nelson e dona Solange agora são outras pessoas. Mantêm a fé e estão cheios de confiança. Na verdade, passaram a sonhar tanto quanto a filha e até voltaram a estudar, animados com o acerto de sua própria receita para o futuro dos filhos e do Brasil.
Meus amigos e minhas amigas,

Eu fiz questão de ler essas duas cartas citando duas meninas, a Elaine e a Andressa, sabendo que possivelmente seja a vida de outras meninas e de outros meninos. Eu espero que a imprensa que cobriu este evento consiga retratar nos jornais e nos documentários a beleza e a cara destes jovens, destas meninas e destes meninos, que receberam o seu canudo. Muitas vezes, o povo não consegue nem conquistar a auto-estima, porque algumas pessoas não querem deixar. Quando mostram o negro na televisão, normalmente, é sendo preso pela polícia. Agora, eu espero que mostrem a cara destes jovens se formando, que contem a história dos pais para formar estas crianças, que a gente vai poder passar a idéia para a sociedade de que o mundo não é apenas o mundo da criminalidade, que aparece na televisão. Existem outras coisas importantes que o negro faz, que o pobre faz neste País e que muitas vezes não têm o espaço necessário. Se mostrarem o sucesso de vocês, nós vamos mexer com a auto-estima de outras crianças, na idade de vocês, que não tiveram possivelmente o carinho que vocês tiveram dentro de casa. O que aconteceu com vocês só pode acontecer se a família estiver unida, se tiver uma mãe ou um pai que mantenha a rédeas da casa. Se a família estiver desagregada é humanamente impossível, é quase um ato de heroísmo um jovem vencer na vida se a família não estiver unida, porque todos nós, bem ou mal, somos a cara do que os nossos pais são, não apenas no físico, mas no comportamento.

É por isso que eu digo sempre, governador José Serra, que no Brasil, durante muito tempo nós discutimos os problemas econômicos e a gente não pensava e não imaginava que a desagregação da estrutura da família era tão grave quanto a questão econômica neste País. Eu digo isso porque fui criado, com oito irmãos, por uma mãe analfabeta. E todos conseguiram se transformar em cidadãos porque tinham na mãe o espelho, porque tinham na mãe o respeito.

Eu penso que o que vocês estão fazendo aqui, na Unipalmares, é um exemplo extraordinário. Nós não queremos dividir universidade de negro e universidade de branco, nós não queremos cota, 30 para um, 40 para outro. O que nós precisamos é construir um País em que todos, sem distinção de cor e sem distinção de origem social, tenham a mesma oportunidade de sentar nos bancos das universidades deste País. Quando isso acontecer, não haverá disputa de cotas.

Eu era chamado de radical, meu caro Paulo Renato, na década de 80, porque eu dizia que o Brasil seria o Brasil dos nossos sonhos no dia em que a empregada da faxineira estivesse sentada, no mesmo banco da escola, ao lado do filho da sua patroa. Aí, sim, nós estaremos criando uma nação justa, uma nação solidária, em que as pessoas não sejam discriminadas nem pelo berço e nem tampouco pelo sobrenome, e muitos menos pela cor ou pelo credo religioso. O que vocês estão fazendo aqui na Unipalmares é um exemplo extraordinário, meu caro ministro Fernando Haddad, da Educação, meu caro governador José Serra, meu caro prefeito Kassab, que nós precisamos refletir: onde é que a gente entra, sem atrapalhar o que eles já fizeram, para ajudá-los a fazer muito mais.
Só o fato de saber que uma grande parte de vocês está trabalhando nos bancos, a gente tem que acreditar que o Brasil começa a mudar, porque a gente não via um negro num banco há muito tempo, a não ser que fosse para depositar dinheiro para o seu patrão. A gente não via um negro dentista, a gente não via um negro médico, poucos negros advogados. Eu me lembro do esforço que eu fiz para encontrar um negro para levar para a Suprema Corte deste País.

Essa é uma coisa que vai ter que mudar, e vocês viram aqui, pelo pronunciamento do Governador, do Prefeito, dos ministros. Eu acho que vocês, no fundo, no fundo, com esta formatura, estão nos dando uma lição de vida e muito mais do que isso, estão dando uma lição de vida aos outros que ainda não chegaram ao nível que vocês chegaram, de que não vale a pena desistir nunca e vale a pena acreditar.

Aos pais da Elaine e da Andressa que, certamente, são os pais dos outros, eu queria dizer para vocês que nós temos milhões de pais e mães como vocês, que colocaram os filhos no mundo e que darão a vida para que os filhos de vocês tenham o que vocês não tiveram. Eles alcançaram, eles têm o diploma, têm uma profissão, têm um emprego. Agora, não percam a bondade da alma, ajudem os irmãos de vocês a conseguir o que vocês conquistaram, e ajudem os pais de vocês a sentirem cada dia mais a alegria de ter vencido na vida.

Não existe espaço para desistir, na vida. Eu digo sempre o seguinte: se desistir valesse a pena, eu não seria presidente da República. Eu perdi três eleições consecutivas, teimei e cheguei à Presidência da República. Portanto, neste País, se a gente persistir, a gente vence. Eu queria terminar dizendo a todos vocês, formandos, que valeu a pena viver até o dia de hoje para assistir este acontecimento. Eu acho que não tem, na história da América Latina, com exceção de Cuba, não tem no Brasil um momento histórico em que a gente tenha tantas pérolas negras e tantos diamantes negros formados numa mesma noite.

Que Deus os abençoe por toda vida, e que Deus abençoe os seus pais.

Show com Rappin Hood e Sombrinha, quebrada cultural no Jardim Nakamura dia 09/03/2008

Palco do quebrada cultural. Sombrinha, ôh irene! ôh Irene!

músicos afinados.

Sombrinha, segurá que é samba de raíz.


Sombrinha e banda.

Rappin Hood, aumenta o volume que é Rap do bom.


Agitando o público presente.


Rappin Rimando.

So negão.

Rap do bom.

Rappin Hood, som de atitude .

Video da música So Negão com Rappin Hood, qualidade do aúdio baixa, mas vale a pena ver as imagens.










Fotos, Cantos Negreiros com Marcelino Freire, Fabiana Cozza e Aloizio Mendes 23/02/2008

Cantos Negreiros, com Marcelino Freire, Fabiana Cozza e Aloizio Mendes ( fotos)!


Fabiana Cozza e Aloizio Mendes
Canta minha gente.


Marcelino Freire

Cantos Negreiros


Marcelino Freire





Marcelino declamando.


Grande espetáculo.







15.3.08

O poder que eu não quero! por Facção Central




Música de conteúdo forte, que mostra a dura realidade, de quem não quer fazer parte do sistema Brasileiro.

Música pesada, verdade nua e crua, de um dos melhores grupos de RAP do cenário Brasileiro Facção Central.



Facção central

O poder que eu não quero

Não vou ser o juiz que decide quem fica vivo
desse tipo de poder cuzão, eu não preciso
Reservam pra mim só um caminho pro status
O do refém em pânico encharcado de álcool
Quero fugir do desastre arquitetônico
só que a rossi não dá visto pra avião super sônico
Cansei de ver mano feliz orgulhoso com seu
branilvega ponto 50 novo
Condecorado com tatuagem no braço
simbolizando o gambé que ficou em pedaços
Mãos pro alto não é o Maximo que eu posso chegar
deixa o astro milionário dar asas pra eu voar
Sala de chat intercambio em nova Jersey
O Chiquinho Escarpa Junior ta pronto pra se chefe
Com doze anos adesivos de cem países na mochila igual
Igual o papa falando mais de sessenta línguas
Pra mim não dão land rover pra fazer off road
A aventura é pular muro e buscar o rango de hoje
Pra que limusine no crime se no final do filme
o laudo aponta no meu crânio seis balas de rifle
Vaca enfia no cu sua bolsa seu colar
Não vai se masturbar, gozar vendo o pm me matar
Os moleques só precisam de um exemplo de glória
ver um da favela vencendo sem pistola

refrão:



Não quero o poder que o sistema oferece
Através do refém cusão fazendo presse
Quero nome na calçada da fama sem morte ser exemplo
de vitória sem fuzil no carro forte (2x).

Presidente põe a primeira dama no puteiro
Mesmo com mil clientes vai ter nojo do dinheiro
Nota suja com lágrima fruto de dor
Não tem valor é conquista sem sabor
Quem não preferia sem velório
Comprar um carro com computador de bordo
Pedir pro corretor a conta pra depositar
Pra amanhã eu pegar a chave do ap de vista pro mar
Queria minha filha na montanha russa
Sem lembrar do grito de dor de nenhum filho da puta
Também sonho com o mundo sem grade sem lança
Sem miolo de segurança perto das crianças
Imagino o sorriso do tio mais humilde
Trocando maderite por uma goma estilo alphaville
Tendo cep endereço pra nunca mas no crediário
Ser discriminado porque é favelado
O cu critica mas insiste em acabar de fau
Quem de quintal tem esgoto com porco tipo curral
A criança que não anda só tem um problema
Não ingere carne nem leite desnutrição extrema
Barrigudo, inchado só pro sistema é saudável
Com o sistema neurológico afetado é robô pra ser dominado
Na certa não vai almejar cargo político
Mas vai mandar fita de vídeo torturando seu filho

Refrão:

Não quero o poder que o sistema oferece
Através do refém cusão fazendo prece
Quero nome na calçada da fama sem morte
Ser exemplo de vitória sem fuzil no carro forte (2x).

Igual os ricos driblei todos os convites
Hoje era pra eu ta fazendo atentado com dinamite
Explodindo o fórum matando promotor
Lançando um Best Seller as mil faces da dor
Eu disse não pro magnético com senha com tudo
Era só por o clone digitar pra ter o lucro
Pensei no carrinho lotado no Extra
Também no diabo rindo com buracos na minha testa
Vejo os manos oferecer tv computador
Da carga que catou e o satélite não rastreou
Pentium, laptop, sony vega, Philco plasma, plaque de nota bala
Mas no fim ser como acaba
Ganhei outra carta da cadeia em tom de despedida
Indo pro saco envenenado porque matou policia
No gabinete do político tem seu boneco
Igual ritual vudu enfia agulha e bate o prego
Te faz ir pro aeroporto buscar sua chance
Engolir droga e na Europa tomar laxante
É um 147 um carro forte com grana
Só de bazuca assina o nome na calçada da fama
Engaveta seu sonho de gerente contábil
Não tem carteira pra você estudar sentado
Meu povo quer cargo político poder aquisitivo
Não quer status com sangue de rico

Refrão



Não quero o poder que o sistema oferece
Através do refém cusão fazendo presse
Quero nome na calçada da fama sem morte

Ser exemplo de vitória sem fuzil no carro forte

(4x).

13.3.08

Dia 20 de Abril show na praça das moças em Diadema com Fato Realista (vídeo)

Welton, pique loko na cena! Fato Realista, sem nenhum problema!
Fato Realista narrando a real, com ódio lapidado sentimento normal.





Sarau da Cooperifa


Ontem fui a mais um Sarau da Cooperifa, movimento que vem fazendo muito barulho na cena cultural de São Paulo. Antes do ínicio do sarau, conversei com o mano Mamba Negra, que versa muito, é dele a música do Pocotó que é descontraída e esculacha os embalos da quebrada, os alienados de plantão, que só pensam em roupa de marca, tênis e dinheiro, e que querem dar uma de malandro. Conversamos sobre o saudoso Sabotage, sobre suas músicas inéditas, sobre a importância dele até hoje no RAP em geral, e também sobre os grupos da elite do Rap Nacional, Racionais Mcs, Facção Central, Realidade Cruel etc, a importância dos grupos sobre o RAP, a estruturação do RAP. Com gritos de entusiasmo o Sérgio Vaz dá ínicio a mais um Sarau, a mais uma noite mágica, dentro da nossa periferia. Os poetas declamam suas poesias, com o sereno da noite, e o barulho calmo de chuva caindo lá fora, muita sabedoria num lugar só, muito povo lindo e inteligente num lugar só. É quando sou chamado pra recitar, fiquei surpreso, não tinha nada em mente pra recitar, na frente do microfone nada vinha na mente, quando eu comecei a disparar: è o terror, meu estilo, meus panos de guerra, comunidade do morro que não se rende a lei da selva, eu sou mais um! parceiro desse submundo, trazendo as notícias não só por alguns segundos. Recitei a primeira parte da música "é o terror" do GOG lá de Brasília, um dos mestres do Rap Nacional, o poeta do Rap. Mais poetas recitando, mais gente se auto-entusiasmando, mais poesias cortejando a noite chuvosa de São Paulo. Dois poetas que me chamaram atenção foi um mano que recitou uma poesia sobre as "Paty", e o Mano Mamba Negra, que recitou sua homenagem ao pocotó. Muitos momentos lindos da noite que foram encerrados com o: " de tênis all star, de cabelo black" do preto Wiil do Grupo Versão Popular, parceiros fortes. E assim terminou mais um lindo sarau, mais uma noite mágica com certeza, com a benção da chuva que caia, e eu também fui abençoado, tomei bastante chuva até o ponto de ônibus. Valeu Cooperifa, é tudo nosso, é tudo nosso, é tudo nosso!

11.3.08

Fato é fato

" Pra mim 100 mil playboys, não vale UM favelado!" Facção Central

Fato é Fato

Descendo a ladeira, vejo vários tiozinhos sentados na calçada, com algumas garrafas de cerveja já tomadas. A maioria são já aposentados, muito deles ainda trabalham, fazem bicos. Posso ver que algum deles, passaram a vida inteira trampando em alguma obra, pra construir alguma coisa, que eles jamais vão desfrutar, vendo de vez em quando o Arquiteto ou Engenheiro, nojento metido à fresco, passar com a cabeça levantada e o nariz empinado, só por quê cursou escola cara e universidade se acha melhor que o humilde nordestino. Penso em como a vida é, trabalhou tanto, pra depois a diversão ser apenas a cachaça e a novela na televisão, vez em quando um carteado.
Mas adiante vejo alguns moleques, tão conversando sobre alguma coisa, tudo adolescente entre 14 e 17 anos, o assunto eu já sei de cór, devem estar falando de alguma moto, mina vadia que rodou a banca, dinheiro ou simplesmente jogando conversa fora. Na comunidade existe telecentro, um local que oferece cursos, percebo que eles participam também dos projetos, mas mesmo assim o tempo que resta, é a rua que vai preencher. Nada contra a rua, pois a sabedoria, a malandragem de verdade, vem dela, mas queria eu que mais coisas interessantes fizessem parte da vida deles, pois eu também sou um jovem sei o ritmo daqui.
Chego na avenida, atravessar nesse trecho é difícil, mas quem é o louco de ir até o farol lá no cafundó do Judas, e atravessar na faixa. Vejo que o trecho do corredor de ônibus que estava pra terminar foi concluído, até que enfim, essa artimanha do governo é conhecida, perto da eleição, termina a construção. Subo o escadão, daqui de cima da pra ver, o quanto somos grandes e pequenos ao mesmo tempo, o que rodeia são casas, a maioria sem acabamento, mostrando o contraste da periferia.
Lembro de uns Raps que tenho ouvido ultimamente, lembro dela, lembro de várias coisas ao mesmo tempo, minha mente é uma arma, mas tenho que mante-lá engatilhada. Aqui nessa rua que eu passo, não tem ladrilhos, nem pedrinhas de brilhantes, álias nem tem asfalto, mas à diante a outra rua tem asfalto, chego na casa do mano.

- E ai mano beleza, tava dormindo?
- Tava nada mano.
- Ficou sabendo do Facção, os caras tão brigado.
- Ai é embaçado mano, tem que ver isso depois.

O ensaio começa, a base no som dá o tom da letra, começamos a versar, essa é a nossa cultura, esse é o Hip-Hop de rua, o RAP muito criticado, mas também muito amado. Ensaiamos algumas músicas, as vezes rimos dos próprios erros, e de vez em quando paramos pra conversar sobre o grupo. O ensaio termina, trocamos mais algumas idéias, e depois vou embora, é finalzinho de tarde, muitos voltam do trabalho, muitos voltam da escola, e muito ainda vão ir pra escola, luta que é através de muito suor. Fico pensando calado, só pensando, pois fato é fato.

Renato Vital escritor poeta e Rapper do Grupo Fato Realista da zona sul de São Paulo.

10.3.08

Eduardo e Dum-Dum não se falam e Facção Central pode estar com dias contados

Uma informação muito séria passada por um mano interado do RAP, seria de que a dupla que forma o grupo Facção Central, Eduardo e Dum-Dum estariam brigados, e o Facção Central estaria com os dias contados. Nós fãs e seguidores do grupo, esperamos que seja algo passageiro, que essa fase ruim do grupo passe o mais rápido possível. Procurando respostas concretas, eu Renato Vital, telefonei pra casa do Eduardo um dos integrantes do grupo, mas a sua esposa e assessora do grupo, Fátima, não se encontrava em sua casa, portanto não consegui contato com o grupo até a presente data. Essa situação que envolve o grupo é muito séria, pois o Facção Central hoje no cenário do Rap Nacional, é um dos mais importantes grupo, se não for o mais importante atualmente. O Facção Central tem vasta carreira, começou ela em 1988, e persiste até hoje, com letras contundentes e bases fortes que formam a cara do grupo que atrai milhares de jovens até os seus shows por todo o Brasil. Tentarei contato com o grupo mais algumas vezes, e em breve trarei mais informações. Renato Vital preocupado, muito preocupado com essa situação.

Satisfação total

Pra quem acredita nesse blog, e pra quem não acredita também. Satisfação total em poder passar informação que nenhum outro veículo de comunicação passou, veja esse comentário abaixo do mano Rogério do Campo Sul, Jardim Nakamura, região do Jardim Ângela:


Comentário do Mano Rogério lá do Campo Sul Jardim Ângela.

" Ai Realmente XAPADO o show eu tava presente Campo Zona sul é tudo nosso sou residente do jd naka ...ai vlw pela moraL pro bairro adorei procurar no google SHOW NAKAMURA e encontrar alguma coisa ... TAMO JUNTO "

Agradecido mano, continuem acompanhando o blog do louco aqui, que é tudo nosso parceiros.

9.3.08

Show do Rappin Hood é loko.

Aconteceu agora a pouco, no Jardim Nakamura, região do Jardim Ângela, o quebrada cultural, que teve shows do astro do samba Sombrinha e do Rapper e apresentador de rádio e televisão, Rappin Hood. Acompanhe uma das letras cantadas por ele no show:


Rappin Hood - US Playboy

Um dia num role eu fique observando
a diferença entre os playboy e os mano
Simplicidade de um lado, luxúria do outro
Um tá bonado, outro com a corda no pescoço
Playboy com medo, preso dentro de casa
Com muro alto, segurança, cão-de-guarda
Na subida do morro é diferente
Vacilo, bicho pega e pega quente
Muito mais irmandade entre a gente
E o sonho é levar vida decente
Bem diferente, batalha o dia inteiro
Enquantos os boy só se preocupa com dinheiro
A socialite gosta de viver na boa
Mas não tem dinheiro pra comprar uma coroa
Sente nojo, esnoba o meu povo
Então presta atenção porque eu vo falor de novo
Refrão
Os playboy tem carro, tem poder e tem dinheiro
Mas não tem sossego, não tem sossego
Quem vem do morro não tem medo de assalto
Anda no asfalto, na paz sossegado
Os playboy tem carro, tem poder e tem dinheiro
Mas não tem sossego, não tem sossego
Quem vem do morro não tem medo de assalto
anda no asfalto, sem temer "mãos ao alto"

Dentro da violência, essa é a conseqüência
Meu povo tem carência
Vive sem assitência
Sem consciência, na mais pura demência
Na dependência de quem pediu falência
É embaçado, muito complicado
Não investiu no povo e agora tá ferrado
Inclausurado, assistindo a notícia
Vendo o povo pobre virar caso de polícia
Tá na TV, todo dia passa
E o playboy folgado ainda assiste e acha graça
Assim o tempo passa, e chega a eleição
Rico se elege e vai roubar mais um montão
Quem é ladrão, pergunto a você
Quem rouba engravatado ou quem rouba pra comer?
É lamentavel, a verdade dói
Mas pobre quer dinheiro e quer ter vida de playboy
Refrão

Os playboy tem carro, tem poder e tem dinheiro
Mas não tem sossego, não tem sossego
Quem vem do morro não tem medo de assalto
anda no asfalto, na paz sossegado
Os playboy tem carro, tem poder e tem dinheiro
Mas não tem sossego, não tem sossego
Quem vem do morro não tem medo de assalto
anda no asfalto, sem temer "mãos ao alto"
Mãos ao alto, mãos ao alto,
mãos ao alto (isso aqui é um assalto!)
Mãos ao alto, mãos ao alto,
mãos ao alto (isso aqui é um assalto!)
Mãos ao alto, mãos ao alto,
mãos ao alto (isso aqui é um assalto!)
Tá ligado!?
O show foi em homenagem à sua vó, que foi velada no sábado, e ele guerreiro, sujeito homem que é, foi lá e honrou à favela até o último e fez um ótimo show. isso mesmo Rappin Hood, é tudo nosso guerreiro.

8.3.08

DEIXA ACONTECER

"Deixa acontecer nossos momentos, mais desses momentos pra nós dois."! Renato Vital.

Apae

"Prevenir a deficiência, facilitar o bem estar e a inclusão social da pessoa com deficiência intelectual."

A APAE de São Paulo é uma organização social que atua no atendimento à deficiência intelectual e a outras deficiências relacionadas, do nascimento ao envelhecimento. Desenvolve ações de triagem neonatal, atendimento ambulatorial, estimulação precoce, educação especial, apoio à inclusão escolar, capacitação para o mercado de trabalho, arte e cultura e atividades sócio-ocupacionais.

Atende 1,7 mil pessoas e realiza exames laboratoriais em 300 mil recém-nascidos por ano.

Visite a APAE de São Paulo e conheça o trabalho realizado pela instituição.
As visitas acontecem às terças-feiras - 14h e quartas-feiras - 9h.
Agende pelo telefone: (11)5080-7123

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE de São Paulo) foi fundada no dia quatro de abril de 1961, por iniciativa de um pequeno grupo de pais de pessoas com deficiência intelectual em um sobrado localizado na Zona Sul da capital paulista. No início, os próprios pais e voluntários visitavam postos de saúde e cadastravam pessoas que possuíam familiares com deficiência intelectual buscando atender o maior número possível de crianças.

Em 2006 a APAE de São Paulo completa 45 anos de história, marcados pelo pioneirismo no atendimento à pessoa com deficiência intelectual e pela conquista do reconhecimento e credibilidade no trabalho dedicado ao cumprimento de sua missão.

É DIA 19 DE ABRIL EM DIADEMA, PRAÇA DA MOÇA:
1º SHOW BENEFICIENTE DA APAE DE DIADEMA
COM A PRESENÇA DE:

BLACK E WHITE

TIME DA CASA

AVANTE O COLETIVO

FATO REALISTA

HULK E (CANCIONEIROS DO GUETO)

AFIKA KIDZINSTINTO DE R.U.AENÉZIMO

- DJ NATO

ARNALDO TIFUDJ

DANDANJ.

BINTERNAMENTE

ORDEM PRÓPRIA

APOLOGIA POSITIVA

QUADRILHA SINFÔNICA

ENIGMAS D'PERIFERIA

3D HIP HOP

MUITO HIP-HOP EM PROL DE MELHORAS PRA ESSAS PESSOAS QUE NECESSITAM DE AJUDA SINCERA, E O HIP-HOP CHEGA PRA MOSTRA QUE ESSA É A NOSSA PROPOSTA"!

Batalhão de choque invade quermesse na Vila Missionária

Estavamos na quermesse da Vila Missionária mais conhecida como quermesse da rua do meio, eu Renato Vital o Welton e mais uns trutas do morro da Santo Afonso, curtindo de boa ( bom o som era o funk, mas deixa isso pra lá) foi quando exatamente às 1:50 da manhã aconteceu. O batalhão da tropa de choque da polícia militar, invade a quermesse, munidos de capacete, escudo, cacetetes, bombas de efeito moral e de efeito luminoso, fazendo com que todo o público presente, corresse rapidamente sentido contrário à eles, pelas ruas ali de perto e também pela avenida Yervant, avenida principal da missionária e Joaniza. Em quanto eu corria, via motos caídas pelo chão, pessoas com a expressão de espanto e desespero, e muitos revoltados pela tamanha ignorância policial. Dá-se um momento de calmaria, por uns instantes voltamos à andar eu e um colega, à população volta à correr, fazemos o mesmo, e mais em diante paramos. Vou procurar os manos e acho eles próximos a Avenida Yervant, é quando se escuta um barulho estrondoso, eram os policial covardes jogando bombas de efeito moral em direção aos cidadãos presentes nas imediações da quermesse, talvez querendo evitar que voltassemos pra quermesse novamente, policiais ignorantes e covardes. À correria agora é pela avenida Yervant, surge então uma manifestação dos cidadãos na sua maioria jovens, que estavam curtindo a quermesse de boa sem violência, todos na paz. os cidadão começam a manifestar jogando lixo e entulhos no meio da avenida, e começam também a chingar a polícia ( inclusive eu) de coxinha entre outras palavras de protesto. A polícia então começa à correr em direção de uma rua de ligação com à avenida pra dar um susto nos cidadãos revoltados, e começam também a jogar mais bombas de efeito moral e luminoso em direção à população. Mais lixos e entulhos são jogados no meio da avenida, alguns começam a ligar o som do carro em auto volume pra provocar os polícias covardes, que continuam caminhando na direção dos cidadãos que estão ainda na avenida, sem poder passar pelo bloqueio policial. Mais lixos são jogados na avenida, e após isso corremos, e entramos numa rua que dá acesso à um caminho pra voltarmos pra casa, em quanto caminhamos vamos ouvindo mais barulhos de bombas de efeito moral. Chegamos na quebrada, já eram 2:20, comentavamos o ocorrido, todos revoltados, e também com medo que sugisse na rua alguma viatura policial, medo da covardia policial. Muita correria à toa, não se sabe se a rua estava com liberação para o evento, nem se sabe o motivo aparente no qual a polícia e seu maldito Batalhão de choque, privou os cidadãos na sua maioria jovens, de tirar seu lazer na paz, que é o que estava acontecendo, estava tudo na paz e na tranquilidade, sem ninguém estranhar ninguém, sem ningém ferir ninguém. Alguém pode chegar e falar: mas será que não tinha ninguém fumando maconha, ou pessoas de menor bebendo bebidas alcoólicas? Sim até tinha sim, mas nada diferente das festas dos playboys, e das casas de shows particulares. E todo mundo ali estava curtindo numa boa, posso dizer isso, pois eu estava presente curtindo também de boa, e num ato de desespero todo mundo teve que sair correndo. Palmas pra ignorância dos robozinhos de farda, polícias ignorantes, no qual deviam respeitar ocidadão, não só uma parcela e sim todo e qualquer cidadão, pois todos pagamos impostos e queremos nossos direitos garantidos. Apesar de tudo, todos ficaram bem, o que é o mais importante. Renato Vital revoltado com tamanha ignorância, é nóis.

7.3.08

Eventos




Penteando o Cabelo da Barbie. (Por. Robson Canto.)

Eu tenho um amigo... Na verdade é um primo.
Como eu sei que ele não vai ler esse texto, devido ele morar em Pernambuco numa cidadezinha chamada Bom Jardim. Uma cidade bonita quente e abafada. Que eu já tive o prazer de estar nessa cidade. Fiz coisas boas como beijar na boca de uma mocinha muito simpática, generosa e a maior das virtudes sabia beijar. Bom voltando ao meu primo, quando ele tinha dezoito anos, ficou apaixonadíssimo por uma menina de quatorze anos. Como as pessoas desses lugares são muito conservadoras, foram contra o romance dos dois. E foram proibidos de se verem. Tudo isso, parece uma história de Aluízio de Azevedo ou Machado de Assis. Certo dia, já não cabendo dentro de si de tanta saudade da amada, meu primo não resistiu e ligou para ela.
- Oi!
- Oi!
- Tô com saudade!
- Também tô!
- Seus pais estão aí?
- Só mãínha, mas ela tá lá fora aguando as plantas!
- Quando eu vou te ver?
- Só na escola quando a gente voltar de férias!
- O que, que você estava fazendo? -
Penteando o cabelo da Barbie.
- Hã?
- Penteando minha boneca Barbie!
- Serio?
- É!
- Tá bom então! Tchau depois eu te ligo (Essa foi à última ligação dele).
- Tchau!

Meu primo ficou alguns instantes olhando para o telefone e pensou: “Eu sou um verme...! A menina ainda brinca de boneca!” Dias depois ele me ligou falando do acontecido. E isso já faz mais de dez anos, e sempre que a gente conversa eu digo pra ele “Vê se num vai ficar ‘penteando o cabelo da Barbie!’” Resumindo tudo isso: Leia um livro. Ouça uma música Tim Maia, Z´África, Cassiano, Sabotage, Cássia Eller, Negredo, Lenine, Gog, Bezerra e PeriAfricania. Vá mais a teatros, museus, sebos bibliotecas e livrarias. Faça cursos. Ande pelas ruas da sua cidade, conheça seus contemporâneos, faça amizade. Por que a vida é só uma. Não fiquem parados penteando o cabelo da Barbie.

Robson Canto é escritor, e não gosta da Barbie.

6.3.08

Avoação

"Vê-la talvez seja o oxigênio da vida, ou simplesmente o pulsar do peito e do coração." Renato Vital


Avoação

Caminhando num lugar, lentamente, nem sentia os pés no chão, teria eu virado um anjo?
Quem sabe. Mas adianta vejo uma menina correr, está descalça, mesmo com a neblina me cobrindo a visão, percebo que tem os cabelos longos, e a pele bem branquinha. Vou atrás dela, ela entra dentro de um lugar, todo florido e arborizado, me aproximo um pouco mais, e consigo identifica-la, não é possível, não pode ser ela, juro que fui deitar e... peraí, se eu fui deitar, só posso estar sonhando. Dou um grito que assusta ela, vira pra mim da um sorriso e um "oi ". Pergunto:

- O que faz aqui essa hora menina?
- Decidi vir caminhar um pouco, ao ar livre, e você?
- Eu tava dormindo e vim parar nesse lugar, pra falar a verdade, devo estar sonhando.
- Engraçado eu também acho que estou sonhando.
- Mas mesmo assim você está linda como sempre, está até brilhando mais.
- Nem tanto assim, tá exagerando.
- Sério, poxa aqui não tem ninguém, me dá a sua mão, vamos dar uma volta.
- A deixa eu aqui sentada nesse gramado, quer vir aqui também?
- Quero claro, mas me diz, lembra o que a gente conversou hoje, sobre nós?
- Não conversamos hoje ainda, esse dia, esse momento, agora, é único, é distinto dos dias normais, é um lugar livre aqui.
- Me desculpe então, me diz então, por quê se preferiu vir pra esse lugar?
- Lembra daquela poesia sua " num lugar sem sentimentos mesquinhos", então resolvi pensar um pouco assim também.
- É realmente, me recordo de ter escrito isso mesmo.
- Se lembra também do " cantinho nosso" ele é bem aqui, bem aqui.
- E essa eu escrevi antes de te conhecer.
- Foi por um momento pensei que fosse pra alguma musa de sua inspiração.
Neste momento pego na mão dela, e lhe dou um beijo lentamente.
- Renato, agora falando sério mesmo, o que você sente por mim, seja franco, verdadeiro, diga do fundo do seu coração.
- Não tenho como explicar, se eu disser que é paixão estarei mentindo, pois é maior do que isso, é algo mais intenso, verdadeiro e bonito.
- É mesmo essas coisas é difícil de se explicar.
- É mesmo.

Voltamos a nos fitar olho no olho durante alguns momentos, meus olhos lacrimejando, segurando bem forte as emoções que invadem o peito, pra de um vez não chorar lágrimas que vem do coração, ela me olhando, seus olhos brilham, penso em dizer algo que descreva o momento, mas é impossível, nada seria tão brilhante e bonito, nada como escutar só o som da respiração dela, descompassada e acelerada, e o calor das mãos dela nas minhas mãos, o corpo dela a a encostar levemente no meu, os meus sentidos à ficarem de uma vez, entregues aos dela, e minha alma, coração, corpo e mente entram em completa sintonia aos sentidos que ela me direciona, penso em beija-lá, o beijo sai molhado, inquieto, levemente dosado e muito adocicado. Ameaço dizer algo, mas ela não deixa, ela me impede de sequer abrir a boca e pedir pra que eu seja raiz junto a ela, a àrvore que dá os suplementos necessários pra eu viver, ela me impede de falar, me impede, por quê ela bem sabe que é raíz em mim, tanto sabe que não quer que eu repita, apenas diga eu te adoro. Ela me diz:

- Pôe sua mão aqui junto de mim.
- Sim claro.
- Seja o que for, teremos sempre esse sentimento.
- Sim teremos, com certeza sempre teremos.
Ela me leva pra junto de si, me abraça e me beija lentamente, com profundo carinho. Eu correspondo tudo fico calado, deixo que o momento fale por si só. Ela diz:
- Te adoro!
- Também te adoro.

È quando abro os olhos e percebo que fora um sonho, e que a realidade é forte e tão intensa quanto o sonho. E percebo também que nos gostamos tanto, por quê não tem explicação, não uma tão grande como esse sonho.

5.3.08

Fato Realista narrando a real

Fato Realista
Renato Vital, só mais um pobre loko!

Welton tem a solução basta você seguir
Todos com livros nas mãos tá na hora de invadir!

Ta aí só chegar, Fato Realista a burguesa vai chorar!



Refrão
Aqui é Fato Realista, Narrando a Real
Com ódio lapidado, Sentimento normal
Vem me censurar, não quero ibope
Por quê apartir de hoje, minha sigla é um revólver


Nas ruas de São Paulo, não damos ibope
Pra maluco manezão que se monta, feito um lock
Somos a doutrina do novo testamento
A bala de informação que atravessa o seu peito
A cultura é nossa, estrutura reforça
O que antes era negado por essa elite de bosta
O bom exemplo num é o rei da farinha
E sim a nossa rima que é forte e incentiva
Faz e acontece, som que estremece
O planalto central, o governo que se esquece
Esquece que banqueiro é nosso inimigo
Faz até campanha, pra aumentar os juros maldito
Somos o Fato Realista que tá na pista
Sem querer se achar, nem ficar de conversinha
Por quê Aqui o Rap é compromisso
E não dança do crew, nem a dança dos boyzinho

Refrão

Fato Realista, narrando a real!
Com ódio lapidado, sentimento normal!
Vem me censurar, não quero ibope!
Por quê a partir de hoje, minha sigla é um Revólver!








Sou tipo o Bin Laden das palavras
Que com o tiro certeiro derruba a muralha
Ou então como o Fidel Castro das rimas
Que com o tanque de guerra do boy passa por cima
Minha guerra é leal, guerrilha da palavras
Meu acordo de paz, só na base de suor e lágrimas
Falo de educação, cultura, tristeza e lágrimas
Da periferia, que se mantém no fio da navalha
Dois manos que querem mais melhoras
Respeito, dignidade, do político que não apoia
Pro mano entender, refletir e pensar
Que juntos, podemos mudar e revolucinar
Com o dom da palavra, dom da rima
Aqui é fato Realista, que não desanima
Vamos chegar e curtir
Também se informar e progredir

Refrão

Fato Realista, narrando a real!
Com ódio lapidado, sentimento normal!
Vem me censurar, não quero ibope!
Por quê a partir de hoje, minha sigla é um Revólver!