30.4.08

Poesia no ar é hoje na Cooperifa.





Dia 30 de abril 21hs
O Sarau da Cooperifa realiza pelo segundo ano consecutivo, o Poesia no ar, e vai encher o céu de São Paulo de poesia.Nesta noite mágica da periferia paulistana o sarau vai acontecer normalmente até às 22hs30, depois todas as poesias lidas, mais as mensagens e poemas dos convidados, serão colocadas em balões de gás (500 bixigas) e enviados via áerea para toda a cidade.Onde todos querem violência, nós poesia.Quem não puder comparecer no Sarau da Cooperifa neste dia, não se preocupe, se tiver sorte vai receber nossa poesia em casa, sem alarde, e abençoada pelo sereno da madrugada.


*Atenção: antes de ir para o trabalho ou para a escola Dê uma olhadinha no quintal, quem sabe...



Bar do Zé Batidão

Rua Bartolomeu dos Santos, 797

Chácara Santana

Periferia-SP

Infs. 58917403

29.4.08

Teu rostinho, teu carinho

Sentir
Teu rostinho, teu carinho
È bom demais
Inda tem teu cheirinho
que é bom demais
Tem ainda seu carinho
que é bom demais
teu seu rostinho coladinho
que é bom demais
teu rostinho, teu carinho, teu cheirinho
Vem vento e trás pra perto de mim
Esse bem, que só você me faz.

Obs: o amor não escolhe hora pra se manifestar, não escolhe tempo, nem fase, nem momento, O amor apenas sai de dentro do coração e se manifesta, assim como eu manifesto o meu com todo carinho, sentimento verdadeiro.

"Ainda que eu falasse a língua dos homens, que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria!"

Luís de Camões

Renato Vital poeta, escritor, e colunista do site rap nacional www.rapnacional.com.br

28.4.08

Favela Toma Conta 15 Edição foi um sucesso


Eu vou chegar, eu vou chegar, os sistema tá errado, os manos não desapontam, A favela toma conta.



Fotos e texto sobre o Evento que sacudiu o Itaim Paulista.

Virada Cultural

Virada Cultural aconteceu sem maiores alardes esse ano, já que o caso em destaque não é a cultura, e sim o caso Isabela. Cabeça membro da banca Fato Realista e eu Renato Vital mc do grupo, fomos para o centro, ver o que estava rolando, e também assistir ao evento de Hip-Hop " História do senhor tempo bom" um baile organizado pelos manos do hip-hop ao ar livre, na praça Ulisses Guimarães, que fez parte do calendário da Virada Cultural ( chora Kassab, que nós é vandalo!). Foram vários grupos desde o ínicio da noite, mas só chegamos quando um grupo de dança se apresentava no local, um grafite era feito do lado ( com as palavras sobre o Kassab que eu citei), não demorou muito e se apresentou no palco, o grupo Face Negra. Logo após o grupo Face Negra foi a vez do Matéria Rima agitar o público com letras, como o nome do grupo diz, que parecem matérias de escola mesmo, só que com rimas. Cantaram uma sobre o esqueleto humano, e uma sobre os moto boys, só faltou a que fala sobre os três porquinhos, mas o show foi muito bom. Depois foi a vez do Mc Jack, com muitos anos no Hip-Hop agitar o público com suas rimas disparadas, e também dar uma de dj nas pick ups, sem contar que logo o Thaíde deu as caras, e um salve pro público presente. Depois do mc Jack, saímos vazados, por que eu tinha que trabalhar no dia seguinte, sem deixar de relatar aqui , que o único evento que houve revista policial foi o evento de Hip-Hop, isso mesmo, só o evento do Hip-Hop. Quer saber de uma coisa, aê policia, vocês tem mais é que gelar pra nós mesmo, isso mesmo, vocês tem que gelar pra quem faz a diferença, tá certo que é injusto, e diria eu que é até um desrepeito e uma discriminação, pois nem eu, nem o Cabeça portavamos drogas ou armas, mas fazer o quê né, se o caras gela! Mas quer saber, tem mais é que gelar pra nós mesmo! Chora Kassab, Chora que nós é vandalo! Tem que gelar pra quem faz diferente, pra quem é revolucionário, e não pra boy no show de reggae ou de Música Eletrônica, os coxinha tem mais é que gelar pra quem é guerreiro de verdade. E no domingo fui assistir um show, que a tempos queria acompanhar, já que não pude estar no Itaim Paulista no Favela toma conta, fui ver o show da banda Ultraje A Rigor, que à muito tempo queria ver, as letras deles, de forma política, foram bastante comentadas na década de 80, claro que o público era bem diferente do que o do Hip-Hop, mas fui somente pra ver o show. É isso ai, Virada Cultural, sem treta, nem no Hip-Hop, nem nos outros estilos.

26.4.08

Fato Realista

Tamo descendo de Fusca
Só fitando a muvuca
Que se instala na rua
É no morro então suba
cola no moio e assuma
Que os manos interados
Tudo informado é raro
Somos conscientizados
Que só sabendo as leis
Seremos respeitados
O assunto do dia a dia
Enquadro de polícia
Quero mais pra periferia
Só com luta de sol a sol
Só com muita correria
Discriminam meu RAP
Dizem que é muito violento
Tudo conservador da elite
Ou então pobre demente
Falam que é som de bandido
Que não é som de gente
Mas não falam do cinema
televisão e festa have
No cinema, vejo otário tudo armado
Na televisão viado rebolando
mostrando o rabo
Na festa Have, meia dúzia de boy
Ingerindo extase, descontrolado
A polícia chega faz vista grossa
pros filhinhos do doutor
È sempre a mesma bosta
Três manos encostados no muro
é a brecha pros putos
Que se acham dono do mundo
Falar mal do movimento
Que mudou o futuro
De muitos jovens Brasileiros
Que hoje em dia são músicos

25.4.08

Destaque

Tá ligado, som novo,
algo raro, disparo
e Comparo os
versos do Cocão
loko da rima
e Desfaço
o que foi feito
Não no passo a passo
e Sim nos gueto
do Brasil que Desmunda
e na hipocrisia não atura
Som é rap, se que sabe
Num esquece, se faz RAP
Aqui na vila é absurdo
Vários tomando Breja
Tudo isso é absurdo
Vejo também Pobreza
Livros comprados
Menos tiros disparados
Machado de assis
com Akins
Poesia do começo
Ao fim
cheiro de rosas
Não de farinha
varios moleque na ativa
Sente o clima
A pegada e a fita
Escola, mulecada
Correria nas escadas
na mochila ele guarda
O material que se acha
Lápis, caneta e borracha
Caneta, compasso, destaca!
planejamento escolar
Num tem vai vendo
Periferia no sufoco aprendendo
vivão e vivendo
Trampando e colhendo
o fruto da revolução
um sorriso, um aperto de mão
de bike na cohab do miriam
Com vários irmãos
Refrão
Que destaque, de nike ou de corrente
se que sabe
Que destaque, não com livro ou artigo
E sim com arma e lança míssel
se que sabe
Sou eu welton na rima
louco aqui do Miriam
Não pago pau pra coxinha
tenho minha ideologia
Sigo em frente
com sede de justiça
Sempre fechando
com o fato realista
veja que piada
na placa de propaganda
sequestro não!
A burguesia se espanta
O medo é tanto
tem até bandeirão
apelando
Pra não ter corpo sangrando
playboy no porta mala
do carro chorando
é tipo a palhaçada
do sou da paz
paz é o caralho
burguesia eu quero é mais
violência não
Pois conheço o mundão
Mas vou tirar seu sono
Com meus versos tiozão
Vou seguindo a trilha
Eu to na missão
Com Renato Vital
Um grande irmão
chega também vem
Sempre na rima
Sempre contundente
Fato Realista!

Sarau Rap e resultado da prova do ETAPA

Estive ontem no Sarau RAP, na Ação Educativa, numa noite de poetas do RAP NACIONAL, pode se conferir só grandes rimas, grandes idéias. Cocão, Jairo, Dubod ( quem se lembra daquela introdução do cd do Sabotage, que se ouve: " Ei DUBOD"), Preto Wil, Michel ( elo da corrente), Raquel ( elo da corrente), Renato Vital, entre outros guerreiros do RAP NACIONAL. Enquanto o Brasil se preocupa com o caso Isabela, vários Rappers declamavam em forma de poesia, suas várias rimas ritmadas, em cima de um cotidiano. Sai de casa, e antes passei no Colégio Etapa, aquele que só filho de japonês, boy e paty tem acesso, pode parecer exagero, mas na verdade não é, ou será que algum pai de família da periferia, tem como desembolsar uma escola daquela pro filho, é claro que não, tanto é, que os únicos jovens de baixa renda que eu vi, foi eu, e mais dois ou três manos, e dos alunos que circulavam pela escola, não foi visto se quer uma pessoa negra, isso mesmo, não foi visto se quer uma pessoa negra, tanto mulher ou homem, a não ser na segurança, na limpeza etc. È esse o futuro se a gente não se mobilizar agora, os filhos deles serão os patrões, das crianças que nascem por aqui na periferia. " Salário Mínimo sem reclamação, não quer criar problemas, nem irritar o patrão" é assim que vai ser, se não houver união rápida, e cobrança dos direitos por parte da periferia. Bom depois do resultado da prova, e de uma senhora palestra, tirei 406 pontos dentro de 1000 possíveis, se for levar em consideração o colégio que eu estudei, até que fui muito bem. Depois de lá, peguei o metrô e segui pra Ação Educativa, chegando lá só idéia forte, como eu já citei aqui. Quando terminou o sarau, conversei com alguns manos presentes, e depois fui embora. É nóis.

24.4.08

Cantiga

Cantiga antiga, é pra boi dormir
Prefiro um rap que bate e faz sentir
Corações batendo, corações pulsantes
Bem melhor que Ouro e diamante
Dinheiro, é bom pra aliviar o bolso
Mas nosso sentimento é algo valoroso
Sorte dos bonado, que tão de importado
Dando uma de pã, mas pra frente é sequestrado
Quem quer violência, dar tiro na sequencia
É a polícia, e o crime que é a decorrencia
De um sistema que não educa, não da cultura
Os guerreiros do gueto, hip-hop e literatura
Queremos a paz, com certeza essa é a meta
Mas com justiça social, e não esmola pra favela
O rap é vida, é importante pra mim
Pena que a sua indústria, comporte só os vermes
Indústria fonográfica, pouco são os verdadeiros
Sabemos quem são os mano do arrebento
Arrebento não na bala e sim nas palavras
sabe o que é, que não atrapalha, não é canalha
Facção Central, Racionais, Gog, Negredo
O Rap chega e assusta seu governo
Realidade Cruel, Inquérito e visão de rua
O Rap é vida, o Rap educa
A286, Consciência Humana, Sabotage
Rap é compromisso, não é viagem
E a cantiga prossegue só pra você ver
Que aqui é só guerreiro lutando pode crer.

15º Favela Toma Conta é domingo

15º Favela Toma Conta é domingo

Quem apresenta? sempre ele Alessandro Buzo

Quem vai tá lá?

Se você colar, vai poder conferir:

Rosana Bronks, direto do Jardim Rosana, com seu novo cd Joga pra ganhar!

Tribunal Mcs, com seus sucessos faculdade de mil grau e pesadelo do sistema!

Carlão guerreiro da leste

Dudu de Morro Agudo

Beto Guilherme

Thaíde com seus sucessos!

ESSE EVENTO TEM O APOIO DA CLARO, PREFEITURA DE SÃO PAULO, DGT FILMES, AÇÃO EDUCATIVA, CONDUTA E DESSE BLOG TAMBÉM!VAMOS CHEGAR!

PERIFERIA-SP

Salve, salve pessoal que acessam esse humilde blog, estamos ai na batalha, no corre do dia a dia.
Ontem estive na Cooperifa, em mais uma noite linda, mágica, e com o pessoal, num respeito total, digno de PERIFERIA-SP, isso mesmo PERIFERIA-SP. Muita gente inteligente declamando, muita cultura, muita poesia, nesse lugar que é a PERIFERIA-SP. Até o teatro agora tem destaque, ontem um mano lá atuando, fez muita gente brilhar os olhos. Cantei a minha nova música, sentimento à lado, com direito a backing vocal meu mesmo. Noite linda, com a presença de Nino Mendes da 105 fm, voz que eu escutei muito no espaço rap. Isso mesmo, hoje tem sarau RAP e divulgação do resultado da prova que eu fiz no Colégio Etapa, do lado dos boyz e das paty, vamos ver se o maloqueiro se destaca no meio dos filhos de japa, paty e boy. é nóis.

22.4.08

Sentimento á lado

Salve o gueto, coração branco e preto
corinthiano nato, vivendo os venenos
Aqui na periferia, é corre noite dia
Uns na batalha, outros só na picadilha
Tento escrever, algo que vai pro papel
Num tenho palavras, eu olho pro céu
Vejo um céu azulado, com núvem, encantado
Penso no que diz o poeta sagrado
Que o amor vai estremecer o chão
Vai matar o vilão, vai dar o sermão
Já que to na batalha, vejo num é brincadeira
Gente que trampa, de segunda à sexta feira
Gente que ta na batalha, que ta de sol a sol
Alguns sonhando, em ser astro de futebol
Se eu tivesse uma arma, me pergunte você
Quais seriam, minhas atitudes pra viver
Que a injustiça é carne na navalha
O redmoinho que espalha a muralha
Foi aqui, encontrei gente no perrei
Correndo da polícia, flagrante nos burguês
Desculpa ai, se estou meio amargo
è que viver no gueto, tá complicado

Refrão

Viver no gueto tá complicado
é sofrimento, num metro quadrado
Vejos tristeza, também alegrias
Mas muitos sofrem no dia a dia

Aê tia, esse balde de roupa tá pesado
Os porcos tão se lixando pro seu barraco
Num quer saber, se você tá sofrendo
Querem seus ternos engomados e a merda do dinheiro
O tiozinho catando papelão ali na feira
Sua profissão está em alta na bovespa
Reciclador de objetos usados,
Papelão e metal, vão encher seu prato
Não de comida, e sim de frustações
Por quê aqui na guerra, só vilões
Os parceiros de guerra, que corriam pelo rap
Tão rebolando no funk, ai desmerece
Meu coração sofre no peito, tá abalado
Com o que vejo, os venenos, não é nada fácil
Dois loucos na missão, metralhadora de rimas
Welton e Renato, aqui é fato realista
Eu sei que é pouco o que sinto no peito
Sei que não tenho nenhum direito
Mas vamos ver, até quando esperar
Política, elite, amargura a incomodar

Viver no gueto tá complicado
é sofrimento, num metro quadrado
Vejos tristeza, também alegrias
Mas muitos sofrem no dia a dia

21.4.08

Entrevista Do Eduardo F.C. cedida ao portal vermelho



EDUARDO do FC da entrevista ao Portal Vermelho


Apesar de mais de 15 anos no dia-a-dia do hip-hop, nem sempre dá pra acompanhar os trabalhos dos grupos de rap.

O Facção Central é um desses grupos que somente agora comecei a conhecer melhor.

Isso de um ano pra cá, quando conheci uma pessoa muito fã do grupo e que começou a me passar aos poucos as músicas que não tocavam sempre nas rádios, a discografia, e tudo mais.
Foi a partir daí que me surgiu à idéia de tentar conversar e fazer um bate papo com o manos do Facção. Pois muitas vezes ouvi comentários positivos e negativos do trabalho deles, mas poucas vezes tive a oportunidade de ouvir a parte comentada, o próprio Facção Central.

O parceiro Nuno Mendes apresentador do Espaço Rap na 105 FM foi a ponte para que eu chegasse ate a Fátima, responsável pela agenda e organização administrativa do grupo.

De forma muito atenciosa e receptiva, ela agendo a entrevista.

Liguei para o Nuno Mendes e junto com ele formulei a entrevista para que ficasse diferente, atrativa e agradável, para o entrevistado, entrevistador e para o leitor.
Infelizmente na data marcada dia 26 de março o parceiro Nuno não pode me acompanhar, mas pra firmar a agenda segui em frente e procurei representa, segui até Zona Sul e as 17:00 hs estava em frente a casa do Eduardo, local combinado pela Fátima.

Na chegada fui recebido pelo André, rapper do grupo A.286, na seqüência pelo próprio Eduardo. Ele me apresentou os manos que estavam presente na casa e a própria Fátima que ate então só havia falado por telefone.
Infelizmente por motivo de força maior os demais integrantes do Facção Central não estavam presente. Mas o Eduardo que é como um porta voz do grupo, se encarregou de representar e tal.

Na TV da sala estava iniciando o Jogo Brasil X Suécia amistoso que celebrava a conquista do Mundial de 58.

Depois de alguns comentários sobre futebol onde Eduardo comentou ser Corinthiano, deixamos a TV de Lado e iniciamos a entrevista que você confere com exclusividade ao Hip-Hop a Lápis.


Beto: Como surgiu o Facção Central?


Eduardo: Desde 88 eu já cantava e freqüentava os bailes e tal. Mas rap mesmo eu comecei curtir quando eu ouvi uma fita do Thaide, que veio por vias tortas e tal. Meio complicado isso! Veio num gravador que um truta meu roubo tá ligado!? Ele falou: “Ai tio! Tem uma fita ai dum mano cantando rap”. Eu ouvi e falei “pô isso aqui e dá hora!” Ai eu perguntei como é que faz rap e tal, como que é isso ai? E falou, “Você tem que rimar o final de uma frase e tem que ficar igual a outra”. Eu disse “Haa, mais ou menos assim...” Ai ele disse “Pô mano! De onde você tirou isso?”. “Não isso eu fiz agora mano” e ele falou “Poxa você tem o Dom e tal...” Então a partir dali, de 88 em diante eu comecei cantar e em 89 por ai, comecei a ter contato com uns manos que acabaram se tornando a banda em 90. Só que ai a formação foi mudando e sempre eu e o Dum Dum permanecemos.


Beto: E já começou com o Nome de Facção?


Eduardo: Eu já tive outros grupos que eu não lembro o nome, mas é coisa de molecada. Quando você vai começa um grupo de rap você não imagina a dimensão que vai tomar, ta ligado!? você é muito jovem, nem pensa em ganhar dinheiro. O que você quer é colocar sua musica no radio. Teu sonho é que os cara te reconheçam e tal. Nós estávamos dentro dessa intenção. Escrevendo uma musica ali, tentando gravar aqui, até que em 92 nos conseguimos fazer uma primeira coletânea e tal, ai veio vindo...


Beto; E de lá pra cá, nesta caminha qual sua avaliação. O que mudou, melhorou piorou, tipo um antes e depois?


Eduardo: Uma coisa é você escrever um disco quando você é menor de idade tem 16, outra é escreve com 22, ou com 25 quando você é pai. Hoje com 32 uma outra visão então a cada disco esta dentro de um momento. Tem disco que você tava meio deprimido porque morreu um parente, tem disco que tava preso um mano seu e tal. E tudo isso influencia na hora que você vai escrever.
A cada CD que eu tava escrevendo eu tava tentando buscar o que tava a minha volta, buscando evoluir, buscando ler mais, me informar mais. Porque você começa a sentir a responsabilidade, você querendo ou não querendo. Então a partir do momento que você se informa mais, que sabe da necessidade e a carência da favela em ter acesso ao livro. Ter acesso a uma cultura de verdade, então se você tem este acesso, você absorve e coloca prus manos então foi isso que nos procuramos fazer.


Beto: O ano de 2003 me parece que foi um dos anos picos do Facção onde vocês tiveram premiações, destaques e tal ou não foi bem assim?


Eduardo: Não, eu não considero muito. Sinceramente eu acho que premiação é até valida porque de repente estimula os grupos a fazer um disco melhor porque ele sonha em ganhar tal prêmio. Mas a premiação de verdade a gente já tinha quando ia cantar na favela, na periferia, e é o publico fala: “mano agora ta da hora!” ou então, vem um cara tatuado com o nome da banda, um cara vestindo a camiseta. Isso pra mim funcionava como uma premiação, entendeu!? Mas é claro, você ouviu muito falar de Facção quando foi processado é obvio. Mas não vou atribuir, de repente, a ascensão do Facção a isso. “Agora quando o Eduardo escrever ele vai chegar na moral porque foi processado, os caras foram preso e pá. Agora os cara vão vir tremendo”. Mas foi ai a hora que eu falei não mano, a ideologia é essa, essa, e essa.
O boy já tomô tudo da gente, ele não vai chega aqui e também tomá meu cérebro. Então a partir do momento que nois, intensificamos aquilo que a gente pensava. Foi a hora que os cara começou a entender. “Pô ali dá pra confiar, porque o mano mesmo processado, mesmo censurado e perseguido os cara mantiveram a opinião, bateram o pé.”


Beto: Tem alguma conquista ou algo muito importante e especial na carreira?


Eduardo: Mano eu acho que a conquista foi você entrar num bagulho descompromissado e de repente para alguns manos se torna praticamente uma religião. Isso é uma conquista, porque financeiramente você não vai ficar rico ainda mais cantando o que a gente canta. A TV num quer ouvi o que você tem pra dizer, entendeu!? Muitas rádios num tocam, e muitas rádios ate tocam, mas você quer tocar tal musica e eles dizem, “não essa é muito violenta toca essa” Então você tá dentro de um ritmo marginalizado sendo um grupo marginalizado do ritmo. É complicado! Você tem que saber enxergar este tipo de conquista. Pô entrei em vários corações, ta ligado!? Que eu jamais imaginei, quando eu parei pra escrever o som. Era só pra parar pra dar um autografo, ouvir o som no radio e hoje o bagulho ficou muito maior do que eu podia imaginar.


Beto: Nos roles que a gente faz por ai, nas viagens, nos eventos atá mesmo em outros estados. Agente percebe um certo diferencial no fãs do Facção. Tipo num é só fã, é fanático tá ligado!? Vocês também sentem isso?


Eduardo: Sim eu vejo, o cara que curte rap, curte todos. O cara que curte Facção, é o Facção e mais um ou outro entendeu!? Não que seja o melhor, de repente até aprecia musicas de outras pessoas. Mas eu percebo que é uns cara que se informa, contesta procura saber. No show normalmente você imagina o cara que quer tirar uma foto e tal e os cara quer debater, que saber o porque, o que você disse. Então eu vejo um publico preocupado com o que tá consumindo, num é uns cara que ta ali alegre de chapéu, aceitando tudo que tá sendo falado. Tem grupo que quando, de repente, faz sucesso. Tudo que ele escreve vira lei. Hoje num é bem assim. Mesmo você tendo uma admiração, um sucesso, mas tudo que você escreve sempre é contestado, os cara sempre quer entender, saber porque é, porque foi.


Beto: E comum os manos querer ouvir o CD mas num tem a grana pra compra e tal mas hoje você já tem também o lance da Net, MP3 e tal, e a pirataria que vem junto com tudo isso, qual a sua opinião sobre este mundo multimídia?


Eduardo: Meu é tipo assim, o cara acredita que com a pirataria ele ta salvando o tiozinho da barraca, só que ele num entende o que ela ta matando.
Porque na verdade eu vejo inúmeras bandas, que tem um puta talento e não vão chegar, e não vão ser reveladas. Ele sabe que não vai vender CD, ele sabe que tem o custo da radio, da divulgação, da fabricação... só que na hora que ele quiser ter o retorno do dinheiro que foi investimento, num vai acontecer, porque a pirataria vai consumir. Então você já ta matando a banda que vai chega, que com essa banda ia ter o técnico de som, o iluminador, gerar vários empregos. Na raiz você já tá eliminado uma pá de talento que ia ta chegando.


Beto: Vamo fala um pouco da pessoa do Eduardo, em perguntas Rápidas, um bate bola:


- Família


Tudo né mano é o centro de tudo é o que te motiva a caminhar pelo lado certo.


- DEUS


Tenho minhas duvidas, tem dia que eu acredito, tem dia que não. Algumas vidas você sente abençoadas outras você se pergunta, por que aquela provação? Complicado vai do dia, tem dia que você ta com mais fé, tem dia que é menos.


- Uma alegria


A Família né mano a família e também o rap que só me trouxe alegria. Mas a família sempre vem em primeiro lugar.


- Uma tristeza


Tristeza eu tive várias, tive uma pá de parente que já morreu.


- A última vez que você chorou


A última vez que eu chorei, foi no ano passado quando a Fátima tava grávida. E ai era o menino, que eu sempre esperei, e ai morreu com quase oito meses.


- Um sonho...


Mano, ver o rap no devido lugar que ele merece, sinceramente não tenho nenhuma pretensão de ser milionário. Mas é como eu disse no inicio, o que eu esperava do rap ele me deu em triplo. Sucesso pra mim não é estar na tv, por mais que eu ache que a tv é nossa por direito. É uma mídia que é nossa, mas eu não tenho este sonho de encher um estádio ate porque quando você enche estádio 99 % ali veio porque você está na tv, porque você tá divulgado, entendeu!?


Beto: Hoje o hip-hop está inserido em vários processos de produção. Na musica, na moda, no entretenimento, no campo sócio-cultural, e até mesmo montando pequenos negócios, qual sua visão sobre isso?


Eduardo: Isso é uma conseqüência natural, entendeu!? Eu acho que o lado social dele é na hora que você ta escrevendo sua letra e isso não deve ser prostituído.
Claro que na hora que você ta fazendo um evento você tá pagando a banda, alugando uma casa, pagando segurança... Então você tem um custo, você teve um trabalho e merece receber por isso. Então tem que saber enxergar, não é porque o rap é uma musica de protesto, uma musica que a essência dela é reivindicar melhorias pra periferia. Que o CD tem que ser dado de graça, que o baile não pode ser cobrado, entendeu!? Isso não é se vender. Se vender é a maneira de pensar, a maneira de escrever...
Você tem que saber ganhar o dinheiro pra empregar este dinheiro no lugar certo.


Beto: Eu estou trazendo para você o livro Hip-Hop a Lápis e o DVD É Tudo Nosso! Você disse que já assistiu o vídeo, através de uma copia pirata, que chegou primeiro que eu. Então faça um comentário sobre o que viu e o que achou?


Eduardo: Totalmente valido! Achei totalmente verdadeiro, até porque não se preocupou de repente, em dar voz ao cara que tem um CD gravado, ao cara que faz show, ou que tem um destaque. Na verdade a preocupação pelo o que eu senti aqui é mostrar o verdadeiro hip-hop, esquecido lá do fundão do nordeste, lá em Minas, no sul.
Então eu achei que foi democrático todo mundo teve voz, todo mundo falou o que quis e o rap é isso. É a liberdade de expressão, por mais que a nossa seja totalmente marginalizada.
Aqui vocês trabalharam desta maneira, e eu acho que a verdade tem que estar sempre em primeiro lugar e foi o que eu vi aqui.

Beto: Dos trabalhos atuais do Facção Central, como anda os projetos, o que é que ta na rua e tal?


Eduardo: Agente ta trabalhando nosso CD, é um CD duplo com 24 musicas. A minha preocupação não é só o cara curtir, dançar, é ele entender o que eu escrevi. Porque mano, a carne um dia vai pro cemitério e já era, agora a obra é imortal. Então muitas vezes o cara ouve o CD e ainda nem compreendeu o que você quis dizer, entendeu!?
Eu não mastigo letra pra ninguém não, e é como eu sempre falo prus manos, “Se um cara com a 5ª serie escreveu, você tem por obrigação tenta assimilar e tentar compreender.” E os mano diz: “Pô mano, eu tive que ir no dicionário ver tal bagulho pra entender. Então na verdade eu tô estimulando a literatura, estimulando o cara a pensar um pouco mais, porque, e isso é o que acontece.


Beto: Pegando um gancho ai sobre esta questão de consciência dos manos e tal. Hoje tem vários parceiros do hip-hop atuando no campo social e político, você acha que isso é viável?


Eduardo: Claro que é viável, é o que eu tento sempre passar prus cara. Não existe apolítico, num tem como. Você respira política, tudo é política, entendeu!? A periferia vive a política, a guerra que existe aqui é política, então não tem como você se omitir.
Claro, você vai sentir a política de que maneira? Por mais que o cara fala a moeda tá forte, o mercado tá isso e aquilo. Você vai sentir mano, que o cara tá desempregado, a violência continua, as pessoas tão morrendo, os mano que você vê que quando tem acesso a escola eles terminam o ensino fundamental, o ensino médio, mas não sabem escrever o próprio nome. Não vão entrar numa faculdade, então você vai sentir a política desta maneira. Esta é a política que o povo sente é a mesma que a gente vê. E a mesma que a gente analisa. Porque por mais que diga “Haa! O fulano, siclano ele ta fazendo um governo socialista, um governo populista, ele trabalha com o povo” E na verdade você não vê isso, isso é só ilusão.


Beto: Circula um boato que o Eduardo vai fazer um trampo solo, e que por isso o Facção vai acabar, qual que é a real disso tudo?


Eduardo: Eu tenho vários projetos, mas ainda não tem nada decidido se eu vou fazer um solo. Agora é natural que você tenha varias visões, outras coisas que você queira cantar, entendeu!? O que eu sempre falo prus cara é que eu não prometi nada pra ninguém entendeu, o dia que eu falei que era imortal é porque era, se hoje num for mais, não vai ser mano.


Beto: Manda uma idéia prus manos da Nação Hip-Hop e pra galera que fortifica o Hip Hop a Lápis.


Eduardo: Mano, continuar perseguindo o rap verdadeiro. Continuar pela verdade que este é o caminho, e isto tem que ser o objetivo. Porque mano não adianta você querer camuflar a situação pra vender um produto pro público que não quer assimilar. Muito cara fala pra mim “Óh mano! Teu rap é violento e tal não vai chegar de repente no ouvido do playboy que deveria consumir” Eu Falo: “Mano! Ele chega aonde ele tem que chegar, nós temos que entender que isso é uma troca de informação entre nós. É a nossa cultura, é a nossa ideologia, é o nosso estilo de vida.” É tipo assim, um playboy vai olhar o DVD e falar: “Pô mano, uma pá de maloquero, falando uma pá de merda! Esse bagulho de ladrão e tal...! E na verdade nós sabemos a importância do trabalho e a revolução que ele pode tá conseguindo fazer na periferia. Entendeu? É isso!



Terminamos a entrevista. Agradeci ao Eduardo toda a atenção com a equipe do Hip-Hop a Lápis. Entreguei a ele um exemplar do DVD É Tudo Nosso! e do Livro. E pedi pra que ele socializasse o material pros outros manos e tal. Ele não perdeu tempo e me convocou para estar no dia seguinte na festa no Maria Maria. Com o Facção Central, Realidade Cruel, A.286 e Detentos do Rap. No dia seguinte estávamos lá, subimos no palco e pudemos antes do show do Facção falar e sortear o DVD.
Não posso deixar de registrar a Contribuição de forma direta para a realização desta entrevista do parceiro Nuno Mendes, valeu mano! Me acompanharam na entrevista o rapper Muxila, a Camila e a Drielle.
Beto Teoria é MC do grupo Teoria, fundador do grupo Teoria e membro da Nação Hip-Hop Brasil, integra a equipe do Ponto de Cultura Hip-Hop a Lápis.

Fonte: Portal Vermelho - Hip Hop a lápis

18.4.08

O amor muda o mundo

O amor é capaz de mudar o mundo

Fazer as rosas perfumarem tudo ao redor

Mesmo num jardim de pólvora

Sabe como povoar, o amor sabe mudar

O amor é como a chama que acende no meu coração

E queima ela de desejo, na hora que se tocam de paixão

O amor faz tudo, o amor é tudo

Amar é fonte de esperança é saber que depois disso tudo vem a bonança.

O amor é algo provido de emoção

O amor é o que bate no meu coração

O amor clarea a alma do poeta

O amor faz tudo, por um tudo que é o amor

O amor é tudo que é puro.

O amor muda o mundo.

Encontro com o Autor na Loja Suburbano Convicto

Dessa vez é com o Férrez, encontro com o autor comemorando um ano da loja Suburbano Convicto no Itaim Paulista, até hoje devo uma visita, mas já comprei já. Férrez e Alessandro Buzo no encontro com o autor se só encontra na loja Suburbano Convicto.

15.4.08

Sala de tortura

- Por aqui, tragam eles aqui.
- Vai, vai entre ai dentro vai!
- Meu pai tem dinheiro, minha família tem sobrenome, se vocês me agredirem, com certeza serão processados.
- Dane-se aqui não é policia, entra ai vai.
- Nossa, aqui tem serrote, tem martelo, tem até piano posso tocar uma música que aprendi nas aulas que tinha quando criança?
- Não esse piano ai se vai tocar sim, mas vai tocar bem fundo na sua alma, vai ser um "choque" em você!
- Sério, mas cadê minha esposa?
- Tá na outra sala de tortura ao lado.
- O quê, eu avisei, assim que sair daqui de dentro vou processar todos vocês, meu pai tem grana, vai botar todos vocês numa cadeia, seus pés de chinelo, sabê que é o meu pai, sabê?
- Sei, um bosta que nem você.
- Bom o senhor pode botar a perna aqui em cima dessa mesa?
- Sim posso, estava precisando de uma massagem mesmo, inda mais nessas minha andanças dentro de viatura do GOE, pra lá e pra cá, e tudo isso pra quê, pra provar que não fui eu quem jogou minha filha do apartamento.
- Sim vai começar a massagem.
- AIiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, perai por favor, não martela ai não, aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, não por favor, faca na unha não, aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
- Tá boa a massagem?
- Meu pai vai colocar todos vocês na cadeia seus porcos.
- Certo, Certo, quem é que matou Isabela?
- Num sei, eu deixei ela deitada, e depois voltei e ela tinha sido jogada do apartamento.
- Tudo bem, daqui a meia hora você confessa.

Meia hora depois...

Plantão da Rede Bobo: Pai de Isabela confessa ter matado filha, com ajuda de sua madrasta, que também confessou o caso, o casal alega ter sido vitima de tortura pelos policiais do GOE, hipótese até agora descartada pelo promotor responsável pelo caso.

14.4.08

Racionais Mc s na pela Europa

Mano Brown durante show em Portugal.

Realidade Cruel, dos barracos de madeiret, aos palácios de platina.

Sábado, 10 horas da noite, de repente ouço alguém me chamar.

Eai Renato!

Era o Cabeça, o mano que mora na cohab da Santo Afonso, e que leva muito a sério o RAP, junto com ele o Clebão, mano que gosta um pouco de tudo, estilo eclético, mas é um mano firmeza também, fuscão com o som no grau. Colaram pra trocar uma idéia, aquela idéia positiva de sempre. Como sempre o RAP é o assunto mais falado, e dessa vez não foi diferente, falamos do novo lançamento do Realidade Cruel " Dos barracos de madeiret, aos palácios de platina". De pronto ele me mostrou a capa, o encarte, eu fui vendo, e meus olhos brilhando, é claro que notei certa semelhança com o encarte do último lançamento do Facção Central, mas to ligado que é por ai mesmo, mesma pegada, mesmo estilo, mesma força de vontade. Um belo trabalho gráfico feito pelo Mandrake do site Rap Nacional, rap com modernidade, não quer dizer rap sem essência. Os músicos participantes também são os melhores possíveis, Renan do Inquérito, Gregory do Total Drama e por ai vai a ótima lista de cantores e compositores do Rap Nacional. Como também não poderia deixar de ser, pedi o álbum emprestado, pra que pudesse ouvir e apreciar, e logo mais adquirir ele. O álbum é completo e duplo, uma faixa se encaixa na outra perfeitamente, realmente uma produção esplendorosa, que merece todos os elogios de nós da mídia independente, pois a mídia que está ai, não presta atenção no que é nosso, e sim nas modinhas que tem por ai, mas isso é outra história. Fragrante, Douglas e karol estão estremamente afiados nesse novo disco, vale a pena conferir.


Bom por ter pego emprestado o cd do Cabeça, tive que compensar emprestando dois filmes, e o novo àlbum do U-TIME, que está muito bom também. Continuamos trocando uma idéia, ouvindo um RAP no talo, e quando foi 11:30 os manos tiveram que ir embora, mas valeu a troca de informação. É nóis.



Confira a Ficha Técnica do disco:
Produção Fonografica: Realidade Cruel e Porte Ilegal

Produção Executiva: Realidade Cruel

Co-Produção: Douglas e Flagrante

Produção: Mr.Kreu (MKF Estudio) e Du (Idéia de Periferia).

Músicos participantes: Tate (Eclesiastes), Renan (Inquérito)Gregory (Total Drama), MANDRAkE (Hórus), Moysés (A286) Nicóle (Inquérito), Klandestino, Bomba (Sacramento),Pop Black, Eduardo (Império Cristão), Léo (Idéia de Periferia)Du Martins, Davi Camargo e Lika.Violão e arranjos: Déio Lima (Resgate)Davi Camargo (Morador di Favela)

Projeto Gráfico:Capa, Encarte e Fotos:

MANDRAkE - mandr4ke@gmail.comD

Direção de Arte, Tratamento das imagens e Finalização: MANDRAkE

Confira a tracklist do disco:
Cd101-Dos barracos de madeirite, aos palácios de platina

02-Tsunami

03-A trilha sonora do gueto

04-Entre balas e rosas

05-O resgate

06-DEUS é do guetto

07-Vale da escuridão - Parte 2

08-Brinquedo Maldito

09-Atráz das grades de sangue

10-Gangsta Rap Nacional

11-Nos calabouços do ódio

12-Por que que voce não me fez te amar

13-Morador di favela

Cd2

01-A favela chora

02-No final do arco iris

03-Mesmo assim

04-Quem é você

05-O bonde

06-Ao menos uma vez

07-Triste vingança

08-Enquanto a guerra não parar

09-Colibri

10-Até os gladiador chorou

11-Quem sabe um dia

12-Jardins de aço

Já a venda nas melhores lojas, ou no site RAP NACIONAL www.rapnacional.com.br.

12.4.08

Coletânea do Luciano Huck

Segundo o Wilsão do Grupo de RAP Negredo, parceiro de blog e de correria, a coletânea organizada do Luciano Huck, é algo bom pro RAP ser ouvido e compreendido pela mídia.
Aos poucos vou falando sobre a opinião de alguns rappers, participantes e não participantes da coletânea. é nóis.

11.4.08

Isabela

Isabela tem 9 anos.

Mora com os pais na roça, sertão pernambucano.

De dia ajuda a mãe com os afazeres de casa, a tarde vai pra escola pra tentar ser alguém na vida,e de noite vai dormir e sonhar com sonho lindos e encantados, no meio do sertão sofredor.

No caminho da escola Isabela sempre encontra alguns amiguinho, com os quais vai caminhando e conversando de forma contente.

Seu pai que trabalha na roça, não perde muito o seu tempo com televisão, prefere arranhar na sua viola, as mais canções.

Sua mãe, entretida com os afazeres da casa, e voltando a atenção ao trabalho de lavadeira, de vez em quando arrisca uns versos poéticos no seu caderninho de receitas de bolo.

Durante a aula Isabela não conversa muito, é voltada pra matéria, pretende ser professora, por isso estuda muito.

Seu pai chega da roça de tarde, quase ao cair da noite, quando dá, sempre trás algumas balas, pra agradar Isabela e seus dois irmãos mais novos.

Naquela tarde Isabela parou em frente ao bar, os noticiários ferviam, mais uma morte em São Paulo.

Chegou em casa a mesma coisa, os noticiários só trazia essa notícia:



" Morre menina Isabela, que teria sido despencada pelo pai do apartamento."



Os pais delas comentam:

- Nossa é o fim do mundo né, matar a própria filha né!
- Pois é, e ainda dizem que ele é inocente, o a cara dele!

Isabela resolveu falar

- Mãe to com medo de morrer!
- Por quê menina, ficou besta é!
- Não é que to com medo!
- Medo de quê?
- È que a menina que morreu era rica né?
- É filha, é bem de vida minha filha, mas por quê o medo?
- É que se eu morrer num passo na televisão, pobre só é lembrado na hora da eleição, e quando morre num fica uma semana passando na televisão.

Renato Vital Escritor Poeta e Rapper é colunista do site www.rapnacional.com.br

10.4.08

Show Samba Rap do Viela Adiado


SABADO 07 DE JUNHO
APARTIR DAS 22 HORAS
FESTA MIX SAMBA - RAP - PANCADÃO

SHOWS AO VIVO COM:

PEDINDO BIS

CONSCIÊNCIA HUMANA

SAMBA DA PONTE

NEGREDO E CONVIDADOS

DJS CONVIDADOS:

DJ FORMIGA (RESIDENTE DO CAIPIRAO)

DJ ODAIR TREF (RESIDENTE VIELA DO SAMBA)

DJ ZOIO

ENTRADA 5 REAIS
MULHER VIP A NOITE TODA
LOCAL :VIELA DO SAMBA
RUA: JOSÉ MÁXIMO PINHEIROS SEM NUMERO. do lado da Avenida Godoy-continuação da Av. Sabim.
Capão Redondo - Zona Sul
INFO: 8744-5531.

Alunos da Unip fazendo trabalho sobre a Cooperifa

Ontem estava na Cooperifa, vendo os livros da biblioteca do zé, e de repente três alunos da UNIP me abordaram e começaram a fazer algumas perguntas sobre o sarau. Fiquei meio surpreso no ínicio, mas depois que eles se identificaram, fiquei tranquilo, e ai começaram a fazer as perguntas:

Como você começou a frequentar a cooperifa, Qual sua visão da Cooperifa, Qual a poesia que recita sempre, O pessoal tem participado da biblioteca, Como se identificou com o lugar.

Bom primeiro eu respondi, como já respondo sempre, que a Cooperifa é um quilombo cultural, que é o nosso espaço pra mostrarmos a cultura desenvolvida aqui na periferia. E que na Cooperifa temos o espaço que não teriamos no centro, e o centro é que olha pra gente. Ai me perguntaram se existe um preconceito, respondi:

" Não da parte da gente, mas é que sempre existe os pré-conceitos por parte de algumas pessoas de la. Não sei bem por quê, mas sempre existe estranheza quando vai nós, daqui pra lá. Mas não da nossa parte. "

Ai o aluno me pediu uma poesia pra que colocassem na matéria, emprestei pra eles à "Contravenções". Na parte que me perguntaram se os moradores estavam participando da biblioteca disse:

" Sim estão participando, apesar de os livros serem usados, são todos bons, verdadeiros clássicos da literatura nacional e estrangeira, a comunidade vêm participando muito sim"

Dai tiraram mais algumas fotos, e deve sair um trecho dessa entrevista, na matéria dos alunos da Unip sobre a Cooperifa. È isso ai, as faculdades voltadas pra o movimento cultural de periferia pra periferia. é nóis.

9.4.08

FESTA MIX SAMBA - RAP - PANCADÃO


SABADO 26 DE ABRIL APARTIR DAS 22 HORAS

FESTA MIX SAMBA - RAP - PANCADÃO

SHOWS AO VIVO COM:

PEDINDO BIS

CONSCIÊNCIA HUMANA

SAMBA DA PONTE

NEGREDO E CONVIDADOS

DJS CONVIDADOS:

DJ FORMIGA (RESIDENTE DO CAIPIRÃO)

DJ ODAIR TREF (RESIDENTE VIELA DO SAMBA)
DJ ZOIO

ENTRADA 5 REAIS
MULHER VIP A NOITE TODA
LOCAL :VIELA DO SAMBA
RUA: JOSÉ MÁXIMO PINHEIROS SEM NUMERO.
INFO: 8744-5531

15º Favela Toma Conta


Dia 27 o Itaim Paulista vai parar por quê vai acontecer mais um:
Favela Toma Conta edição 15
Shows com
- Thaíde, e seus sucessos Mãos pra cima, Senhor tempo Bom, malandragem da um tempo.
- Do bangue da Cosa Nostra, Rosana Bronks
- Tribunal Mcs, com os sucessos Faculdade de mil grau e Pesadelo do sistema
- O samba bom de Beto Guilherme
- Carlão guerreiro da leste
- Lançando seu novo àlbum: Dudu de Morro Agudo
E nas pickups durante os intervalos: King Nino Brown direto da Casa do Hip-Hop de Diadema.
Apresentação, sempre ele: Alessandro Buzo promovendo mais um show no Itaim Paulista.
É só colar que é nóis.

Enlatado


Nova colêtanea do Hip Hop nacional, é do Luciano Huck. Aquele que tem os rolex que vale 50 mil reais, que pagaria uma duas casas na zona sul de São Paulo. Quem fez a seleção de repertório foi ele mesmo, numa tentativa frustrada de enlatar nossa cultura. Fiz um manifesto pra demonstrar minha insatisfação com essa colêtanea, apesar de ter alguns guerreiros do Rap Nacional, num gostei disso não mano. Não caiam nessa, o Luciano Huck não faz parte da nossa cultura, não vai pra grupo não mano.

Manifesto
Estão querendo enlatar nossa cultura Hip-Hop, muito cuidado.

Não vão enlatar nossa cultura

HIp-Hop cultura de rua

Querem enlatar mais uma vez nossa cultura

Quem é do Hip-Hop é forte sabe o que eu to dizendo

Eles são tipo o lobo na pele de cordeiro

Chegam de mansinho, tentam se aproximar

Quando se vai ver, já querem tomar

Daqui a pouco vão dizer que foram eles que criaram

Afrika Bambatta vão querer deixar de lado

O rap eles querem, por que querem tomar

Tudo que não convém à eles, tentam modificar

Mas aquivenho me expressar

E falar

Que a podridão que a mídia nos joga

Não vai servir pra tranformar nossa cultura em comércio

Quem é vai se ligar

Que eles tão chegando de mansinho pra querer tomar

Aquele que promoveu feiticeira e tiazinha

Agora quer o Hip Hop como massa de modelar da mídia

Parafraseando Bukowski (Por Robson Canto).

Parafraseando Bukowski (Por Robson Canto).

Robson Canto chorou quando o Expressão Ativa cantou na Dor de um Lágrima.
Robson Canto chorou quando soube da morte do Bezerra da Silva. Robson Canto não sabe se vestir, não sabe falar, muito menos escrever. Odeia dicionários e baratas. Quando fica de pileque, fica sentimental.
Já freqüentou hotéis na boca do lixo que são verdadeiras espeluncas.
Ele teme viaturas da Rota no Heliópolis à noite.
Mas quando ele vê uma não abaixa a cabeça. Faz cara de besta.
Cara de besta é o que ele mais sabe fazer.
“Portanto, afinal de contas, ele tem um certo charme!”
Quando ele não tem o que fazer no trabalho, vai passear no cemitério.
Já ficou quinze minutos olhando o tumulo do Monteiro Lobato.
Ele é apaixonado por Salvador, mas queria morar em Recife.
Dizem que ele é confuso, na verdade ele é perturbado.
Perturbado com o quê?
Ele lê Bukowski como filosofia de vida!
Não tem como ele ser normal.

Escritor poeta e universitário Robson Canto escreveu o Noite Adentro que foi indicado ao Prêmio Hútuz 2007.

7.4.08

Na barra do catimbó



Lá pelas barras do catimbó
Ninguém se atrevia a ser o mandão
Catimbó valente e guerreiro
Botava todos pra fora aos sopetãos
Catimbó era quem mandava
Era o malandro número um da negrada
Catimbó valente se fazia presente
E encurvava qualquer mané
Que se metesse a bravo ou demente
Plínio pos vida
Vida nela mais só
Escreveu esse livro que se lê
Na barra do catimbó!
Renato Vital escritor poeta e Rapper e está lendo atualmente Na barra do catimbó de Plínio Marcos, também está lendo O jogador de Dostoéviski e um livro sobre fuscas. Paralelamente estuda pra cursar letras.

5.4.08

Entrevista do Renato Vital pro zine do Limonada

Entrevista do Renato Vital concedida ao Zine Trokando umas idéias do Walter Limonada.


01 - Diz aê pá galera quem é o Renato Vital e de qual quebrada ki você é ?

R- Salve limonada, salve manos e minas, companheiros que acompanham o zine do nosso amigo Limonada, então sou aqui do Jardim Miriam Zona Sul de São Paulo, mas precisamente Vila Clara mano. Então eu sou escritor, Rapper, blogueiro, poeta e trampo num mercado aqui do bairro mesmo, por quê cultura como todos sabemos, não dá dinheiro. É meio difícil falar de mim mesmo, mas tento ser verdadeiro sempre né mano.


02 - Comente sobre seu Blog...
Como fazer pra visitá-lo, que tipo de idéia você tenta passar pros seus leitores ?
R- Meu blog se chama Revolução na mente, Louco Inconseqüente, por quê desse nome, por quê não medimos consequências pra fazer da periferia um lugar melhor, pelo menos culturalmente falando, o endereço dele é www.renatovital.blogspot.com . Se vai encontrar lá fotos, vídeos, poesias e textos meus, além de notícias culturais e sociais. A idéia que eu tento passar é de que se é possível viver num lugar melhor, é possível nos manifestarmos, seja de que maneira for, desde que seja algo positivo pra nós mesmo, por quê quem tem que falar agora é nós, a periferia. Lógico que o blog é aberto pra todo mundo que quiser ver e comentar nele, mas nós da periferia temos que nos informar e protestar, pra elevarmos a auto estima e lutar também pelos nossos direitos, pois não somos pobres e muito menos carentes apenas não temos recursos financeiros,somos um povo que se acordar, tem muita garra e luta pela frente.


03 - Comente sobre o seu grupo de RAP, o "Fato Realista" ?
(Quem são os membros, ideologia, origem)

R- O Fato Realista é formado pelo Welton e por mim, contamos também ainda com o mano Valderes que está afastado do grupo por motivos familiares, e também meu irmão Marcos Vital no backing vocal. Nossa ideologia, é aquela né mano, protestar, protestar e mostrar caminhos também tipo incentivo a leitura, incentivo ao estudo e reforçar pros manos, quem são nossos inimigos na verdade. Nosso inimigo não é o mano que te olha de cara fechada, ele é um resultado do sistema capitalista e opressor, lógico que na periferia tem muita gente que ainda tem pensamento da elite, só pensa em dinheiro e em bens materiais, mas nosso inimigo na verdade tá rindo da gente, de terno e gravata, na política, na burguesia, acho que devemos ignorar e fazer por nós mesmo. Tentamos também não seguir modismos, e dizer que aqui ninguém quer rebolar ouvindo Créu, nada contra o cara que faz aquilo, por quê ele tá ganhando o dinheiro dele, mas é uma juventude que está em jogo né mano, são vidas, mas também jamais eu vou condenar o mano, só por quê ele faz aquilo, pelo contrário tentamos passar nas letras que a idéia é outra, é estudar, se informar, e curtir algo que vai te fortalecer e não te deixar estagnado ou conformado com a situação atual. Letras contundentes, letras mais explicativas, mas todas com um fundamento, dar uma idéia que a real é outra, a real e lutarmos por nós mesmos.

04 - Qual a sua opinião sobre o RAP ir pra televisão ?

Outro dia eu tava vendo que o jackson foi no Caldeirão do Hulk, ai eu te pergunto o que mudou de lá pra cá, nada, o Luciano Hulk não conhece o Hip-Hop, ele conhece dinheiro apenas . Aquele outro seriado que eu particularmente não curto, o Antônia, foram acho que cinco seriados, gastos em cada um mais de um milhão de reais, e o que mudou, quem se espelhou ali, acho que muita pouca gente. Ou seja a televisão já provou que não é nosso lugar, de maneira nenhuma, a televisão desoriginaliza e menti sobre os movimentos sociais sérios, como o MST, MTST, HIP-HOP entre outros. Uma ou outra emissora se salva como a Tv Cultura, mas na verdade o RAP não tem necessidade disso não, por quê o público que é verdadeiro, e quer o RAP vai atrás, não fica esperando na frente da televisão, e se ficar o máximo que vai ver é o Cabal ou o Gabriel Pensador em algum programa totalmente alienante. O certo seria canais nossos mesmo, rádios nossas, enfim meios de comunicações em que o diretor seja alguém que tem sensibilidade da causa, e não um bunda mole que anda de cherooke blindada, com medo de tomar tiro no farol e ser assaltado. Se eu fosse convidado, dependendo da emissora, não iria não, temos que ser resistência.

05 - O Hip-Hop e a Literatura... É uma boa mistura ?
Uma ótima mistura, não uma mistura e sim uma necessidade. Quem é do hip-hop tem que ser articulado, e quem é articulado tem que ler muito sobre diversos assuntos, inclusive livros feitos por nós mesmo. E também o que vai nos trazer conteúdo pra nossas letras, e abrir nossas mentes, pra debater contra quem vier falar da gente, vão ser os livros, então quanto mais o Hip-Hop ler, melhor, temos na literatura periférica o Buzo, o Férrez, Sacolinha, Limonada, Elizandra, Akins, Sérgio Vaz etc, e na Literatura clássica Castro Alves, Machado de Assis entre outros muito bons. É só começar por um assunto que tem interessa e boas leituras, por que dai pra frente é ler mesmo, ler pra se divertir, se informar, ingressar numa universidade pública e ler pra se identificar mesmo.

06 - O que você me diz sobre o Sarau da Cooperifa ?

A cooperifa é um lugar mágico mano, um lugar onde a palavra, a poesia estão em primeiro lugar, só quem é está lá tá ligado, por quê é um lugar pra verdadeiros, pessoas verdadeiras que estão na correria, na literatura. Muitos ali são pessoas importantes pra mim, como o Sérgio Vaz, que eu vejo como um líder, vejo como um mano que tá ali, lado a lado, pra te dar uma força, pra te incentivar. Cooperifa é um quilombo cultural

07 - Diz aê... Está em seus planos publicar um livro ? Pode nos adiantar alguma previsão ?

R- Tô pensando em lançar um livro de poesias, contos e crônicas, no segundo semestre, mas ainda estou arrumando ele, e tentando buscar um apoio, mas se não conseguir apoio, vou lançar mesmo assim. Mas to com calma pra isso agora, o importante é lançar algo de qualidade.

08 - Você acha que o nosso Governo atual, incentiva a leitura ? Porque ?

R- Incentiva muito pouco, lógico que é bem melhor que o de governos anteriores, mas é se vê muito pouco incentivo a leitura no Brasil. Deve até ter uma boa vontade por parte do presidente Lula, mas foi feita muita pouca coisa até agora no incentivo a leitura, é que ali se tá ligado né mano, tem muito tubarão envolvido ali que não se interessa em ver o povo lendo, pra eles é melhor o povo tá bebendo no bar, se matando com cigarro do que discutindo o livro do Limonada, do Férrez numa biblioteca ou centro cultural.

09 - O apoio da Família é importante ?

Muito importante, mas em casa mesmo não recebi muito incentivo pra ler não, apesar que a minha mãe sempre leu algumas coisas, e meu pai me dava dinheiro pra comprar gibi. Em casa sempre vi meus pais assistindo televisão, novela, programa fúteis. Mas mesmo assim eu acho que o apoio de sua mãe falar que você precisa melhorar sua voz numa música ( isso é real), seu pai apesar de não gostar de RAP e não ler, só o fato dele te apoiar na sua vida pessoa é uma grande vitória, algo que eu valorizo muito. O apoio familiar é muito importante.

10 - Firmezza ttottal, meu brother Vital...
Deixe aê contatos e sites onde podemos encontrar seus materiais:
Deixe uma mensagem e/ou um salve pros nossos leitores:

Bom vamos lá se vê textos e poesias minhas nos sites:
www.rapnacional.com.br onde sou colunista e no meu blog www.renatovital.blogspot.com informações sobre os corres, e muito mais. Gostaria de deixar um salve pra todos os guerreiros de bom coração que se encontram na luta, na guerrilha do dia a dia, e queria dizer também que só a insistência e a resistência trazem os frutos da nossa vitória.Vamos ler, vamos nos informar, vamos estudar, cada vez mais.


Facção Central e A286 Prepare as algemas.

Atividades

Escritor Férrez que esteve em Niterói pra mais uma palestra. Férrez, nem todos são, mas os que são representa!



Isso mesmo, Suzano está mil grau culturalmente falando, e com uma ajuda enorme do amigo Sacolinha Coordenador Literário de Suzano


4.4.08

Prepara as algemas

Letra bastante forte, e de conteúdo pesado, com palavras pesadas, pra mostrar a intenção dos Rappers que não se calam e não desistem. Tem algumas palavras fortes, mas como aqui a liberdade de espressão está em primeiro lugar, vale a pena conferir essa letra do Facção Central em parceria com o A286.

Música: Prepara as algemas.
Artista: A286 e Facção Central.

Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Aí sofredor, represento a sua dor)
Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Sou locutor do inferno, até a morte facção)

Moysés

Vem me prender se aqui meu ponto de vista é apologia
Já que seu plano de contingência flui alegria
Ele que mostra a alternativa, no Exército a melhor saída
Pra combater as milícias e atrair turista
E quem explica a epidemia química na policia?
De cada 100 gramas apreendida 50 some sem pista
Cansei da sua política de defesa ostensiva
Ação efetiva, não é vítima resgatada sem vida
Massageia o ego, vai. Mira e atira!
Se aqui meu protesto abala sua psicologia
Prova pro mundo que o Brasil tem moda retro-futurista
E que o futuro chegou em forma de parque otimista
Tenta me prender que seu poder de persuasão
Não vai enterrar outro sorrindo, sem luta e caixão
Meu rap tem compromisso, por isso não vai ser vendido
Se for pra morrer excluído, abre meu peito há tiro

Refrão

Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Aí sofredor, represento a sua dor)
Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Sou locutor do inferno, até a morte facção)

Reinaldo

Bem que eu queria tá cantando o sangue da vitória
E não o sangue derramado na guerra das causas contraditórias
Que só beneficia o Deus das armas,
A paz que você sonha aqui é como fonte sem água
Não espera me ver de joelho em reza de apelo social
Pregando esperança por capital, tipo o cu da Universal
Nem fudendo vão ver o meu filho rasgando a blindagem do Toyota
Nem batendo no vidro pedindo esmola
Justiça divina, democracia, tá na profilaxia
Nos 80 mil com hanseníase na colônia sonhando com a vida
Na composição da pinga que o fabricante não consome
Mas anda de iate na base do seu fígado com cirrose
O Brasil tem que entender que nem tudo é questão de estatística
Na imagem da criança distante da visão analítica
Sem dedos nos canaviais, sem estudo. Justiça ?
Só preso no cinto do carro arrastado com o cérebro na pista
As causas, comprovam o efeito devastador
Sua teoria lendária já não me ilude, morô
Sei a razão “Campanha contra as drogas”
Enquanto o lucro do estado é corpo com substancias tóxicas
Enquanto seu conforto for o fracasso da educação pública
Meu verso não vai ser Nobel pra musica lúdica
Se for pra se vender pra aparecer na série, no filme
Deixa o cuzão julgar meu som apologia ao crime

Refrão

Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Aí sofredor, represento a sua dor)
Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Sou locutor do inferno, até a morte facção)

Eduardo

6 litros de sangue derramados por corpo
300 mil litros anuais formam o nosso mar morto
Que evapora, condensa, vira chuva ácida
No solo germina raiva incurável pra anti-rábica
Cresceu o pântano em reação, desastre não natural
E d'um casulo surgiu uma espécie em meio ao lamaçal
A munição da CBC foi útero pro embrião
Da geração dos homem-bomba com fuzil de precisão
Hoje o tórax aberto é do chefe de polícia
Pra pressionarem o coração na massagem cardíaca
Juiz que condenou tem 20 guarda costas
Só pelo MSN vai ver a família escondida na Europa
Sem tecnologia nuclear, restou Protus e Sonar
Criamos ogiva R.A.P. da nossa bomba H
Em parasitologia fizemos doutorado
Pra enfrentar verme por verme até os não catalogados
Ignorantes que vendem matéria prima pro exterior
Pra depois comprar umas mil vezes mais cara como computador
Rap é o Midas que transforma morte em vida
Tirou do Eduardo a G3 com a sigla da quadrilha
Sem ele quantos mais abririam fogo
Na blazer do Garra com AK banhada a ouro
"Go down to floor, motherfucker!"
Tradução: Vai gringo filho-da-puta pro chão!
Se o rap incitasse o crime, Bush em São Paulo
Ganhava o translado do seu corpo pro Pentágono
Seu colete multi ameaça é produto Tabajara
Não segura 22 se o alvo for sua cara
Você respira porque a cultura de rua trava o rifle
Ela deu as indicações pro Nobel da paz pro chefe da Crips
Quem tem a mínima noção do cenário político
Põe a toca preta e ensina as letras do Eduardo pro filho.

Refrão

Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer
Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Aí sofredor, represento a sua dor)
Se o rap é o crime, prepara as algemas vem me prender,
facção e A286, até morrer Além do crime e da razão está o circo dos horrores
(Sou locutor do inferno, até a morte facção)

3.4.08

Ontem na Cooperifa recitei Uma Rosa

Depois de algum tempo, ontem recitei Uma Rosa na Cooperifa. Pra quem não foi, ou não viu no blog, pode estar relendo. Poesia Linda, umas das melhores que eu escrevi.
Dedico ela à Rosa P, é pra você tá, Rosa que eu adoro!


Uma rosa


Uma rosa está pronta pra invadir minha alma


Espero que ela não desencante, nem me ataque


Uma rosa que de bela, é mais uma cinderela


Espero que sejas, quem eu espero


Uma rosa de perto


Uma rosa em aberto


Não quero saber sua cor, nem seu cheiro


Quero apenas te-lá direito


Na minha vida cheia de devaneios!

1.4.08

Real Ditador



Quem é o real ditador


O cruel ou o devastador


O que prende as vontades de um povo


Ou o que prende as armas do opressor


Quem é o real ditador


O que prioriza sáude e educação


Ou o que capitaliza desde a mãe até o irmão


Quem é o real ditador


O que faz um povo rico de força de vontade


Ou o que late, late, late, e não morde


Quem é o real ditador


O que se torna revolucionário de guerra


Ou o que separa uma classe pra ter as riquezas da terra


Ditador quer por que quer calar nossa boca


Ditador que não cala, mas mata na calada


Ditador que muda a minha vida e a sua


Ditador que ganha lucro com doenças e fome nas ruas


Quem é o real ditador


Quem dita as regras por aqui não mostra a cara


Se esconde atrás de cerca elétrica e casa blindada


Quem dita as regras lá faz o que dá


Pra manter um nível pra um povo


Que sofre, e quer se modificar


Ditador pra mim não tem gênero


Mas tem que saber identificar


Tá ligado.




Renato Vital poeta, escritor e Rapper do grupo Fato Realista colunista do site rap nacional http://www.rapnacional.com.br/


contato pra shows, eventos ou mostras musicais renatovital2@yahoo.com.br


Apresentação do dia 5 cancelada

Foi cancelada hoje a apresentação do dia 5 de abril, e foi adiada pra 10 de maio, ocorreu alguns problemas, e teve que ser adiada a apresentação. Em breve eu confirmo com certeza, a apresentação de 10 de maio. Obrigado.