15.5.09

RAP a bomba homicida

RAP a bomba homicida



Não é mais do que você imaginava

Mas é mais do que você suporta

No máximo um concerto em Londres

Pra curar sua depressão e sua história



Queria ser feliz na megalópole

Mas o máximo que conseguiu

Foi uma Cherokee e um export

E um relógio suiço modelo sport



Não entende as rimas

Diz que é música pra maloqueiro

Investe seu dinheiro nos clássicos

Enquanto o estopim eclodi no mundo inteiro



Torce pro show terminar em briga

Mas as vezes não tem tanta sorte

Corre pra desligar o rádio

Se o som for mais forte



Imagina que é oriundo da américa do norte

Mas começou na ilha de BOB

Tenta difamar, vai pro show de rock

Gasta sete dezenas no ingresso pop



Ouviu Marcelo d2, deu o cd pro filho

Impediu que a bomba atômica atravessasse o vidro

Impediu que os tímpanos fossem invadidos

Impediu que seu filho ouvisse o som de bandido



Taxação não paga minhas contas

Por isso não me engano

Você me aponta como problema

Mas sonega imposto e não vai em cana



Sua lama, seus defeitos

Não fui eu que criei

Sou apenas o fruto da desordem

Acendo uma vela e digo amém



Seu filho também acende uma vela

No beco de alguma favela

Você não sabe, mas se perdeu

No encanto da burguesia bela



O meu RAP é homicida

Veio para matar

Alienação, ostentação,

Que sua classe empurrou pra ca



Não interessa seu relato

Cale a boca, nem vem com desabafo

O seu bafo é fedorento

Identico ao de um ralo



Você tem plano de saúde

Tem mercado, farmácia,

Mas sinto lhe informar

Muitas vezes lhe faltou vergonha na cara



Não sou moralista como você

Não sou tão capitalista como imagina

Sua privada está entupida

O cérebro consumista é a bosta corrompida



Se liga acabou a pilha

Tudo ainda é seu, mas imagina

Você não pode mais nos deter

Com sua fórmula idealista.



Renato Vital Poeta, escritor e Rapper.

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