10.11.08

Dona Lia descanse em paz

Nasceu no sertão Pernambucano na década de 30.
Enquanto o Brasil vivia o período da República velha.
Conheceu Bartolomeu Leopoldo, se casaram e digamos que tiveram uma grande família no sertão de Floresta, doze filhos.
Morou em casa feita de barro, com muitas dificuldades pra se vencer na vida.
Não sei ao certo quanto teve de estudo, nem como foi sua vida.
Apesar de ser minha vó nem sei o que ela viveu, o que presenciou.
Pude conversar com ela duas vezes apenas, quando tinha seis anos, e quando tinha dezessete anos, morei próximo dela durante um ano, mas isso não vem ao caso agora.
O que eu queria deixar aqui, é uma humilde Homenagem, pra uma mulher que soube o que é a vida, e enfrentou ela de frente, trabalhou durante sua vida inteira em Hospital municipal, imagina só a luta.
Assim como quando morreu minha tia não cheguei acreditar, e não acredito até hoje, ainda não caiu a ficha que minha vó morreu.
Assim que recebi a notícia mais de meia noite e meia, fiquei surpreso.
Não tenho peito, nem coragem pra encarar meu pai, nem pra falar nada, o que eu posso fazer é rezar pelo descanse da minha vó.
No momento não choro, talvez pela distância no qual fui criado dela, mas sinto que o clima ficou mais pesado depois da notícia. Espero que Deus de forças também pro meu pai prosseguir.`
Bom o que posso dizer mais, sei lá, Vó onde você estiver que Deus lhe de um bom lugar, e que esteja com a paz que todos sonhamos pro mundo. Daqui pra frente a estrutura da família lá, sei que não vai ser a mesma, mas vamos em frente.

Dona Lia DESCANSE EM PAZ, COM A PAZ QUE SONHAMOS PRA NÓS.

2 comentários:

Robson Canto disse...

Caiçara

Após uma semana no interior paulista: Ribeirão Preto, Bauru, Araraquara, Limeira e São Carlos, não exatamente nessa ordem. Eu fui para baixada Santista andei pela zona portuária conheci algumas pessoas. Principalmente dois caiçaras vagabundos da melhor qualidade. Ganhei até uma camisa da Portuguesa Santista à ‘Briosa’ como é conhecida.
Tomamos umas cervejas e umas cachaças, comemos peixe frito nos botecos da zona portuária.
Depois os manos me levaram para conhecer a quebrada onde eles moram a famosíssima favela do México 70 (lugar lindo). Fiquei impressionado com as casas de palafitas.
Uma senhora de setenta anos nos convidou para tomar café em sua casa, e eu fiquei pensando que eu tenho vizinhos a uns dez anos que nunca me convidaram ao menos para um cafezinho preto (claro que eu mesmo nunca os convidei para o mesmo).
Quando estávamos saindo do México 70 (adorei esse nome) passou por nós uma viatura da força tática e disse pro meu colega Jonatas:
- Aí caiçara, qual é fita?
- Fita nenhuma, a gente trabalha no porto, no galpão do açúcar!
Os homens da “lei” foram embora sem dar ao menos tchau.
- Esses caras, odeia os caiçara, pra eles é tudo ladrão!
E eu que pensava que era só favelado, negro e pichador que sofria preconceito.

Robson Canto escritor, trabalhador e amigo dos caiçara. (aí dona policia “nóis” dorme no barulho de vocês)

Salve México 70.



Hoje estarei no lançamento da humilde e escritora Eliane Brum.

Anônimo disse...

Todos temos um tempo por aqui, na Terra, nossa passagem é curta, mas necessária para vários aprendizados.. Pode ter certeza que a sua avó está aprendendo em outro lugar agora..


R.P Ushoua