4.11.11

Ninguém poderá julgar-me

As vezes tem coisas que tiram a gente do sério, a vida é tão pequena pra certos assuntos vazios.

Palavras são jogadas ao vento, pessoas que gostamos, continuam nos mal dizendo.

Vale a pena doar seu órgão pra alguém, seu sangue? As vezes fico pensando muito.

Mas procuro não pensar muito, pois quem pensa muito, fica com os cabelos brancos.

E já a minha velhice me preocupa, o filho que ainda não tive, e as coisas que ainda não fiz.

O que a vida vai me oferecer, é o que eu vou fazer pra merecer, será que o curso das coisas é assim?

Desprendo-me de assuntos que me aflijam, Evito confrontar-me, não quero dever nada pra mim.

Se sincero eu fosse, já teria morrido, por isso eu peço, não me peçam pra ser sincero o tempo todo.

Sinceridade é uma arma voltada pra si mesmo, você dispara e na mesma hora cai, é melhor ser o falso profeta.
Melhor que falso profeta, é ser insano, o tempo inteiro, tipo aquelas brisas que demoram mais, no meu caso, o tempo inteiro.

Viver no mundo dopado, sem ingerir alucinógenos, ou se for o caso tomar uma cervejinha de vez em quando.

Quando, a terra de ninguém tentou me ensinar a viver, eu cabulei a aula, ai é difícil tentar voltar no tempo, pra recuperar palavras mal colocadas ( desculpe, obrigado: palavras corriqueiras)

Me deitar nesse extenso chão chamado cidade, se portar como louco, perante toda a sociedade.

Fingir que as coisas te agradam, e não expor que algo te agrada, é assim que vivem os loucos por aqui.

Como a gente pode ser tão tolo, em pensar que eramos tão jovens assim, erramos, o tempo estava nos enganando o tempo todo.

Minha escolhas não condizem com minhas condições, equilibrio mental, equilibrio físico, e quem disse que alguém na terra, pode suportar o fardo pesado, somos todos fingidores, já que somos todos vítimas, dessa coisa chamada: vida!

Fingimos nos disperçar, quando aquilo que nos incomoda, jamais sai da mente, ou é uma lembrança que nos persegue todos os dias.

Viver um dia por vez é impossível, são milhares de vidas passando diante de nossos olhos, e pode acreditar: iremos pagar por todas elas, querendo ou não.

O nosso semelhante não existe, somos todos vítimas e cumplices de um mesmo corpo chamado natureza, e a natureza jamais se divide, ela é uma só.

Tolos são os que jogam a água sobre o asfalto quente, pensando que ela não voltará sobre a cabeça de nós.

Tolos são os que descrevem a vida, mesmo sem saber um pingo do que ela representá nos corações

Ninguém poderá julgar-me, pois somos todos vítimas do mesmo destino, da mesma razão.

Renato Vital é escritor.

2 comentários:

V.A.T.O disse...

Ninguém poderá julgar-me, pois somos todos vítimas do mesmo destino, da mesma razão. pode pá tiu da ahora .....

Anônimo disse...

Nóóóssa bateu na cara de muita gente por aí! hahaha salve salve maloca!

Robson Canto