29.9.08

Bicho Preguiça

Naquela selva existiam vários animais em extinção, vários que estavam com sua espécie ameaçada, e também alguns que existiam em excesso, é o tal do Desequilibrio ambiental. Eu passava por ali e ia comprimentando todos, um por um. Lógico que tinha as cobras venenosas, que tinhosas por natureza, tentavam me picar de sopetão. Essas não tinham antítodoto pro seu próprio veneno, eram peçonhentas e não peçonhentas, mas cobra é cobra, é bom não confiar.
Tinham outros animais também, a mula sem e com cabeça, os patos na lágoa, as aves e os ganços nas àrvores espreitando os outros, tipo leva e tráz, pombo correio ou algo assim.
Naquele dia a noite na selva iria rolar uma grande festa, os leões iriam fazer uma comemoração, pro grande Leonino, que acabara de conseguir outra façanha, em uma, de suas várias celebrações ali naquela selva. Como estava com bastante tempo, resolvi chamar o bicho preguiça pra ir comigo, presenciar aquela grande festa que iria rolar, com batuque e muito mais. Cheguei próximo a sua àrvore, e ele estava lá, paradão sonolento, e ficou me olhando um tempão até soletrar algo:

- E-A-I, B-E-L-E-Z-A.
- Beleza. Eai Preguiça, vamos colar naquela celebração que vai acontecer na floresta, você vai gostar, o Gorila vai estar lá, cantando pra nós, e então vamos?
-Que horas?
- Mas que pergunta imbecil, assim que a lua aparecer no céu!
- Mas ouve dizer hoje que é cheia.
- E dai?
- É que tenho medo de sair, as noite de lua cheia.
- Não precisa temer, vamos juntos esqueceu.
- Tá certo então combinado.

Logo após que sai, o Preguiça ficou coçando a cabeça, acho que tentava se lembrar de algo, não sei ao certo. Fui me arrumar, iria ser uma festança, que é muito se esperava naquela selva.
Chegada a hora, fui até a àrvore do Bicho preguiça, e desconfiei, tinham alguns colegas dele, como a tartaruga, a cigarra e o jacaré o esperando. Estranhei mais ainda quando ele disse que estava com pressa, quem já viu bicho preguiça com pressa?
- Foi mal mano, é que tinhamos combinado outra coisa, pra agora a noite, e havia me esquecido, podemos deixar pra outra vez?
- Que isso mano, não esquenta.
- Eu sabia que você entenderia.

Pra falar a verdade sai dali, sem entender absolutamente nada, mas enfim, a festa rolou melhor do que se esperava, todos os leões estavam com suas garras afiadas, e a festa rolou até de madrugada. No fim o Gorila chegou, e cantou pra nós. Festa boa da selva.

Renato Vital é escritor, poeta colunista do site rap nacional www.rapnacional.com.br e vive numa selva.

2 comentários:

Anônimo disse...

da hora o texto hein, Renato!

Curti

um abraço

Michel

dulixo disse...

Salve tiu...satisfação total...tamo junto na guerrilheira traficando informação...abração..paz ai na quebrada!!

Tubarão