22.4.08

Sentimento á lado

Salve o gueto, coração branco e preto
corinthiano nato, vivendo os venenos
Aqui na periferia, é corre noite dia
Uns na batalha, outros só na picadilha
Tento escrever, algo que vai pro papel
Num tenho palavras, eu olho pro céu
Vejo um céu azulado, com núvem, encantado
Penso no que diz o poeta sagrado
Que o amor vai estremecer o chão
Vai matar o vilão, vai dar o sermão
Já que to na batalha, vejo num é brincadeira
Gente que trampa, de segunda à sexta feira
Gente que ta na batalha, que ta de sol a sol
Alguns sonhando, em ser astro de futebol
Se eu tivesse uma arma, me pergunte você
Quais seriam, minhas atitudes pra viver
Que a injustiça é carne na navalha
O redmoinho que espalha a muralha
Foi aqui, encontrei gente no perrei
Correndo da polícia, flagrante nos burguês
Desculpa ai, se estou meio amargo
è que viver no gueto, tá complicado

Refrão

Viver no gueto tá complicado
é sofrimento, num metro quadrado
Vejos tristeza, também alegrias
Mas muitos sofrem no dia a dia

Aê tia, esse balde de roupa tá pesado
Os porcos tão se lixando pro seu barraco
Num quer saber, se você tá sofrendo
Querem seus ternos engomados e a merda do dinheiro
O tiozinho catando papelão ali na feira
Sua profissão está em alta na bovespa
Reciclador de objetos usados,
Papelão e metal, vão encher seu prato
Não de comida, e sim de frustações
Por quê aqui na guerra, só vilões
Os parceiros de guerra, que corriam pelo rap
Tão rebolando no funk, ai desmerece
Meu coração sofre no peito, tá abalado
Com o que vejo, os venenos, não é nada fácil
Dois loucos na missão, metralhadora de rimas
Welton e Renato, aqui é fato realista
Eu sei que é pouco o que sinto no peito
Sei que não tenho nenhum direito
Mas vamos ver, até quando esperar
Política, elite, amargura a incomodar

Viver no gueto tá complicado
é sofrimento, num metro quadrado
Vejos tristeza, também alegrias
Mas muitos sofrem no dia a dia

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