Me recordo que nunca tinha chorado como aquela noite passada, as lágrimas rolaram, mas o meu peito suportou tudo, e está qui firme e forte de novo. Meditei algumas coisas, e fiquei mais calmo, como se eu fosse um super heróis, livrando meu ser de mágoas passadas. A música me fez companheira inseparável, e mesmo que os tiranos das indústrias fonograficas tentassem me afastar dela, ela bate aqui no meu peito, ou como se disse naquela poesia de uma poeta moçambicana " nos tirem tudo, mas nos deixe à música... O canto que ecoaa pelos ares são aqueles mesmo, mas algo aqui dentro me diz, que apesar de tudo que existe de injusto na vida é preciso continuar.
Decidi sair um pouco, ou melhor sair um pouco não existe, ou você sai com o corpo inteiro, ou deixa ele em casa, então decidi sair muito. Trombei uns manos que tinhamos combinados de ir numa quermesse de rua, dessas que tem nas quebradas da perifa. Trocamos uma idéia antes, e logo depois rumamos pra lá, rindo demais e lembrando de umas fitas engraçadas que aconteceram. Essa quebrada que andavamos, não conhecia direito, fato que me preocupou por um instante, pois se caso decidi voltar antes, com certeza iria ter problemas pra acertar o caminho de volta. Chegamos no local e i.....:
- Mano aqui não está tendo nada.
- E agora mano.
- Vamos praquela outra que está tendo ali.
- Era só um carro tocando música só´.
- Era não se não viu o palquim...
Todos riram com o tal do" palquim" , e lá se fomos pra outra quermesse. Essa estava acontecendo mesmo, chegamos e ainda estava meio vazio, mas aos poucos ia chegando gente, e gente e mais gente.
Não mudou nada o veneno continua a rodar livremente na mão de jovens, adultos e até mesmo de crianças.
A música pra meu desespero, ainda é funk, e não tem espaço pra outro estilo, é só funk mesmo, não o funk do bom com já disse, e sim aquele mesmo funk carioca moderno da moda. Fomos comprar um veneno, eu continuo bebendo muito pouco, tomo alguns goles, e não sobem pra cabeça, a cuca fria, é melhor pra raciocinar com frieza, o que vou relatar depois, de ter vivido esses momentos.
Crianças presenciam e gostam das letras eróticas, eu penso o que será que essas crianças vão ser daqui a 10 anos, penso também que pra alguns pais, é melhor que os filhos saiam mesmo, pois assim dão algum sossego, é o que pensam alguns pais. Elas curtem, as vezes nem sabem do que se trata ao certo, só sabem que aquilo foi a única coisa, que os adultos irracionais conseguiram fornecer pra elas, como referência de algo, ou alguma coisa.
Vejo um carro da ROTA imbicar pra descer a rua, já penso que se descer vai dar merda, mas eles não descem, apenas olham e saem fora. Enquanto vinha caminhando pelas ruas percebiam algumas viaturas andando no meio das pessoas que iam pra algum lugar, olhando assim parece que eles estão do nosso lado, triste ilusão, vacilou é caixão e vela preta parceiro. Volto a tona com os manos rindo de umas minas que rebolavam pra tentar impressionar, um deles me pergunta:o que essa mina me responderia se eu perguntasse a ela, qual sua perspectiva de vida?
Respondi:
- Aproveitar a vida enquanto é nova.
Todo rimos, com várias gargalhadas, mas é a mais pura verdade, ás minas pensam em se arrumar e ir pra balada, ser melhor que a outra, ter mais destaque, quando não muito, pensam em arrumar um trampo pra se auto sustentar, ou pra ajudar a sustentar a família. É triste essa realidade, mas é a verdade.
O sono começa a bater, já são 2:00 da madruga, eu me seguro pra ficar de pé, o sono começa a ficar insuportável. Trombamos outros manos, começamos a trocar idéia, mas o sono é maior do que eu. O som continua rolando" rá é só baLA DA AK" , e sono a tomar conta de mim, me recordo que fique uns dois minutos quase dormindo em pé mesmo, com toda aquela "sonzeira" e no meio de todo mundo, juro que quase dormi. Vendo que não ia aguentar mais ( pois tinha acordado muito cedo), me despedi dos manos e falei:
- Vou embora.
- Já mano.
- Sim não aguento mais.
- Mas você vai acertar o caminho né.
- Vou claro.
E lá foi eu me embora, subo uma ladeira aqui, pensando na vida, pensando nas coisas, viajando comigo mesmo, e bêbado de sono, viro uma ladeira ali i...:
- Eai mano, se não tava na´outra quermesse.
-Ué esta´tendo outra aqui,.
-Sim atrás desse caminhão ai...
- Nossa eu tava indo pra casa
Eles caem na gargalhada...
- Mano se ia parar lá na Shopping Interlagos.
- ué não é por aqui.
- Não mano, se que é do RAP deveria conhecer a quebrada. (nada haver isso, pois todo mundo tem que conhecer a quebrada.
- I então como é que volta.
- o Sidney te leva lá de moto.
- beleza eu espero.
- Agradece a ele, é seu anjo da guarda.
- Que cagada que eu fiz mano, já pensou se eu não trombo vocÊs.
- é mesmo você tava fudido.
Aieu montei na garupa da moto, e lá fomos nós no sentido contrário do que eu estava me dirigindo.
Ele sai rasgando com a moto, peço pra reduzir pois eu estou sem capacete, ele fala: Beleza.
Penso comigo: " Já pensou se eu tivesse que vir tudo isso apé, inda bem que eu trombei esse mano, se não tava fudido mesmo.
Chegando no destino ele ainda brinca: Daqui vocÊ sabe ir né. eu respondo " lógico, ai também ja´e´demais né mano."
Agradeço a ele e vou rumo a minha casa, cansado e ainda sabendo que estamos cercados de inimigos por todos so lado, mas nada como uns amigos pra compensar né não.
2.12.07
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