Tua mãe chorou ao te ver amarrada
Tua mãe chorou ao te ver espancado
Trazidos, forçados e amarrados
Pra essa imensa terra da paz, da santa cruz
Estuprada pelo homem branco
Chicoteado pelos porcos insanos
Na pele e na mente, a dor maior
Ficou pra trás o sonho de áfrica livre
E trouxe pra essa terra, suas raízes
Tiranos malditos, te amarraram os pés
Te amarraram as mãos
Pra te castigar, te mutilavam, te jogavam ao mar
Pele negra sofrida, que o branco fez castigar
Arrancados a força, não escolheu vir pra essa terra
Rotulados até hoje, pela cor negra que marca uma era
Quem disse que seria fácil te matar
Capoeira, feijoada, samba, futebol é o que há
Quem achou que era o bastante
Diplomas fizeram tu mostrar sua inteligência brilhante
Surrados e maltratados na lavoura
Negros ilhados, nessa história louca
Um grito surgiu, ao ver a noite cair
Vem lá, vem lá, guerreiros de zumbi
Terror pra sinhazinha, e pro sinhozinho
Liberdade pro negro, agora não estava sozinho
Foram pro quilombo, viver dias não tão tranquilos
Mas a liberdade se era respirada
Pena que os malditos de farda
Acabaram com o sonho da liberdade alcançada
Mas Zumbi não morreu, Palmares não acabou
Até hoje o negro lutou, e sua liberdade alcançou
Na rua é difícil se falar em liberdade
Pois vejos tantos, atrás das grades
Analfabetos, jogados, numa grande confusão
Mas tem os que honram a luta do povão
Fazem jus ao nome forte, ao sofrimento do passado
São guerreiros, isso eu não abro mão do relato
Fazer jus ao sofrimento passado, é questão de honra
Liberdade pra mente e pro coração o negro ecoa
Olho pro espelho
Vejo minha pele branca
Sei lá, me espanta, pois eu nem tudo vejo
O cabelo crespo que carrego
O amor pela causa que entrego
Tem o sangue negro
Me chamar de negro, indígena, nordestino ou branco
Pro sistema é importante
Me chame logo de mameluco, caboclo
Pois vou gritar pro meu povo:
Liberdade pro povo negro!
Que isso branco, nordestino indío e negro?
Não me olhe com desprezo.
Não tolero o preconceito, e nem devo.
E se você for da luta, combater contra essa bagunça
Então grito logo, pra todo mundo ouvir como música:
VIVA O POVO BRASILEIRO!
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