10.6.11

HERÓIS DE ONTEM... HERÓIS DE HOJE - Antônio Conselheiro - A Guerra de Canudos é nossa!


NÃO PODEMOS PERDER A MEMÓRIA DE NOSSOS MAIORES HERÓIS E MÁRTIRES, PORTANTO, HOJE EU RENATO VITAL NESSE BLOG, INICIOU UMA COLUNA CHAMADA: HERÓIS DE ONTEM... HERÓIS DE HOJE. ESSA COLUNA VAI TRAZER PELO MENOS DUAS VEZES POR SEMANA, UM HERÓI POPULAR BRASILEIRO OU ESTRANGEIRO, POIS, SOMOS TODOS CIDADÃOS DO MUNDO. QUEM LUTA POR MELHORIA, NÃO ATURA INJUSTIÇAS, SEJA AQUI OU EM QUALQUER PARTE DO MUNDO.
E O PRIMEIRO HERÓI DESSA COLUNA, É ANTÔNIO CONSELHEIRO, GRANDE HOMEM QUE FUNDOU A CIDADE DE BELO MONTE, NO MUNICIPIO DE CANUDOS-BAHIA. UMA CIDADE LIVRE E IGUALITÁRIA, QUE DEPOIS O EXÉRCITO BRASILEIRO VIRIA A DESTRUIR DE FORMA IMBECIL E IGNORANTE.


ACOMPANHE AQUI SUA BIOGRAFIA:

Pequena Biografia de Antônio Conselheiro

No dia 13 de março de 1.830, nasce, no sertão do Ceará, na Vila do Campo Maior, Antonio Vicente Mendes Maciel, filho do comerciante Vicente Mendes Maciel e de Maria Joaquina de Jesus. Mais tarde viria a ter o apelido de Antônio Conselheiro. Desde sua juventude sentiu e percebeu as injustiças praticadas contra o povo pobre do sertão (composto por ex-escravos, indígenas mestiços) e cresceu nele o desejo de libertar este povo das péssimas condições em que viviam.

Tornou-se educador e missioneiro laico e, durante suas pregações pelo sertão, durante mais de 20 anos, foi deixando por onde passava as marcas de sua fé e do seu compromisso social, construindo, mediante trabalho comunitário, pequenas represas, capelas, cemitérios, etc.

Conselheiro casa-se com Brasilina Laurentina de Lima, sua prima, aos 27 anos. Quatro anos depois, Conselheiro flagra sua esposa traindo-o com um sargento em sua própria casa. Abandona o lar e vai para o Cariri.

Depois de vinte anos de peregrinação pelo nordeste ( ele perambulou pelo Ceará, Sergipe, Pernambuco e Bahia), amado pelo povo e visto como um messias ou um profeta por alguns, imcompreendido e perseguido pelas autoridades, Conselheiro observou de perto o atraso em que o povo se encontrava e o descontentamento que eles sentiam. Assim, resolveu, na última década do século XIX, pôr em prática seu objetivo de formar uma comunidade igualitária: Belo Monte (Canudos, no interior da Bahia). Rapidamente, a comunidade cresceu e tornou-se uma das maiores cidades do nordeste, com 25.000 habitantes. Organizada, religiosa, produtiva e comunitária.

A reação das pessoas de posses, dos políticos e de alguns setores da igreja, deu início à Guerra dos Canudos, que teve seu início em 1.896, a maior guerra campesina do século XIX. As três primeiras expedições militares foram derrotadas pelos sertanejos. A quarta expedição da polícia e do exército, formada por milhares de homens, potentes canhões e liderada por Artur Oscar, conseguiu, no dia 5 de outubro de 1.897, tomar a cidade de Canudos.

Todos os habitantes foram mortos (nem as crianças foram poupadas). Canudos virou cinzas, mas também tornou-se, por seu sonho e resistência, símbolo de luta e esperança de um outro Brasil.

Vítima de ferimentos causados pela explosão uma granada, Antonio Conselheiro morre em 22 de setembro de 1.897.

Biografia do Arraial de Belo Monte ( Canudos)
As casas do arraial eram muito simples. Na maioria, eram construções de pau-a-pique com telhados de palha e apenas uma minúscula saleta, um quarto e uma cozinha. Agrupavam-se sem nenhuma ordem ao redor de algumas praças e das duas igrejas, a velha e a nova. Isso fazia de Canudos um labirinto. E também uma fortaleza: a disposição das casas acabou sendo muito importante quando o arraial teve de se defender, pois dificultou a penetração das forças invasoras. No centro do arraial ficavam as duas igrejas. A igreja velha era a antiga capela da fazenda. Tinha sido restaurada, mas era pequena. Por isso começou a ser construída uma nova, que ainda não estava pronta quando Canudos começou a ser atacada pelas forças do governo. Com paredes de quase um metro de espessura, o templo suportou firmemente muitos tiros de canhão.

Parece que o Conselheiro não escolheu ao acaso o local para se fixar com seus seguidores. Canudos ficava completamente isolada e afastada de qualquer grande centro. Isso facilitava no objetivo de seu líder, que era manter-se distante da sociedade que ele repudiava. Mais ainda: Canudos ficava praticamente cercada pelos desfiladeiros das serras de Cocorobó, Calumbi, Cambaio, Canabrava e Caipã. A estrada de ferro mais próxima passava por Queimadas, a 130 quilômetros dali.

Alguns historiadores acham mesmo que o Conselheiro escolheu aquele local prevendo futuros ataques armados de seus inimigos. De fato, já em 1893, depois de mandar arrancar e queimar as ordens de cobrança de impostos em Bom Conselho, ele tivera de enfrentar a força da lei. O governo do estado da Bahia enviou um destacamento de cerca de 100 homens, sob o comando de um tenente, para prender Antônio Conselheiro e dispersar seus seguidores […] Já nesses primeiros combates fica claro que as condições da região favoreciam o Conselheiro e seu grupo, para quem o sertão era terreno bem conhecido. Para as tropas enviadas para combate-los, ao contrário, a caatinga era um obstáculo nada desprezível.

Pequena biografia da Guerra de Canudos


A situação do Nordeste brasileiro, no final do século XIX, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente. Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social. Em novembro de 1896, no sertão da Bahia, foi iniciado este conflito civil. Esta durou por quase um ano, até 05 de outubro de 1897, e, devido à força adquirida, o governo da Bahia pediu o apoio da República para conter este movimento formado por fanáticos, jagunços e sertanejos sem emprego.

O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.

Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver.

Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos. Somente no quarto combate, onde as forças da República já estavam mais bem equipadas e organizadas, os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.

Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.

Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.

Livros sobre Antônio Conselheiro:

A Ressureição de Antônio Conselheiro e a de Seus 12 Apóstolos.
Moacir C. Lopes

Antônio Conselheiro
Guilhon Loures

Livros sobre A guerra de canudos:


Belo Monte uma Historia da Guerra de Canudos
Jose Rivar Macedo e Mario Maestri

A Guerra Total de Canudos
Frederico Pernambucano de Mello

Filmes sobre a Guerra de Canudos:

A guerra de Canudos (1997) direção de Sérgio Rezende, principais atores: Paulo Betti, Selton Mello, José Wilker entre outros

Link para baixar: http://www.baixarfilmesdublados.net/baixar-filme-guerra-de-canudos-nacional/

Link para assistir o filme no You tube: http://www.youtube.com/watch?v=VnfJ-xyyDU4&playnext=1&list=PLC189985BF67C4B8F

Renato Vital é escritor, poeta e Rapper
Contato: http://www.twitter.com/renatovital
Email: renatovital2@yahoo.com.br / galanteadohj@hotmail.com

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