24.3.08

Alcoól que consome

Poe dentro do copo uma cerveja
Quero acalmar minha sede
No copo o líquido gelado
Me faz me sentir mais claro

Poe dentro da cerveja
meio litro de incerteza
Quero beber tudo agora
E depois me embriagar de histórias

Tô tipo o louco, que se mata dentro do vício
Pede socorro, mas não tem no bolso um niquel
Pra pagar a conta do bar, já num dá
Por quê sua mente agora não vai acalmar
Acende um cigarro, fumaça, e o calo na mão
Uma vida inteira dedicada a porra do patrão
Que agora viaja de iate e bebe vinho importado
Com uma pa de vaca, prostituta do lado
Enquanto isso, sua senhora tá no tanque
Lavando roupa cara pra madame de mustang
Os mesmo calos, os mesmos dedos calejados
De tanto se matar, por apenas um salário
O tiozinho do morro, agora quer se matar
Não pulando da ponte, e sim com a garrafa
Cerveja, aponta, mais uma vítima pronta
Pro suícidio, pra favela de ponta a ponta
Acende mais um cigarro deixa acalmar
O pulmão é um orgão, deixa estragar
Pra que vou querer o pulmão inteiro
Se me falta oxigênio pro meu sofrimento

Refrão


Poe dentro do copo uma cerveja
Quero acalmar minha sede
No copo o líquido gelado
Me faz me sentir mais claro

Poe dentro da cerveja
meio litro de incerteza
Quero beber tudo agora
E depois me embriagar de histórias



- Pra mim o que importa mesmo é tá com saúde né meu fi.

- Que eu ganhei com o trabalho, calo na mão e artrite.



Veja como o tiozinho se sente ali
Com o copo de pinga, se equilibrando sorri
Sonhando com uma casa decente
Um teto bem acolhido pra caminhar contente
Os filhos as vezes reclama quer roupa de marca
Ele mal tem o dinheiro do rango de casa
Os filhos não se conformam, que mete os ferro
A mãe dá conselhos, quer ver os filhos certo
Estudado formado, sendo bem preparado
Quem sabe uma profissão com diploma de fato
O playboyzinho que enche o cú de pinga
É bem instruido, se der acidente, não tem vítima
A família faz questão de encobrir
A imprensa não abre o bico, nem vai intervir
Se tiver filho de pobre atropelado
A perícia faz vista grossa pro caso arquivado
O playboy que fabrica cerveja e cachaça
Tá na mansão usufruindo da sua desgraça
Depois querem que o RAP seja mais suave
Tipo Cabal, Marcelo d2, na tranquilidade
Mais suave eu ficaria
Com um mínimo de bom senso, dessa indústria maldita

Refrão

Poe dentro do copo uma cerveja
Quero acalmar minha sede
No copo o líquido gelado
Me faz me sentir mais claro

Poe dentro da cerveja
meio litro de incerteza
Quero beber tudo agora
E depois me embriagar de histórias


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