As vezes

As vezes queria sumir do mundo
Sumir da face da terra
E observar o humanos hipócritas de fora
Talvez assim não me contaminasse
Com seus sentimentos mesquinhos
Queria ir sozinho pra outro plano
Por que o Homem rei dos reis sei que me esperas
Não tomo anti depressivos
Não tomo nada disso
Sou o que sou, vivo o que vivo
Sozinho quem sabe eu não fosse
Uma parcela de felicidade
No carnê da desilusão
Se iludir num mundo de orgulhos e prazeres maldosos
É fácil
Teve até aquela canção do poeta que já partiu
" Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar"
Isso eu percebo, algo me fere aqui dentro
Se me abaixar e colocar os braços cruzados sobre mim mesmo
E fechar os olhos bem forte
Curassem minhas dores
Já estaria curado faz tempo
O ultimato, o abraço verdadeiro
Ainda está por vir
Daquele homem que morreu aqui
Que carregou a cruz, que eu nem pra isso prestei
Ele é a verdade, a vida, o caminho
Nas ruas da Sul
Eu ainda caminho sozinho
Sozinho, mas não desamparado
O sentimento de mudança anda junto de mim
As vezes queria sumir
Pra não permitir mais
Que me falassem tantas mentiras
Todo dia, quase toda hora
Machos, Fêmeas
Eles sempre arrumam um jeitinho pra mentir
Uns até por dentro devem sorrir com meu sofrimento
Mas eu não sofro por nenhum dessses não
Não por que eles não sabem o que significa as palavras:
Sinceridade e Verdade
E talvez muitos que dizem que sabem
Sabem nada! não enchergam nem um palmo a frente do nariz
Os que muito lhe dizem, seja macho, seja fêmea:
que são verdadeiros, que são sinceros, que te querem
São nada! pois aquele que te quiz bem
Não te fez sofrer, ele sofreu por você
E se tú por acaso sofre hoje
Ele não se desiste de você
Ele te leva pra junto dele
Com defeito, sem direito, sem mais palavras
Ele é o poeta que profeta
Ele o melhor dos poetas que já existiu.

Renato Vital poeta e escritor, é rapper do grupo Fato Realista, e em breve novo colunista do site RAP NACIONAL.