Se existe algo que me intriga nas pessoas é quando eu vejo alguém
falando sozinho.
A semana passada eu estava voltando da faculdade (óh que progresso!) e
vi uma moça falando sozinha. Nada contra, cada um com o seu cada um.
Mas era engraçado, ela fazia perguntas e ela mesmo respondia.
Eu converso comigo mesmo, e adoro bater papo comigo, mas não ao ponto
de deixar as pessoas ouvirem, mesmo porque eu penso cada besteira e
pornografia que até o Nelson Rodrigues e a Darci Gonçalves ficariam
corados de tanta vergonha.
Em determinado momento da conversa ela disse: “É melhor eu descer na
Chácara Klabin e ir andando até lá (Não me perguntem onde é lá, por que
eu não sei)!”
Na Vila Mariana desceu as poucas pessoas que havia e nós ficamos a
sós. Nós eu digo ela e o espírito com quem ela estava conversando, e eu
sozinho no meu banco.
Pensei em perguntar a ela se ela estava bem, mas eu não quis
atrapalhar a conversa.
Então ela levantou-se e parou de conversar, as portas do metrô se
abriram e ela saiu.
Bateu uma paranóia em mim, fiquei pensando será que o espírito que ela
estava conversando ficou naquele banco. Pensei em levantar e sair dali
(Quem tem c... tem medo e treme), olhei ressabiado pro banco e falei
num tom audível: “Espírito você tá aí?” Nenhuma resposta, apenas o
barulho do metrô percorrendo os trilhos.
Robson Canto Poeta, Escritor e vê pessoas falando sozinhas as vezes.
29.2.08
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