23.11.11

Noite onde as corujas dormem

Caminhei tentando encontrar
Um motivo, uma lei pra mostrar
O quanto eu viajei no tempo
Me encontrei perdido ao relento

Passei muito raiva sob rancor
E pelas madrugadas já vaguei
Sempre tentando um outro motivo
Por um alguém especial, sempre esperei

Senti desilusão no peito
Mente armada contra a podridão
Queria ser mais bruto que isso
Pra poder aturar a solidão

Hoje me sinto acuado
Um alguém perseguido, encurralado
Tentando achar uma fresta
Pra me sair bem, tipo fera

Sei que já ouviu falar
Que quando um gato é encurralado
Ele sem opção alguma
Avança contra o agressor calado

Minhas defesas já foram mais solidas
Minhas virtudes já existiram lá fora
Hoje em dia o que mataram, fez reviver
Uma nova forma de pensar, de saber

O que eu era a 5 anos atrás
Já não existe mais,
Fizeram questão de eliminar a esperança
Fizeram questão de eliminar minha paz

Não culpo ninguém, e ninguém é o culpado
A dor do ser humano, ele sente calado
A maldade humana é recíproca
Ela também faz parte das mentes vazias

Nas noites, a neblina que me encobria
Não só me tiravam a visão da avenida
Me tiravam também as forças
E a gana de lutar pela minha vida

Hoje do que sou, não sei bem se sei
Não faço idéia quem eu seja bem
Só sei que se você for querido te quero bem
E suas idéias por mais loucas, jamais olharei com desdém

Dorme coruja, dorme
Pra não olhar mais os meus olhos
Marejados, inquietos, desacreditados
Dorme coruja, com a incerteza do poeta calado.

Enquanto isso eu homenageio a noite
Que trás o dia, lindo pra quem sabe decifrar
A lua sai e deixa o espaço pro sol
Os astros que não vêem nenhum motivo pra sonhar

Dorme coruja, dorme
Pra não me ver lamentar
Sob a vida, que nos trás de tudo
E que o ser humano faz acabar.


Renato Vital poeta e escritor: Viva os sinceros de bom coração!

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