5.9.10

Sangue de veneno

Sangue de Veneno

Depois de ferir
Com faca sem corte
O espelho não mostra
Um gosto vil de morte

Afasta qualquer chance
De transformar Aureola
Em luz e sentimento
Em Torre de marfim mais bela

Seu sangue não serve
Pra doação, nem transfusão
Está contaminado com lodo
E sonhos e mais sonhos de ilusão

Esse seu veneno é sangue
Que tira o sono de alguém
Que faz o orgão ficar pulsante
Cantante em sintonia com vozes do além

O que se passa por dentro
Dentro de seus olhos que brilha
Brilham pra que direção?
Será que escolhem vitima?

Aonde você mora?
Será que naquelas estrelas do lado da lua
A lua é negra, A lua é branca
Mas a sua pele é e sempre será nua

De onde vem esse veneno
Veneno vermelho sangue que vira nanquim
Mais frio que o gelo
Mais quente que o sol que brilha aqui

Indiferente de mim
Nem parece que estou aqui
Um espectro humano, ou uma sombra
Mas sempre olharei por ti

Seu sangue que escorre
Escorre pelos meus olhos
Maldita, bendita torrente
Que me unge com sangue e óleo

Agora que já me dopou
Agora que já me entorpeceu
Que se movam mil montanhas
Mas o seu sangue já me enterneceu

Dói mais que ácido
Corroendo meus ossos
Conheço suas artimanhas
Que judiam meus orgãos

E esse seu sangue de veneno
Que me fez cometer loucuras
Que me fez querer-te mais e mais
Vem de pronto e se encontra com minha alma pura.

Renato Vital.

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