23.1.09

Caixinha azul

De repente você olha pra um objeto, parado, imagina que ele está só parado, mas não percebe que ele andou junto com o tempo, esse tempo que passou.
Passou no sentido de horário, pois em algum lugar ele ficou. Esse objeto é uma caixinha azul, que dentro guarda, palavras que me fez ler, sentir e passar.
Sem guardar mágoa ou rancor, eu observo o objeto, olho por dentro e por fora, tiro a poeira, abro olho tudo o que dentro e coloco no mesmo lugar.
Ao olhar os objetos que tem dentro, não tenho coragem suficiente pra ler.
Muita coisa passa pela cabeça esse momento, mas eu apenos continuo a obeservar a caixa. A caixinha azul. Cada detalhe.
Passados alguns segundos me lembro, que eu tenho que a guardar, guardar num lugar seguro, pra que ela não se perca, pra que ela continue da mesma forma que a deixei.
Uma caixa azul, um laço, dentro dela objetos que me fazem pensar, em algo, vou caminhando, não com as pernas, mas com a imaginação, até voltar pra dentro do quarto, frente a frente com o objeto que me deixa concentrado.
Olha pra caixa, já arrumei o local onde ela ficará a salvo, a caixa azul, a caixa que me deixa concentrado, que me faz sair do lugar, e voltar pro meu quarto sem mover se quer um braço.
Fique ai, ficará sempre intacta, nesse canto arrumado, nesse canto guardado.

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