4.8.08

Você ficou

Você ficou, mesmo que como amiga
Ficou na minha vida,
Me incentiva a estudar,
Faz eu os olhos no livro grudar
E me preparar pro vestibular
Você ficou, mesmo que como amiga
Ficou na minha vida,
E eu não quero que saia
Se faz importante sim
Seus incentivos e sua presença
Você ficou, e meu ser se acalmou
Você ficou, e vai ficar
Pra mais me incentivar
Pra eu ter sua presença
Você ficou, e isso é mais que bom!

Um comentário:

Robson Canto disse...

Recife – Mar que Arrebenta (Para Marcelino Freire)

Por R.Canto.

As ondas quebravam na praia, fazendo um som agradável. Eu tinha acabado de sair de um cabaré da zona portuária do Recife. Sentia-me um pouco bêbado por causa da pinga.
Sentei na areia da praia e fiquei namorando o horizonte. Longe.
O sol quente. Trinta e três ou quatro graus. Meu bronzeado estava bonito. Mais uma semana aqui no Recife eu virava negão.
Um navio cargueiro apitava anunciando sua saída rumo ao alto mar. Senti vontade de entrar naquele navio, e ir pra bem longe do Brasil.
Itália, França, Congo, Nigéria, África do Sul, Cabul.
Vieram uns meninos correndo jogando bola. Um pouco mais atrás um outro soltando uma pipa vermelha.
Apesar da bela paisagem, eu estava angustiado, na manhã seguinte eu deixaria aquele paraíso, para retornar ao inferno paulistano.
A terra da garoa, com a sua população apressada, mesquinha, robôtizadas, preconceituosas e desesperadas por dinheiro. A praga universal.
A praga que faz com que as pessoas vivam num mundo fantasioso e fantasmagórico causado pela imagem da besta: à televisão.
Senti um nó na garganta. Um nó digno de dó.
Eu não queria voltar pra São Paulo. Eu não quero ver essas pessoas fingidas. Não quero voltar.
Levantei e fui até a água. Lembrei-me de Iemanjá. Perdoe-me Iemanjá! Mas eu não quero voltar pra São Paulo! Deixe-me ficar aqui. Entrei mar adentro. Deixei a água ficar até o pescoço. Veio uma onda não muito grande, mas suficiente para levar-me ao fundo do oceano atlântico. Vi um rosto de uma mulher vestida de azul cor do céu. Parecia uma sereia, sorri para ela. Ela veio e pegou em minhas mãos.
Comecei a perder os sentidos, nada mais fazia sentido...
Acordei dois dias depois no hospital público do Recife. À enfermeira disse que fui salvo por uma banhista. Mas tenho certeza que era ela à rainha do mar.