30.1.07

Coral Despertar é nóis vagabundo

Gravação de participação especial no cd do grupo charanga. Isso mesmo Coral Desperta, furando as barreiras do sistema. Orgulho de participar desse projeto!!!! Segurá sistema!!!!!!!!!!!!

LER É COMIGO MESMO!!!!!!!!!!!!

Dizem que ler é bom, é mais que isso é um bom necessário. Ler trás diversas coisas, em que não achamos no dia-a-dia comum. Por exemplo: melhora seu vocabulário, melhora seu humor, te deixa com auto estima, te faz uma pessoa útil, abre sua mente, refresca sua cabeça, aumenta seus conhecimentos, e você se mantem sempre informado entre outros benefícios.
A maioria das pessoas em que pergunto, se por um acaso elas já pegaram em livros, a resposta é comum:

- Não gosto de ler.

ou:

- Não tenho o hábito da leitura.

ou ainda mais ignorante:

- Ler é coisa pra cdf ( cú de frango ou cú de ferro para os desavisados), ou pra nerds.

Essas pessoas como se deve perceber, foram induzidas por algo ou alguém a não lerem, ou pior, a não conseguirem pegar amor pelos livros, ou pelo menos pelas palavras. Os pais, mães, familiares sem preparação, só foram ensinado a assistir gugu e faustão no domingo, trabalhar a semana inteira, pra no final receber migalhas. O sistema filho da puta, infelizmente bate palmas, e os guerreiros da periferia lutam pra mudar esse situação que maltrata os irmãos.

Você pode fazer sua parte, eu posso fazer minha parte, ler, ler ,ler ,ler até o cérebro não agüentar mais, só assim a situação vai se modificar, esó assim os revolucionários do Brasil, vão arregaçar com essa "porra" chamada de congresso que se encontra lá em brasília.

LER É COMIGO MESMO, IMAGINA SE TAMBÉM FOR COM VOCÊ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

26.1.07

GOG E VITAL NA COOPERIFA (SHOW DE LANÇAMENTO DO NOVO ÁLBUM DO GOG "AVISO ÀS GERAÇÕES" JÁ NAS LOJAS)

Renato Vital e o mestre GOG
Né por nada não, mas periferia é periferia e já era.

CRIANÇA POR DENTRO

Acordei feliz, mas com o sentimento amargo, felizpor estar vivo, mas com o coração acelerado. Estou que nem aquela música do Roberto Carlos que diz " Querem acabar comigo, e eu nem mesmo sei porquê". A situação está difícil , o emocional a flor da pele, as cobras venenosas só esperando pra dar o bote. E o pior de tudo, não sei qual foi o meu pecado, será ter nascido nessa porra de mundo, será eu ter continuado na batalha.
Não quero nada de ninguém, mas parece que querem algo de mim, matar minha auto-estima, e jogar minha cabeça pros porcos. E pra muitos o sonho de criança não vale nada, hoje em dia é só dinheiro, só ilusão. Muitas vezes, por quê não dizer na maioria das vezes pode até ser a ilusão. Ai eu me pergunto, por quê muitos com pouco e poucos com muito.
Outro dia eu vi um menino, levar desvantagem numa suposta "brincadeira", e ele me pareceu o mais excluído da turma, o mais usado pra divertimentos nada divertidos, que expoê, que traumatizam. É! estão injetando crueldade no cerébro das crianças, e isso me preocupa e me deixa louco de ódio! A mídia com nada se preocupa. Vi aquilo e olhei pra dentro de mim, uma criança aprisionada, aprisionada pela maldade, falsidade e trairagem que à cerca.
Tentei argumentar comigo mesmo:
- Mas Renato,você ainda é uma criança, olha tudo coma ilusão de dias melhores se revolta até pela menor das injustiças (se é que injustiça tem tamanho).
Respondi a mim mesmo:
- A criança de dentro de mim está morrendo, lhe tiraram a fonte da esperança, para que ela não possa mais sorrir e nem sentir a vida a sua volta.
O meu eu, o outro respondeu:
- Não se queixe de possíveis atrocidades do dia-a-dia, Jesus Cristo também foi perseguido, por quê era justo e digno, homem de sabedoria.
Não entendi e justiquei:
- Mas e aquela menina, que naquele dia me chamou de crianção, como se fosse insulto ou palavrão! Quiz me queimar com o veneno da mais tinhosa cobra.
Meu outro eu, já sem paciência respondeu:
- Então mostre as armas que tú tens nas mãos, grite,revide, mostre como se deve guerrear. Justiça e Paz, é sem massagem pro inimigo, não deixe a amargura te corroer, olhe pro lado e vai ver, o tanto de vítimas, olhe pra dentro deles e sem relutar nada, veja o quanto eles tem sofrido , a fé na vitória muitas vezes os cegou. Mas eles não se deram por vencidos, o fio de esperança ainda mora dentro deles, e também dos seus parceiros aguerridos.
Me levantei e levantei a caneta na minha mão, e me confortei comigo mesmo, posso ter uma cirança aqui de dentro do meu coração.
Por isso vou levando minha vidanesse mundo cão. O que me conforta mais ainda é ver o que tenho nas mãos, com uma caneta de um real é que faço a nossa revolução.
Parei, pensei e decidi, agora vou refletir, recordar as vitórias, e pros inimigos sorrir, pois só assim me vingarei, de suas maldades e me sentirei, sóbrio como sempre quiz.
Renato Vital Poeta e Escritor

23.1.07

Antônio ( qualquer semelhança é de puro propósito! ) de novo aos vivos e a cores.

Antônio é comerciante,
vendedor de Chocolate em ônibus do bairro,
Antônio tem um sonho Revolucionário,
Sonha em ser Artista plástico,
Pra ele toda desenho é um marco na vida do ser humano,
Esse é um sonho que ele alimenta desde seus primeiros anos,
Isso é se o seu grupo de Rap não for pra frente,
e se o Corinthians não aceitar seu futebol,
Nada mais gratificante pra Antônio, do que a música,
que música aquela do Facção Central, Conciência Humana, Realidade Cruel,
Tim Maia, James Brown, Sandra de Sá, Bezerra da Silva etc etc etc,
Mas também ele não dispensa aquele jogo de domingo,
Em que passa o time mais lindo de todas as nações,
Antônio até almeja um dia entrar pra Gaviões,
Algumas vezes Antônio já se pegou rindo,
batendo falta como o Marcelinho numa final de Taça Libertadores,
E depois com a taça curtindo o título com a fiel torcida,
Mas acorda do sonho e decidi ligar a televisão,
Antônio é um garoto comum como qualquer um da periferia,
Mas de repente para em frente a televisão e tem um susto,
Um seriado global, com seu nome em formato feminino diz tudo,
Que raiva pensou ele inquieto!
Mas uma vez vão nos manipular!
Vão extrair o suco périférico!
Pra depois chutar o bagaço!
Vão colocar suas marcas de cigarro, cerveja brahma e até a vagabunda da Juliana Paes!
E logo depois vão ganhar toda a grana dos comerciais!
Antonio fica puto da vida com essas coisas!
Se fosse alguém Antonio até explodiria a porra da Globo,
Quem diria o guerreiro bom Thaíde Fazendo parte desse jogo,
Não Antônio não quer se deparar com isso de novo,
Imaginou até uma carta bomba, pro diretor da Globo,
Ficou louco, e raciocinando,
Entra ano e sai ano,
E a manipulação continua nos complicando,
Antônio não quer ver seu nome ali na televisão de novo,
Mesmo que em formato feminino 3x4,
Antônio desligou o televisor do quarto,
E foi ler Capão Pecado!
Renato Vital Poeta e Escritor.
Eu não irei ao cinema assistir Antônia! e você vai?

22.1.07

3 MESES DE COOPERIFA!!

ONTEM DIA 18/01/2006, FIZ TRÊS MESES DE COOPERIFA, PARABÉNS PRA MIM , PARABÉNS PRA NÓS!!!
EU LOGO NO PRIMEIRO SARAU, JÁ GANHEI UM LIVRO DA POETA DINHA!!!!
É TUDO NOSSOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!

Beleza Podre

Tomado pelo pudor, derramando em pequenos cálices
minha raiva;
Cercado de belíssimos apartamentos, belíssimas gotas
de sangue;
Árvores grandes e floridas, ainda guardam o resto de
nossa vida;
Ruas dignas de primeiro mundo, na palma da mão a
queimadura do asfalto imundo;
Belas cavernas verticais, que guardam a desumanidade
chamada de burguesia;
Saltos ainda, saltos sofridos pela minha mente, mente
de cobiça;
Sonhando com o mundo novo, com a nova vida;
Disgraçados passam em seus BMW 's o menor cata papelão
e metal mas não via deixar barato;
Sonhe filho da puta , sonhe com seus bens, casas de
solidão;
Que o dia eu que te pegar, será um difunto morto no
chão;
Pois o menor excluído vai cobrar, a dívida com a
sociedade;
Não vai querer sua caridade, e sim sua voz lhe pedindo
piedade!
Renato Vital Poeta e Escritor

20.1.07

Eternizados por Deus, Relembrados por um filho teu!!!

Sabotage. O Invasor do Rap Nacional. O Guerreito que se eternizou.
Raul Seixas. Um dos poetas do Rock Nacional. Era amigo do meu pai (conhecidentemente).
Bezerra da Silva. O Bom Malandro. Samba de Raís.
Luís Gonzaga. O Rei do Baião

19.1.07

Akins Kinte (esse também é louco inconseqüente)

13 DE MAIO

A noite iluminada, a lua prateada,
Acompanhava os passos firmes da caminhada.
Adentro a mata batuques, o peito ardido em chamas,
O ódio que inflama nos chama cidade adentro.
Nos olhos dos homens pretos calor e brio,
No peito das crianças um frio,
O coração feito rio, derramava lagrimas feito Nilo.
A mãe com os olhos carentes de asilos,
Secos os doces e quentes mamilos.
O pulso doido no pescoço tranca,
As entranhas, feridas... O pele branca faz,
Num ódio sem fugaz,
A mucama que amamento há tempos atrás.
Sorria ao pensar nos urubus, bicando os olhos azuis.
A ginga os dentes serrados a volta pro lar,
O cântico era toubob fá, toubob fá, toubob fá.
Os tambores findam escravatura,
Encharcando os feitores de susto
Os malungos por de traz dos arbustos
Feito fantasmas da noite
Famintos Findam açoite
Pretos retintos, reluzentes como o luar.
Serenos como o mar,
Abandonaste, deixaste mofa na corrente.
quem colheu todo algodão
mãos paradas ardey no tronco quente
viu flores despetaladas o clã
tem na mente o afã
De incendiar a cidade dos cães
Antes d por da manhã
E deixa para os abutres, as carnes dos ilustres
A fazenda tomada, sinhá horrorizada
coito chicote que nas costas dos pretos fez morada
ecoa pelos poros, revolta choros e pele que soa
alforria, quem leiloa? em praça publica ta em suplica
morte dos senhores asa
os corpos marcados a ferro em brasa
entoam unika uruhu amandla
lábios carnudos suada a canção
13 de maio decretado abolição


Valeu Akins, é tudo nosso nessa porrraaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!

18.1.07

GOG NA COOPERIFA AIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!! (parte 1)

É isso mesmo pessoal, o velho GOG na ativa, estave ontem na Cooperifa, fez um show bem louco. Trouxe junto com ele também, os mano Lindomar, Rapadura e Dj Thiago. Quem não foi perdeu, ou melhor se fudeu, desculpe mas é a verdade. Foi bem louco o bagulho, cantou só as músicas bem louca, que chapou o cocô ontem. È isso mesmo vagabundo é tudo nosso, tudo nosso, tudo nosso. AIIiiiiiiiiiiiiiiii, SAI INVEJAAAAAAAAAAA, XÓ MEDIOCRIDADEEEEEEEEEEEEE, AIIIIIIIIIIII. Falou.

17.1.07

PROFª MARIA e PROFª MÔNICA!!!!!

PROFªMÔNICA E PROFªMARIA, ÓTIMAS PROFESSORAS E REVOLUCIONÁRIAS!!!
QUEM FOI QUE DISSE QUE NÃO EXISTE PROFESSOR BOM NO BRASIL!!!

12.1.07

MUITO RESPEITO!!!! PARTE 2º (ENTREVISTA COM O REI DO BAIÃO, LUIZ GONZAGA)

Aê pessoal pra esse daqui, eu tiro até a bombeta do 1dasul!!!!!!!!!

Luiz Gonzaga, em 17/10/1988

Nove meses antes de morrer, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, deixou gravada uma conversa de mais de uma hora com os repórteres Marcos Cirano e Pedro Luís. Vários trechos desse depoimento permaneceram inéditos até hoje. Veja a íntegra da entrevista e saiba porque ela não foi publicada antes. Essa entrevista foi concedida ao jornalista Marcos Cirano e ao fotógrafo Pedro Luiz, num apartamento do bairro de Boa Viagem, Recife, a 17 de outubro de 1988, portanto nove meses e 16 dias antes da morte de Luiz Gonzaga. Originalmente, ela serviu de base para uma reportagem sobre um novo disco do compositor, publicada pelo jornal carioca O Globo. Em maio de 1989, alguns trechos da entrevista também foram publicados pelo Suplemento Cultural do Diário Oficial de Pernambuco. Mas, a íntegra do depoimento permaneceu inédita até agora.

A entrevista de Gonzagão é comovente. Em vários momentos, ele chora, ao reconhecer que já não tem saúde para ficar de pé sem o auxílio de duas muletas. Faz um balanço da sua carreira artística. Canta trechos de músicas do seu novo disco. Critica o duro jogo de interesses do mercado fonográfico. E decide assumir, através da imprensa, o romance que manteve em segredo por 13 anos com sua última mulher, Edelzuíta Rabelo, a dona do apartamento onde a entrevista aconteceu: "Pode botar aí no jornal que o charme da minha vida agora é Edelzuíta!"

A pedido de Edelzuíta Rabelo, que queria evitar atritos com a primeira esposa de Gonzagão, Helena das Neves, ainda viva na época, a entrevista não foi publicada na íntegra. Fato que só agora acontece. Com a palavra, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião:

Marcos Cirano - São 50 anos de carreira. E aí?
Luiz Gonzaga - Eu acho que corri, corri, corri e acabei parando em casa.

MC - O senhor ta trabalhando um novo disco, né?
LG - É, todo mundo trabalha. Esse disco tem, realmente, uma grande importância para mim. Porque, mesmo que eu não quisesse parar, eu agora to condenando a isso, né, embora eu tenha a intenção de fazer tudo pra continuar. Porque, quando a gente cria, a gente tem obrigação de fazer cultura pra preservar as tradições, pra contar sua própria história. Porque, senão, ninguém vai querer contar, com a mesma empolgação, com o mesmo amor, com a mesma garra que eu sempre dediquei, de uma maneira completamente diferente, procurando sempre as estradas, sempre os caminhos em busca das cidades onde eu tinha certeza que existia uma colônia forte de cabeças-chatas esperando por mim. Então, aí eu instalei, instalava minhas tribunas. Estivesse onde estivesse: no noroeste, no oeste, no sul, em São Paulo, no sul do sul... Onde eu ia, encontrava as colônias nordestinas. Saudosas colônias sem administração, sem mando, furando novas...vamos dizer assim, procurando se apossar de um pedacinho de terra, um meio de vida melhor... E eu cantava pra eles, lá onde estivesses, as canções mais bonitas, as mais fortes, as mais tristes, que fazia todo mundo chorar... meu objetivo não era esse, mas acontecia. Às vezes, eles choravam com uma coisa alegre que eu cantasse. (Gonzagão tenta, mas não consegue prender o choro)

MC - Nesses 50 anos de carreira, o senhor fez tudo o que teve vontade? Na música e nas andanças.
LG - Só não fiz porque, naturalmente, meu talento não dava. Mas, enquanto meus companheiros achavam que as minhas idéias eram boas, a gente fazia juntos. Fora aquelas que eles criavam para mim... Humberto Teixeira, Zé Dantas. Antes deles, Miguel de Lima. Depois, Zé Marcolino, aqui do sertão, que morreu recentemente em desastre de automóvel... Então, assim, eu fiz, modéstia à parte, um grande acervo que ainda não está exposto, mas está em Exu, esperando a oportunidade de ser exposto no Museu Luiz Gonzaga.

MC - O que está faltando para esse acervo ficar exposto?

LG - Ta faltando administração, eu sou péssimo administrador. Material tem até sobrando, que dá até pra três museus. Mas, museu, no Brasil, parece palavrão... A minha intenção é de ajudar a imprensa e os pesquisadores que, quando precisarem escrever algo sobre Luiz Gonzaga, sobre Humberto Teixeira, Zé Dantas, meus outros excelentes companheiros como Onildo Almeida, Janduhy Filizola, ambos de Caruaru, então vocês vão ter condições de pesquisar capas de LPs, LPs, reportagens... Eu quero oferecer isso para você que tá me procurando aqui hoje e que é jovem, daqui há algum tempo você vai a Exu e lá você encontra tudo, todo acervo do Rei do Baião, fácil, fácil, palpável, e escreve o que você quiser. Não sobre mim, mas sobre o Nordeste, sobre as músicas que eu criei.
Gonzagão pára um instante, depois prossegue:
Descobri o Nordeste musical, musicalmente falando. Não foi o Nordeste, foi o Sertão. O Nordeste sempre teve os seus carnavais, suas festas tradicionais para exibir as suas canções. Mas, eu esbarrava sempre, no Rio de Janeiro, para vencer, contra tudo e era barreira quase invencível. De vez em quando, aparecia um seresteiro, como Augusto Calheiros e mais alguns, que, através de suas vozes, eles contavam as coisas engraçadas do Nordeste, como Manezinho Araújo.
Mas, não com a boa intenção que eu me apresentava, em cima de caminhão, levando o patrocinador nas costas, fazendo espetáculos nas praças públicas, improvisando espetáculos em determinadas praças...
Agora, tudo isso por quê? Porque eu não me achava bastante suficiente para concorrer com ninguém. Eu tinha que levar minha música diretamente àqueles que ignoravam totalmente o Nordeste. É claro que os colegas compareciam e coloriam o ambiente. Mas, o objetivo era cantar para os barrigas-verdes, os gaúchos, os caipiras, os cariocas. E conseguia, quase sempre, patrocinadores. Então, eu tinha liberdade. E assim, no meio desse público, eu era acolhido de surpresa até...
Ali no meio desse público tinha Caetano, tinha Gil, tinha muitos cantores doidos por aí, famosos hoje, que já mudaram de roupa várias vezes, hoje são até roqueiros, mas mesmo como roqueiros continuam afirmando que Luiz Gonzaga o influenciou, o influenciaram. E eu tava dando uma de Deus, escrevendo certo por linhas tortas. Totalmente despreparado mas, quando eu soltava alguma coisa, eles sentiam que tinha um sabor tão especial que não dá nem pra se lembrar qual a sua origem. E eu levava as coisas que aprendi na minha infância, com meu pai, as piadas do velho Januário, que meu pai era muito espirituoso. E fui me tornando um artista assim, espontâneo. Atingi praticamente todas as camadas sociais, cassinos etc., mas nunca me empolguei pela a cidade grande e a saudade do Nordeste sempre foi eterna. Hoje, graças a Deus, bem sucedido, menos com a saúde, continuo cantando com graça o meu forró. Como, por exemplo (recita):
Tô doidim pra me deitar naquela cama
To doidim pra me cobrir com teu lençol
Doidim pra te matar de cheiro
Juntar os travesseiros
Soprar o candeeiro e começar nosso forró
Esses versos vão ser gravados agora, são de uma música de João Silva e Luiz Gonzaga, do meu último LP. Nem decorei ainda, porque eu só péssimo decorador até das minhas próprias coisas. É uma mão-de-obra desgraçada! O nome dessa música é Vou te matar de cheiro. Quer dizer, uma linguagem dessa, meu filho, pra um cara que vem do mato... Isso sempre foi a minha primazia.

MC - Essa música é do novo disco que o senhor vai lançar?
LG - Essa música é do próximo LP. Até doente eu boto tempero e graça nas minhas coisas.

MC - Esse próximo disco já está todo pronto?
LG - Ta todo arrumado aí, as músicas feitas, mas a doença e a preguiça não me deixam fechar. Mas, como eu tô sentindo um cheiro de melhora... Eu tenho horas que eu sofro muito, porque eu tô sofrendo de uma doença chamada... (Gonzagão não consegue pronunciar a palavra osteoporose e pede auxílio a sua companheira Edelzuíta: como é o nome da danada da doença? Venha cá, você não pode ficar longe de mim, não, porque você é a minha memória)... Ela vem me atacar os ossos, justamente os que foram fraturados ao longo da minha carreira. Essa doença me ataca, tirando o meu rebolado e o meu charme. Meu charme agora é Edelzuíta. (A companheira de Gonzagão interfere: "Não bote isso aí não, que vai dar confusão", mas ele insiste: Bote no jornal que o meu charme agora é ela, o amor de minha vida).

MC - Os acidentes que o senhor sofreu foram muitos. Alguns até acabaram virando música. Quantos acidentes foram?
LG - Ih!...Já perdi a conta. Fraturei dez costelas, fraturei a clavícula, fraturei o crânio e, agora, essa osteoporose está me derrubando. O primeiro acidente foi em 1951, foi aquele de Santos, que o carro mergulhou de uma ponte de uns quinze metros, com todos nós dentro. Deu até uma música de Zé Gonzaga, meu irmão (canta): E Luiz Gonzaga não morreu... De lá pra cá, foram mais uns quatro ou cinco acidentes. Mas, o que eu andei mais perto da morte foi esse que me fraturou aqui (aponta para o lado direito da testa). Eu fiz duas operações, porque atingiu o olho, mas acabei cegando dele. Isso foi na estrada de Miguel Pereira. Gonzaguinha tava comigo e o anão Salário-mínimo também. E a maior vítima foi eu. Mas escapei com vida. Isso foi em 1962, parece. (Gonzaga fica alguns instantes em silencio, depois continua): Mesmo assim, ainda me sobrou algum charme pra encontrar uma mulher bonita e inteligente pra tomar conta de mim.

MC - A osteoporose, o senhor vem sentindo desde quando?
LG - Ela só foi localizada agora, aqui no Recife. O primeiro ataque dela foi no fêmur. E é por isso que eu estou usando essas gonzaguetes (mostra as duas muletas que utiliza para andar, ainda assim com bastante dificuldade). E dizem que fêmur é bicho muito atrevido, até hoje ninguém encontrou medicina que o dominasse.

MC - Faz mais ou menos um ano que o senhor vem sentindo os sintomas da doença?
LG - Não, isso faz muito tempo. Mas, eu só vim me interessar depois que comecei a sentir a obrigação de usar muletas. Agora, vem de muito antes.

MC - Eu me lembro que, durante algumas apresentações na televisão, o senhor sempre estava aparecendo sentado, pra poder segurara a sanfona
LG - Pois é, pois é. E nem sanfona eu toco mais, não dá mais. Eu já não gravo com sanfona há mais de dez anos. Depois que eu comecei encontrar sanfoneiros capazes, tocando melhor do que eu (e Dominguinhos foi o primeiro) e esses sanfoneiros começaram a declarar que eu tinha sido seu incentivador, seu mestre, aí eu digo: e o que é que eu tô fazendo aqui tocando sanfona de graça, se minha voz vale muito mais do que minha tecla? Aí, passei a usar esses meninos me acompanhando, com muito mais arte, mais graça. Ora, se nessas alturas, eu já passei a ser conhecido como um afortunado de tantos dotes dados por Deus, nada melhor do que distribuir com aqueles que estavam seguindo meu caminho com honestidade. Tem Oswaldinho, Dominguinhos, Valdones de Fortaleza, um garoto de 15 anos tocando magistralmente, um garoto rico e bonito. O Valdones tem até um estúdio em casa, o pai faz todas as vontades dele, o garoto ta numa carreira bonita. Quer dizer, por isso eu acredito que o forró não vá morrer. O baião não morreu, o forró, feito do baião... Então, eu acredito que essa música vai pra frente. Porque o Nordesta dá isso, oferecendo sua graça.
Sábado agora, eu botei cerca de vinte mil pessoas no Spázio, uma verdadeira festa, muito bonita, feita especialmente pra mim. Estavam lá Fagner, Elba Ramalho, Genivaldo Lacerda, Gilberto Gil, Dominguinhos, Alcimar Monteiro que ta indo muito bem, Jorge de Altinho...

Pedro Luís - Jorge de Altinho andou sumido um tempo, né?
LG - Não, Jorge de Altinho é o mesmo. É porque, de repente, o forró tornou-se...é...demasiadamente oferecido. Quer dizer, várias fábricas... A minha fábrica, por exemplo, gravou esse ano seis discos de forró. Então, é muita oferta. Mas, Jorge de Altinho sempre foi um cara pra frente e irá muito mais. Como ele é jovem, ele pode mudar para onde quiser. Mas, ele é fiel ao forró.

MC - O seu novo disco vai ser lançado quando?
LG - Logo depois do carnaval, que é quando se começa a lançar forró, uma música sugestiva, uma música quente, cheia de graça. Depois do carnaval até junho é com nós. Nós ocupamos o miolo do ano.

MC - A partir de quando, mesmo, não deu mais para o senhor segurar a sanfona?
LG - Eu vinha tocando, porque ela sempre foi o meu apoio e eu sempre gostei. Porque eu criei um estilo. Mas, além desses problemas que eu sofri,me apareceu uma doença na coluna, as viagens muito prolongadas, horas e horas viajando de automóvel. E eu ia controlando. Quando eu perdi o rebolado, mesmo, que localizei o problema... demorei um pouco... eu disse: vou dar uma de professor, vou avisar a meus colegas pra ter muito cuidado com o peso da sanfona.
Vá ver que quase todo sanfoneiro está hoje meio corcunda. Porque eu criei uma arte muito pesada. Nós não temos condições, aqui no sertão, de pagarmos orquestras nem instrumentos eletrônicos. E a sanfona é um instrumento do ar livre e ela resolve um baile a noite inteira, gostosamente, com o seu próprio som. E os caboclos sanfoneiros, forrozeiros, gostam muito do seu trabalho e tocam a noite inteira, incarriado. Estão entrando num cano deslumbrante, como dizia aquele pernambucano que escrevia no jornal sobre futebol, humorista, que escreveu peças de teatro, que é irmão de Mário Filho, jornalista primoroso...
Como era mesmo o nome dele? Isso, Nelson Rodrigues. Ele foi quem criou esse termo cano deslumbrante. Eu entrei num cano deslumbrante. Então, foi isso. Essa doença, que tá aumentando cada vez mais em nós, a coluna vertebral, que trouxe também para mim. Aí, eu não podia mais com o peso da sanfona. Fazia um ensaiozinho, uma coisinha, mas vinha logo a dor.

MC - O senhor lembra qual foi o último show em que o senhor tocou?
LG - Não, eu não gosto de lembrar. Porque, só de lembrar, eu sinto dor. (Gonzagão baixa a cabeça, faz cara de choro e fica alguns instantes em silêncio).

MC - A sanfona pesa quantos quilos, normalmente?
LG - Quando eu comecei a tocar, o peso normal dela era de 12 quilos pra cima. Aí, eu passei a prestigiar a sanfona nacional, porque eu tinha acesso à fábrica e lá eu dava as minhas idéias. Naquela altura, nós tínhamos uma espécie de umas 12 fábricas de sanfona. Hoje, só temos uma e se arrasta. E eu dizia: "Olha, gente, deixo um pedido aqui do velho sanfoneiro e tal... Nós estamos usando instrumento errado, com o peso discoforme para o nosso físico, pra o nosso clima, principalmente para nós, nordestinos, que é que mais usamos sanfona. Manera no peso. Eu quero mandar fazer uma sanfona aqui com nove, dez quilos..." E consegui, eles fizeram. É tanto que todas as capas dos meus discos são com fotos de sanfonas brasileiras. Mas, a sanfona de Dominguinhos pesa 16 quilos. E eu falo com ele: "Te cuida, Dominguinhos! Você é grossinho, mas vai afinas as pernas, vai entortar as pernas."Ta entortando. É muito peso, sabe?
Então, quando eu mi vi cantando sentado, eu aproveitava e fazia um pouco de apologia à sanfona e caía, justamente, nessa questão aí. Sim, porque os italianos eram os fabricantes de sanfona, não são mais, hoje já caíram fora. E o clima deles, já viu como é que é, né?... Clima frio. As comidas deles são saborosas, cheias de força. O físico deles é diferente, são sempre parrudos, mais do que nós... Por que, agora, a gente vai carregar o peso deles também? Isso eu falo no palco, quando estou bem disposto. Ou, quando tô sentindo dores, falo com raiva, né. Deus me deu o dom de falar, com a minha própria linguagem, despreocupado, sem medo de errar, porque o povo já sabe que eu não sou intelectual, então eu mando brasa. (Gonzagão ri gostosamente).

MC - Onde fica essa fábrica brasileira de sanfona?
LG - A única fábrica de sanfona, hoje no Brasil, fica no Rio Grande do Sul. Hoje, só tem a Universal. Essa fábrica não é dotada de bons técnicos. A que mais evoluiu foi uma chamada Todesquini. Mesmo assim, não agüentou, porque queria vender muito instrumento e não dava. Chegaram as guitarras eletrônicas, sanfonas eletrônicas e tal...

MC - Dá pra dar uma geral sobre o que vai ser o seu novo disco?
LG - Não, dá não. Porque eu só venho a decorar, mesmo, depois de gravar. É uma preguiça lascada.

PL - Será que é outra doença, essa preguiça?
LG - Não, é não... Eu vou gravar uma música conhecida, chamada Estrada de Canindé... Não... É, deixa lembrar... Sertão de Jequié, que foi gravada por Dalva de Oliveira. (Gonzagão canta. Primeiro, confunde a letra com os versos de Estrada de Canindé. Depois, acerta a letra e canta Sertão de Jequié inteira). Essa música é de Cléssio Caldas e Armando Cavalcanti, dois carnavalescos do Rio de Janeiro, que me deram dois grandes sucessos: um foi Boiadeiro, que é meu prefixo e sufixo (cantarola) e me deram outra também muito bonita, chamada Meu cigarro de palha (canta). Eu cantava também, mas nunca gravei, vou gravar agora.

MC - Nunca gravou Meu cigarro de palha?!
LG - Não, não... peraí... Nunca gravei Sertão de Jequié.

MC - Além de Sertão de Jequié, o resto do disco é tudo músicas novas?
LG - É. Tem uma de Antônio Barros, que eu gostei muito, chama-se Coração de pudim: Meu coração é feito de manteiga ou de pudim/Molim, molim, molim, molim/Falei com esse sujeito pra não me deixar assim/Molim, molim, molim, molim... É uma música de Antônio Barros, aqui de João Pessoa. Ele me deu também outro forrozim muito gostoso, chamado Lagoa do Amor (cantarola alguns versos).

MC - Com esse disco a ser lançado no próximo ano, são quantos discos gravados durante os 50 anos de carreira?
LG - São 55. Com esse que vai sair, são 56. (Gonzagão comenta o disco que gravou com Fagner. Pergunta a Edelzuíta se ela quer ouvir uma faixa, pede que a companheira coloque a faixa que mais gostou e ela escolhe Amanhã eu vou. Enquanto todos, na sala, escutam a música, Gonzagão cantarola baixinho e de cabeça baixa. No final, reage): Ô véio enxuto da molesta! Tô com 76 anos nas costas, com 74 eu gravei isso aí. Nunca fumei, apesar de gostar muito daquele cheiro; de fazer propaganda de fumo... Mas, pra que fumar? Só pra imitar os outros?!

MC - E beber?
LG - Beberiquei algumas besteirinhas. Adorava uma cerveja lascada. (Dirigindo-se ao fotógrafo Pedro Luiz, Gonzagão pergunta): Você é de onde?

PL - João Pessoa.
LG - Tinha que ser! Com essa cabeça de cangaceiro.

MC - Além do disco novo, quais os outros planos?
LG - Viver mais um pouco. Só. Show, mais não. Depois daquele show de anteontem! Foi uma coisa! Quinze ou vinte mil pessoas, e eu sentado lá no palco, vendo tudo isso e sem poder participar. Eu cantei Tropeiro da Borborema, que é uma das coisas mais bonitas de Raimundo Asfora, mas o bom da gente é a gente se sentir em condições de criar mais e ter a impressão que amanhã a gente pode criar um sucesso consagrador... Mas, eu já criei os meus, Asa Branca, Vozes da Seca, Baião, Luiz Respeita Januário... Pra onde é que eu vou mais? Eu me sinto completamente realizado. Mas, eu não gostaria de sair assim, carregado porque não tenho mais pernas. (Gonzagão fica alguns instantes e silêncio).

MC - Não tem mais pernas, mas tem uma grande voz. Vai ficar aí parado?
LG - Não, ainda tenho que fazer mais dois discos, por contrato. Além desse que vai sair o ano que vem, tem outro que ta pronto há dois anos e tudo indicava que ele não ia sair. Mas, só que tive uma coragem de leão em abandonar a RCA Victor aos 28 anos de serviço, 48 anos, 14 de março de 1941, quando eu entrei lá. Saí como um protesto e esse disco estava guardado lá, no fundo do baú. Terminei botando tudo pra fora, porque senti que a minha fábrica atual pode ganhar muito dinheiro com isso e eu não me incomodo que uma gravadora boa ganhe muito dinheiro comigo. Eu ganho o meu pouquinho e fico satisfeito, não chamo ninguém de ladrão. Eu quero é vender meu peixe.

MC - Por que o senhor deixou a RCA?
LG - Olha, é uma história tão escrota, tão podre, que eu nem gosto de contar. E eles estão aí, com três discos meus na praça: o Aí tem, o álbum e esse Amanhã eu vou. Então, eu vou ganhar uma nota muito boa e não quero dar uma de menino mal-agradecido, não tenho mais idade pra isso. Eu quero é me dar bem com as duas (gravadoras), eu quero é as duas brigando por minha causa. E a RCA vai levar vantagem, porque ela tem 48 anos de repertório meu. E a outra vai começar... Talvez isso seja até ruim, três discos na praça... A nova gravadora é a Copacabana, que foi muito leal comigo, foi tão bacana comigo. E eu desejo que as duas ganhem muito dinheiro comigo.

MC - Nenhum projeto para programa de televisão, apresentações?
LG - Nada, nada.

MC - Tá encerrando, mesmo? Uma vez, Dominguinhos disse que o senhor vai morrer no palco e que essa história de despedida era conversa, pois ele já tinha participado de um show de despedida sua, na década de 50.
LG - Em 1953? Será possível? Isso é conversa fiada, é o Dominguinhos me gozando. (Gonzagão dá uma gargalhada e pergunta): Já terminou? É, você sabe escrever, e aí vai dar pra você fazer sua reportagem. Você é de onde?....

Fonte: www.forronautas.com.br

MUITO RESPEITO!!!!!!

Muito respeito à: DINHA, ALESSANDRO BUZO, RODRIGO CÍRIACO, AGHATA CRISTIE, ROBSON CANTO, FÉRREZ, SACOLINHA, ALLAN DA ROSA, ELIZANDRA(MJIBA), CHE GUEVARA, FIDEL CASTRO, NELSON MANDELA, LULA (O NOSSO PRESIDENTE, EDUARDO E DUM DUM (FACÇÃO CENTRAL), MOISÉS DO A 286, MANDRAKE, ZUMBI, GANZA ZUMBA, WESLEY NOOG, SÉRGIO VAZ (O POETA), PROFª MARIA E PROFª MÔNICA (DA ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DESPERTAR, AS MELHORES PROFESSORAS QUE JÁ TIVE), GÁSPAR E TODA A RAPAZIADA DO ZÁFRICA BRASIL, KENNIA, DUGUETO, JAIRO, RAPPIN HOOD, E A TODOS QUE CONTRIBUEM PRA UMA PERIFERIA MAIS FELIZ A CADA DIA!!!!!

A E PELO AMOR DE DEUS, LEIAM O BLOG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
FALOU!!!!!!!!!!!!!!

QUEM SÃO NOSSOS INIMIGOS!!!!!

Ouvindo um som, Bob Marley  um guerreiro como
nós, me recordo de algumas fitas que aconteceram , e o
meu pensamento cai bem diante da noite passada. Eu e
uns manos todos dopados de realidade e falta de
justiça social, na quermesse de rua da “Fazendinha”,
loucos pra curtir o mundo de uma outra forma, sem
trairagem, preconceito racial, e nem patifaria. O papo
corre solto, fitamos as minas que vão passando em
bondes, o veneno chamado de àlcool corre solto,
maconha e o som alto com músicas eróticas chamadas
irresponsávelmente de funk, não o funk de james brown,
Jonnhy Rivers, Tim Maia e outros que marcaram época, e
sim uma música que faz apologia aao sexo e a grávidez
precoce. As cantadas começam e as minas muitas vezes
riem, muitas vezes olham, e diversas vezez esnobam,
talvez falte o que a maioria delas querem, dinheiro,
moto, carro e sossego. Mas a noite é bela e não me
deixo desanimar, o mano cola com um bebida, veneno do
bom é menta, tomo um gole mas não sobe pra cabeça. Get
stand up putz viajei na música essa paz que bob
pregava em suas letras não te nada a ver com a nossa
realidade, somos cercados por seres covardes,
hipócritas. Um louco passa do nosso lado esse ta
chapado também deve viver como nós as armaguras da
vida, e se droga e se ve num beco sem saída por isso
sai peitando todo mundo tentando impor um ser que não
tem nada a ver com sua pessoa. Mas mesmo assim ele
continua desmundando no meio dos manos e minas.
Decidimos sair e dar um rolé nas ruas ali próxima e
talvez comprar mais uma garrafa de veneno do puro.
Três minas em diante sozinhas, nós 7 camaradas no
rolê, nos conhecemos e telefones, nomes, perguntas com
respostas discaradas e medo, mas o que o medo tem
haver com o momento ali. Me lembro de que somos
afrodecendentes e que se a ROTA enquadrar na madrugada
pode preparar o caixão e as quatro velas, mesmo não
tendo culpa de nascermos privilegiados pela nossa rica
cultura, história de lutas. A inveja mata e vem de 38
refrigerado e niquilado , e calibre 12. O papo segue os
manos de boa nos despedimos das minas e saimos fora,
uma viatura passa, por sorte os ratos cinza não
embaçaram, voltamos pra quermesse, e pouco tempo
depois eu vou embora, cansado foi um longo dia de
trabalho, fiquei esgotado. No caminho de volta, o meu
medo vem a tona, medo da ignorância dos robozinhos do
sistema, por sorte não trombo nenhum desses chego
em casa são mais não salvo, pois sei que estamos longe
da revolução, e cercados de inimigos por todos os lados.

11.1.07

NADA MAIS DO QUE FOTOS DE QUEM AINDA ACREDITA NO SER HUMANO


Dois Revolucionários!

Meu palco, meu mundo!

Antônio (qualquer semelhança, é de propósito)

Antônio é comerciante
vendedor de Chocolate em ônibus do bairro
Antônio tem um sonho Revolucionário
Sonha em ser Artista plástico
Pra ele toda desenho é um marco na vida do ser humano
Esse é um sonho que ele alimenta desde seus primeiros anos
Isso é se o seu grupo de Rap não for pra frente, e i se o Corinthians não aceitar seu futebol
Nada mais gratificante pra Antônio, do que a música, que música aquela do Facção Central, Conciência Humana, Realidade Cruel, Tim Maia, James Brown, Sandra de Sá, Bezerra da Silva etc etc etc.
Mas também ele não dispensa aquele jogo de domingo
Em que passa o time mais lindo de todas as nações
Antônio até almeja um dia entrar pra Gaviões
Algumas vezes Antônio já se pegou rindo, batendo falta como o Marcelinho numa final de Taça Libertadores
E depois com a taça curtindo o título com a fiel torcida
Mas acorda do sonho e decidi ligar a televisão
Antônio é um garoto comum como qualquer um da periferia
Mas de repente para em frente a televisão e tem um susto
Um seriado global, com seu nome em formato feminino diz tudo
Que raiva pensou ele inquieto
Mas uma vez vão nos manipular
Vão extrair o suco périférico
Pra depois chutar o bagaço
Vão colocar suas marcas de cigarro, cerveja brahma e até a vagabunda da Juliana Paes
E logo depois vão ganhar toda a grana dos comerciais
Antonio fica puto da vida com essas coisas
Se fosse alguém Antonio até explodiria a porra da Globo
Quem diria o guerreiro bom Thaíde
Fazendo parte desse jogo
Não Antônio não quer se deparar com isso de novo
Imaginou até uma carta bomba, pro diretor da Globo
Ficou louco, e raciocinando
Entra ano e sai ano
E a manipulação continua nos complicando
Antônio não quer ver seu no me ali na televisão de novo
Mesmo que em formato feminino 3x4
Antônio desligou o televisor do quarto
E foi ler Capão Pecado!

Revolução na Mente, Louco Inconseqüente

Aqui eis um mais um louco, sou louco mesmo daqueles que matutam as trairagens do governo no dia-a-dia. Sou daquele louco, que não espera acontecer, se preciso eu atropelo a mente podre da elite, e invado espaços nas mentes dos alienados. Vago pelas ruas matutando, as vezes me pego falando sozinho,
meu cérebro já não comporta tanta sujeira, e como nem sempre tem um louco do meu lado, eu prefiri cospir palavras no ar. Trago na mente, só aquilo que você já conhece, um sentimento de revolta. Vai uma dose de revolta ai jão. Né ofendendo não, é que foi a única coisa que me deram de graça, as outras, pra eu conquistar, me pediam pedaços do meu orgulho, e travessas do meu ego, banhados de sangue.
Né pagando de revolucionário não, é que eu só quero viver, um pouquinho melhor nessa vida, que muitos se entregam. Eu vou a luta, sou tipo aquele soldado que guarda o último suspiro, pra jogar na cara do inimigo. Tenho na mente, idéia de revolucionário, mas já me lembraram que revolução no Brasil é utopia, e virou até jogada de Marketing, pra Universidade mostrar seu nome. Mas aqui é louco, não tó nem um pouco me lixando pro mundinho deles, esses que fazem meu povo de marionete, esses que condenam meu povo, e jogam dentro de uma cela podre, ou na já famosa periferia. Desacredita? pergunte pro Datena como ele, conseguiu suas riquezas. Pergunte pro safado do Abílio Diniz, como é que ele escraviza seus empregado. Pergunte pro Silvio Santos como ele arrasta essa grande massa, pra frente dos televisores todos os dias.
È mano, o bagulho tá doido, a corrida pelo dinheiro não tá fácil, irmão matando irmão, truta matando truta, e quem ganha com esse mar de sangue é só a elite.
Sou louco inconseqüente, por isso não me calo, e quem é guerreiro também jamais vai se calar.